The Lord of The Rings: Gollum, desenvolvido pela Deadalic Entertainment GmbH e publicado pela Nacon, aborda acontecimentos anteriores a “Irmandade do Anel”, contendo uma história fiel a obra de J.R.R Tolkien.
Possuindo habilidades únicas, devemos explorar locais famosos, passando por Orcs e escapando de Elfos. Nessa jornada, decidimos qual personalidade de Gollum deverá permanecer: Sméagol e sua personalidade amigável ou Gollum com sua personalidade difícil e traiçoeira.
Ao jogar, quando terminei meu teste para esta review, a primeira coisa que passou na cabeça foi: joguei jogos piores. Sim, Gollum possui uma série de defeitos inaceitáveis em jogos atuais e certamente deveria ter aguardando um prazo maior para sua liberação. Porém, é um jogo que entre a escuridão e a luz, possui pequenos focos de iluminação e esperança.
O universo de “O Senhor dos Anéis” é complexo, fascinante e engloba uma legião de fãs ao redor do mundo. Com a série da Amazon, retornando aos holofotes, um novo jogo sobre o universo de Tolkien era realmente necessário? Principalmente um jogo abordando apenas o universo de Gollum? Sim e não.
A abordagem da história, assim como a dublagem dos personagens, fornecem conteúdo e imersão fieis a obra e a dublagem tão conhecida. Porém, são os únicos pontos positivos que, certamente, não são elementos chave para o sucesso de um jogo.
Conheço a obra de Tolkien, porém, não sou fã ardorosa. Adorei os filmes, assisti o filme biográfico sobre a história de Tolkien e entre minhas horas na internet, li artigos interessantes e curiosos sobre os personagens e sua complexidade. Você, fã de Tolkien e seu universo, certamente ficará perplexo com o nível de desenvolvimento apresentado no jogo…
Problemas consideráveis e assustadores
Infelizmente, Gollum possui problemas graves. O nível de desenvolvimento apresentado é terrível. São texturas sem acabamentos, personagens modelados de forma amadora e confusa, alguns sem expressão. A iluminação afeta o cenário e personagens dependendo do ângulo da câmera, tornando a visão “monstruosa”. O jogo é linear, sem grandes áreas para se explorar ou elementos que mantenha o jogador interessado.
Não consegui criar vínculo com Gollum/Sméagol e sua jornada. Apenas segui adiante, utilizando a movimentação de Gollum, atravessando pelo cenário, ficando em modo stealth quando necessário e realizando as ações que eram requisitadas. Sem profundidade, sem ligação, sem animação.
O único elemento que realmente impressionou, foi a dublagem, a qual gostei bastante e entregou a experiência auditiva necessária para uma obra do universo de Tolkien. Além disso, a movimentação de Gollum no controle do PS5 apresentou fluidez, com poucos momentos de confusão ou atrasos nos comandos. Teria potencial se o personagem e cenário auxiliassem na jornada.
Os níveis não são agradáveis, muito escuros demais e as áreas onde devemos pular ficam confusas em meio aos problemas de texturas ao mover a câmera. O Stealth é simples, com gramas altas atuando como auxiliar. Além disso, existem pedras para a distração de inimigos ou atuar como ferramenta para resolução de puzzles. A transição entre nossas escolhas e a personalidade do personagem não é marcante e poderia ser descartada no resultado final.
Desenvolvimento limitado
Em vários momentos me peguei observando o tamanho dos problemas visuais gritantes, lembrando da época dos jogos de PS3/360 de baixo orçamento ou que não se encaixavam na categoria AAA. Muitos tinham problemas eram gritantes em seu desenvolvimento, principalmente, devido a tecnologia limitante. Porém, estamos em 2023, onde Unreal Engine 5 é uma realidade, recursos como Ray Tracing e DLSS dominam o mercado.
Após o lançamento, os desenvolvedores pediram desculpas sobre os problemas. Mas até que ponto a indústria de jogos terá que realizar comunicados pós lançamentos, com jogos cada vez mais caros em pré-venda, principalmente no Brasil? O público gamer tem o direito de exigir o mínimo necessário para uma boa experiência. Sim, eventuais problemas após o lançamento são comuns, corrigidos por patches, no entanto, sua posição deve ser mínima, não estragando a experiência maior de um jogador.
Gollum teria potencial. Porém, ao optar por um material abaixo da expectativa do mercado gamer, tornou o jogo irremediavelmente difícil como entretenimento.
Gamertido
The Lord of The Rings: Gollum falhou. A jornada de Sméagol e Gollum merecia um ambiente intrigante, um desenvolvimento à altura e uma carta de amor aos fãs de Tolkien. Tolkien certamente revira-se no túmulo neste momento. Um jogo com potencial, que não chega nem a altura do que deveria ter sido.
6/10
*** Uma Key foi fornecida por parte da publisher para teste do jogo ***
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