Desde moleque, sempre me aventurei em jogos de futebol promissores, começando pelo Atari, passando pelo Nes, Snes, Arcade e dando saltos gráficos para jogos mais atuais. O futebol é o primeiro contato que muitos garotos têm com o esporte na infância, em países de terceiro mundo, além de divertido, pode ser um dos grandes motivos de sua popularidade mundial.
Ao longo dos anos, a indústria dos games realizam inúmeras tentativas para sair do modo convencional e apresentar novas dinâmicas para os jogos desta modalidade. Em Capcom’s Soccer Shootout, da A-Max e Capcom, a empresa já tinha sua visão visionária ao permitir partidas fora dos gramados, indo para as quadras indoor; (de salão).
No FIFA 97, era nítida a tentativa de fazer o mesmo, mas, sem o mesmo sucesso. jogos não representavam fielmente as regras do futebol de salão, sem a existência da saída de bola para lateral, por exemplo, facilitando uma tabela.
Uma década depois dá chegada das primeiras tentativas das quadras indoor nos consoles. A EA lançaria novamente o estilo, desta vez, de forma diferenciada, colocando craques do futebol da atualidade, dentro das quadras. Com o jogo intitulado de FIFA Street.
Sendo o primeiro jogo de futebol da empresa sem o foco nos gramados. Com foco em dribles de futebol de rua, com jogadas mirabolantes e até especiais para cada jogador. O jogo contou com quatro títulos sendo o último lançado em 2012, descrevendo com uma reformulação dos títulos anteriores, para apagar algumas críticas lançada em cima da franquia. Aliás, o jogo cairia no limbo e não receberia outro título.
Até que, em 2019 , a EA retornaria com o gênero, agora rebatizado de “VOLTA”, modo dentro do (FIFA20). Substituindo a trilogia de “A Jornada” protagonizado por Alex Hunter, personagem central do jogo. Com algumas mecânicas mais realistas do que o Street, o modo coloca o jogador em competições de futebol de rua, viajando por diversos países do globo.
Entretanto, a Maximum Games, juntamente com a SFL Interactive, anunciaram o seu jogo Street Power Football (nos EUA, Street Power Soccer). É no Street Power Football que será nosso foco daqui em diante.
Street Power Soccer trouxe a promessa de transformar o jogador em um verdadeiro “Rei do Futebol” de rua, com diversos modos competitivos, além do “Modo História“. Revelou um jogo com grande potencial para ser apontado como brilhante, se não fosse por alguns erros de execução.
Virei rei!
Become King, é claro que terá todo o fundamento da modalidade e onde nós aventuramos em diversas disputas. Contamos com a “mentoria” de Séan Garnier, explicando toda a lógica do jogo que deverá ser feito.
Mas, minha experiência no conceito de sensação de controle da jogatina, foi um desespero. Mesmo, sendo um entusiasta do gênero foi um tanto complicado aprender e memorizar todas as informações dos comandos no “tutorial”. Ao tentar reinventar controles simples que dão certo em outras franquias, acabam complicando quando ainda não há uma experiência usual do que está sendo desenvolvido. No fim da explicação, eu já não lembrava mais dos primeiros comandos que deveriam ser executados.
Toda dinâmica explicada por Garnier é interessante e animadora, de fato, ele sabe como agitar o ânimo dos jogadores.
Graficamente o cenário e todos os personagens têm um visual cartunesco e estilizado, que é até “ok”, para o padrão proposto pelos desenvolvedores. Também é possível personalizar os personagens com tatuagens, roupas, tênis, entre outros, tudo isso é excelente.
Por falar em personagens, o jogo conta com diversos atletas que estão participando de SPF, tais como Yoanna Dallier, Andreas Freestyle, Yo Katsuyama, Kazane Flower Boy Shimazaki, Cris Freestyle, Peter Karasek, Laura Biondo e Boyka Ortiz. Além do fenômeno da categoria Easyman, o Rei de Panna (Jeand Doest) e a atleta brasileira Raquel Benetti e muito mais. Cada um dos atletas tem estilos próprios.
Os cenários tentam representar a essência de cada cidade ou local, para ambientar a região. O Brasil conta com dois locais icônicos como a praia de “Copacabana” e outro na favela,com visual característico provavelmente inspirado na “Rocinha”, na cidade do Rio de Janeiro. Você encontra até uma “Barbearia Zé do Carmo”, tudo isso é um ponto positivo ao jogo.
