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Crítica: Skinamarink (2022): inovador ou chato?

Um terror inovador?

Skinamarink Crítica filme
Skinamarink (Divulgação)

O filme Skinamarink (2022) vem fazendo sucesso no Brasil, com muitos comentários favoráveis, mas, se ele realmente é tão inovador assim você vai descobrir na nossa crítica!


É válido destacar que a crítica de Skinamarink contém spoilers do filme!

Crítica: Skinamarink (2022)

Skinamarink de Kyle Edward Ball é um filme único, que realmente não será para todos. Não pelo tema, mas por seu estilo, que será um desafio para alguns, pois é realmente arrastado, e demora um pouco para crescer no espectador geral. Com uma cinematografia impressionante, você logo se encontrará caindo em um mundo aterrorizante de sombras, TV estática e ocorrências sobrenaturais sombrias nos corredores silenciosos e silenciosos de uma casa tradicional de uma família.

O filme é um passeio lento e de pesadelo através de uma sensação vívida de nostalgia, lembrando aos adultos como é ter medo do escuro, mesmo no conforto da própria casa. Ela é uma história contada principalmente com recursos visuais, com poucos diálogos, junto com outros áudios, para criar uma experiência estranha, porém interessante, que parece assistir a uma memória em uma fita VHS gasta. O sobrenatural invade o cotidiano no filme enquanto duas crianças pequenas tentam navegar em sua casa depois que ela cai na escuridão literal e metafórica. Skinamarink é, em certo sentido, difícil de descrever, assim como é muito, muito difícil de esquecer.

A sensação que eu tive assistindo ao filme, de uma forma diferente, mas parecida no intuito, foi no grau de comparação com ‘2001: Uma Odisseia no Espaço’. E a explicação não se dá nos quesitos básicos, e sim, no envolvimento que o filme passa mesmo que a gente não entenda muita coisa que está passando na frente dos nossos olhos, na hora que está passando, mas o ar de curiosidade que continua nos levando para frente na história.

Sendo claro com vocês: Skinamarink é lento. Ball evoca a sensação de ser uma criança à noite em casa, quando de repente está escuro e o lugar mudou de uma casa normal para uma potencialmente mal-assombrada com terror à espreita em cada esquina.

Há também uma sensação estranha e perigosa dentro de casa, especialmente quando as crianças parecem estar totalmente sozinhas em casa, os pais aparentemente longe de serem encontrados depois de algum tempo. Uma cena mostra uma figura sombria no quarto dos pais, uma voz acenando: “Olhe embaixo da cama”. Em outra cena, uma das crianças diz: “Não quero falar da mamãe”. Mais tarde, percebemos que algo de ruim certamente aconteceu com os pais das crianças, e quando as crianças pedem seus pais de volta, a presença que claramente invadiu sua casa fica com raiva, até vingativa.

A forma experimental de Skinamarink é empolgante porque, embora haja bastante áudio, ele depende muito dos recursos visuais para impulsionar a narrativa, enquanto o diálogo esparso apenas preenche um pouco o fundo. E ainda assim, a mente gira enquanto a trama nebulosa se desenrola enquanto tenta juntar as peças do que realmente está acontecendo. Isso faz parte da diversão macabra. 

No topo do impulso visual do filme está o fato de que não temos um vislumbre completo e claro de ninguém da família, principalmente apenas recebendo o diálogo de vozes desencarnadas, como uma casa cheia de fantasmas em vez de uma casa ocupada por seres humanos. Imagens um tanto abstratas direcionam a narrativa em Skinamarink, mas no final há dúvidas quanto ao enredo do filme.

A única coisa que fica dolorosamente clara perto do final do filme é que uma força das trevas tomou conta da casa em que a história se passa, e todos dentro da casa estão com sérios problemas.

Os móveis de cabeça para baixo e as fotos do corredor não são apenas momentos para fazer o sobrenatural se sentir presente, eles tocam no final de Skinamarink e como a presença sobrenatural na casa afeta a família. Perto do final do filme, a casa está literalmente virada de cabeça para baixo, simbolizando a maneira como a vida da família foi virada de cabeça para baixo. Há uma cena perturbadora de um corredor no final do filme, depois que uma legenda sugere que a criança restante está dentro de casa há mais de um ano. A foto continua de cabeça para baixo, embora se afaste, cada vez mais longe, como se fosse apenas uma memória.

Realmente não há outro filme como Skinamarink, e isso pode ser considerado bom ou ruim. Novamente, não será um filme para todos. Os fãs de terror são notoriamente inconstantes, então algo como esse filme atrairá apenas os fãs de terror que gostam de estilos de filme experimentais e de vanguarda. O filme cumpre o seu papel se você conseguir se acomodar e curtir o estilo dele aqui. É um pesadelo nostálgico, como um filme que você se lembra de ter visto quando era jovem, mas não consegue lembrar o nome, ou um sonho que teve quando era criança.

E ele fecha espetacularmente bem, com a cena final, para mim, sendo uma das melhores do terror. Uma voz, aparentemente falando com o garoto, dá sinais que está falando com a gente. Quando a voz pergunta ‘Qual o seu nome?’, eu aposto que a maioria ficou com medo de responder, e quando a pergunta é repetida outra vez, bom, daí lá se foi o boi com as cordas.

Lento, mas inteligente, o filme conseguiu ser um bom experimento, mas nada de espetacular.

Para a crítica final Skinamarink, fecho com a nota 7/10.

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