Kenneth Branagh é hoje um diretor e ator consagrado. Ele se notabilizou como uma pessoa dedicada aos clássicos de Shakespeare; depois ele mostrou sua versatilidade para vários gêneros e estilos, indo de Hamlet a Harry Potter.
Belfast é um projeto pessoal e autobiográfico de Kenneth, acalentado há vários anos e só agora transformado em realidade. Em entrevistas, Kenneth revelou que a pandemia o incentivou a levar em frente esse projeto. É uma das apostas para o Oscar desse ano, concorrendo a sete estatuetas, incluindo filme, direção e roteiro.
Com poucos diálogos, Belfast leva o espectador a Belfast de 1969 nos olhos de uma criança de uns 8 anos. Da noite pro dia, vizinhos que conviviam normalmente passam a viver dias de terror com a eclosão da violência entre protestantes e católicos. A inocência da infância é maculada a partir daí. Mesmo assim, ela teima em florescer, apesar do mundo se fragmentando ao redor.
O relacionamento com a família, em especial com os avós é um grande destaque do filme. Além do dia a dia na escola e fora dela. O contraste da juventude de hoje, imersa no mundo virtual, com as crianças dessa época não tão distante assim é brutal.
O filme mostra como as crianças sentem o que ocorre a sua volta, mesmo sem se expressar verbalmente.
O elenco casa perfeitamente com o filme. Não somente a sempre rainha Judi Dench, mas todos os atores, incluindo o jovem protagonista Jude Hill.
Belfast é um filme corajoso. Intimista, rodado quase inteiramente em preto e branco. A cor é usada somente para mostrar a Belfast atual e alguns detalhes de poucas cenas ao longo do filme.
Com certeza é um filme que vale a pena ser visto para quem curte um drama intimista, e real.
Nota do Crítico: 4/5.
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