Trilha sonora de Street Power Football
Os desenvolvedores capricharam na trilha sonora, incluindo hits consagrados e destaque para o remix de “The Rhythm of the Night”, originalmente interpretado pela cantora brasileira Olga Maria de Souza do grupo CORONA — Não relacionado ao coronavírus.
Contudo, não é só uma ambientação e trilha que faz um jogo. O conjunto da obra será válido se for um marco no estilo.
COVID-19
Muitos desenvolvimentos de jogos foram nitidamente afetados pela pandemia, deixando o mundo em uma crise global, adiando e apertando o calendário dos lançamentos de jogos.
Não posso afirmar que, Street Power Football tenha ocorrido o mesmo em seu desenvolvimento, mas, ficou claro que o jogo foi entregue de maneira corrida.
Sobre os modos de jogo preferi enfatizar somente na parte final, considerando que a jogatina vale muito para um veredito!
Devemos observar que SPF está mais para um jogo de futebol voltado ao RPG, do que um simulador ou arcade. Seus modos de jogo não incentivam os jogos casuais, ao contrário, são todos para transformar o jogador em um verdadeiro “Rei das Ruas”, com dribles para humilhar o adversário. Sempre leve isso em consideração.
Os modos de jogo
Se quiser ter uma liberdade “Freestyle” será algo como faça seu estilo, uma combinação de comandos que deverão ser executados no tempo certo, já famosos em jogos como Guitar Hero.
No Panna, é um verdadeiro esculacho, já que é necessário efetuar uma “Caneta” no outro. O problema é a resposta dos controles, quase sempre não é possível ter a sensação do drible ou simplesmente não respondem nossas ações.
Tricky Shot, é o modo que mais gostei dentre todos que testei. Ele apresenta alguns desafios, sem muita dificuldade, chega ser interessante. Ademais, mirar com a seta em alguns objetos, e ter uma precisão da força do chute, além de tabelar com elementos do cenário é desafiador. Este é possível ficar obcecado para conseguir cumprir tudo em tempo hábil. Foi o que menos encontrei problemas técnicos.
Street Power Football é o casual, jogando 1v1, 2v2 e 3v3; neste modo é possível aplicar os fundamentos de um verdadeiro jogador de rua, no entanto, pode se mostrar um verdadeiro pesadelo para quem estiver jogando. Sinceramente, a câmera do jogo não é intuitiva e não consegue acompanhar as jogadas e ficamos com as mãos Ooops… os pés atados, sem conseguir definir o lance, em virtude desse problema.
Torcida, e câmera genérica
Quando jogamos em 3v3, o jeito que utilizamos para chamar um companheiro da equipe é ruim e tudo é feito de maneira manual, o que não funciona com exatidão. Outra frustração é saber que o chute a gol, tem o mesmo dinamismo que as miras automáticas em jogos de “FPS”. É, apontar, atirar, “é gol” —; Chega ser chato, já que não existe uma dificuldade em mirar.
Esperava uma experiência melhor. Como citei acima, a trilha é extraordinária, o que anima ao jogar este modo. Isso não encerra todos os problemas. Um jogo de futebol a torcida é algo essencial, é nesse momento que observamos o défice orçamentário, os sons de torcida são genéricos não representando todo calor de um jogo.
O último modo “Become King”, que é uma combinação de todos os modos já citados. Nele você deve passar por esses desafios para se tornar o Rei das Ruas, e mostrar para todos que domina todos os estilos de Freestyle.
Veredito
Com boas ideias, mas não consegue entregar o que prometeram de forma satisfatória. Se alguém perguntar se o jogo vale a pena, eu diria, caso a pessoa tenha alguma “fé” para aguardar atualizações futuras dos desenvolvedores corrigir todos os problemas técnicos, até é uma aposta. Caso contrário, não é um jogo para se divertir entre os amigos, mesmo com um modo multiplayer e online.
No último mês, lancei um vídeo do jogo com uma jogatina casual que é possível acompanhar no link direto do Youtube.
O jogo está disponível para Xbox One, PS4, PC e Nintendo Switch.