Review de Avowed o Skyrim da Shopee

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“Avowed” é um RPG desenvolvido pela Obsidian Entertainment e publicado pela Microsoft, lançado oficialmente em 18 de fevereiro de 2025, após um período de acesso antecipado no dia 13 de fevereiro. Disponível para Xbox Series, PC Windows via Steam e Game Pass, o jogo chega com a promessa de oferecer uma experiência profunda em um mundo aberto cheio de exploração e combates estratégicos.

Desde seu anúncio, muitos jogadores imaginaram que “Avowed” poderia ser um sucessor espiritual de Skyrim, já que compartilha diversas mecânicas, como exploração em primeira e terceira pessoa, sistema de RPG clássico e liberdade de escolha. Mas será que o jogo realmente entrega tudo o que foi prometido? É o que irei contar para vocês sobre s principais aspectos, incluindo gráficos, jogabilidade, combate, história e imersão, além de apontar os pontos fortes e fracos dessa nova produção da Obsidian.

Gráficos e Ambientação: Bonitos, Mas Sem Grande Inovação

A primeira impressão ao entrar no mundo de “Avowed” é positiva. O design dos cenários são acima do que imaginava ao olhar os vídeos liberadores pela desenvovledora., com biomas multicoloridos e bem trabalhados. Você encontrará florestas vibrantes, rios cristalinos, cachoeiras e cidades visualmente instigantes. Os monstros e personagens também possuem um design bem detalhado, tornando o jogo visualmente atraente.

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Apesar desse capricho gráfico, não há um grande salto de inovação. Comparado a outros RPGs da nova geração, “Avowed” não se destaca tanto. Um dos problemas mais perceptíveis está nas expressões faciais dos personagens, que parecem robóticas e sem emoção, dificultando a conexão do jogador com a narrativa. Também quando entramos em ação com os cenários, que conterei mais para frente, desaponta um pouco.

Ao explorar o mundo, percebe-se que ele não é tão vivo quanto poderia ser. Diferente de títulos como Red Dead Redemption 2 ou The Witcher 3, os NPCs não possuem rotinas orgânicas, fazendo com que o ambiente pareça estático. Embora o cenário seja rico em detalhes, falta aquela sensação de um mundo realmente habitado e reativo às ações do jogador.

Jogabilidade e Combate: Muitas Opções, Mas Mecânica Travada

A jogabilidade de “Avowed” traz uma ampla variedade de opções. O jogador pode escolher entre espadas, arcos, magias e habilidades especiais, além da possibilidade de alternar entre a visão em primeira e terceira pessoa, assim como nos jogos da série “The Elder Scrolls”. Utilizará invocações para ajudar no combate, entre outros artifícios, conhecido em RPGs como Baldur’s Gate 3, Dragon Age e mais.

Mesmo que essa diversidade seja um ponto positivo, o combate não é tão fluido quanto deveria. Os ataques parecem rígidos e pouco naturais, com animações que dão a impressão de uma leve travada antes do golpe final. Esse tipo de problema pode comprometer a experiência de quem espera batalhas mais dinâmicas e responsivas.

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Outro fator que afeta a jogabilidade é a inteligência artificial dos inimigos. Durante as lutas, alguns monstros parecem cegos ou simplesmente não percebem o jogador, mesmo quando deveriam estar em alerta. Esse problema faz com que os combates percam parte do desafio e da imersão, algo que poderia ter sido melhor trabalhado.

Como citei anteriormente, o impacto dos golpes não é convincente. Ao usar uma espada ou machado, há um pequeno atraso na resposta da animação, fazendo com que os ataques pareçam menos impactantes do que deveriam. Isso pode gerar estranheza e até diminuir a satisfação de acertar um inimigo durante os confrontos.

História e Narrativa: Um RPG Que Exige Paciência

A trama de “Avowed” é ambientada no mesmo universo de Pillars of Eternity, funcionando como um spin-off desse RPG aclamado da Obsidian. Entretanto, esse vínculo pode ser um problema para jogadores que nunca tiveram contato com Pillars, já que o jogo não faz muito esforço para introduzir novos players ao seu universo.

Além disso, um dos aspectos que pode incomodar alguns jogadores é a quantidade excessiva de diálogos. RPGs são conhecidos por suas tramas ricas e detalhadas, mas “Avowed” exagera na dose, chegando a ultrapassar até mesmo o nível de alguns RPGs japoneses conhecidos pelo excesso de texto.

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Quem gosta de narrativas complexas e está disposto a ler bastante pode achar esse aspecto positivo. Ademais, para aqueles que preferem um ritmo mais acelerado e dinâmico, essa abordagem pode se tornar cansativa, levando muitos a pular diálogos importantes e perder parte do enredo. — Confesso que gosto de títulos profundos, mas achei na minha visão uma história sem apelo emocional para lhe prender em ler tudo. Diferente da trilogia de Mass Effect, na qual, fazemos questão para ler cada códex e conhecer um pouco mais da trama.

Acreditei que o problema estivesse em jogar em terceira pessoa ao invés da primeira como estava sendo creditado antes das vésperas do seu acesso antecipado. Sinceramente, em primeira pessoa há momentos que tanto os inimigos, monstros e aliados parecem estar em câmera lenta. Não consigo definir o momento, fiquei bastante incomodado com isso. Talvez, até provoque ansiedade para algumas pessoas que possuem hyper foco e deseja liquidar os adversários.

Outro problema da narrativa é que as escolhas de diálogo não são tão impactantes quanto deveriam. Muitas respostas levam a consequências semelhantes, fazendo com que o sistema de decisões pareça menos profundo do que em outros jogos do gênero.

Mundo Aberto e Exploração: Grande, Mas Pouco Imersivo

A sensação de estar em um mundo extenso e cheio de possibilidades não é de fato presente e em “Avowed”. Você pode explorar diferentes regiões, interagir com NPCs, encontrar itens e aprimorar suas habilidades. Ainda assim, sente que está faltando algo na sua jornada.

Se você está acostumado a jogar alguns dos títulos que mencionei nesta análise, deve ter percebido que, nesses jogos, os personagens dos vilarejos sempre demonstram algum tipo de movimentação, mesmo que estejam distantes do nosso personagem. Aqui, no entanto, a experiência é diferente: em certos momentos, grupos de quatro a seis pessoas estão conversando, mas todos permanecem completamente estáticos, como se fossem estátuas. Para que alguma ação ocorra, é preciso se aproximar bastante deles.

O mesmo acontece com os inimigos, dependendo do local. Muitos estão sentados ou de costas e, mesmo sem terem visto a personagem, reagem instantaneamente com ataques assim que ela se aproxima sorrateiramente. Esse tipo de comportamento era comum apenas em jogos antigos de RPG, mas nos títulos mais bem desenvolvidos, essa falha já havia sido superada.

Durante o combate, testemunhei momentos em que monstros e animais colidiam desajeitadamente entre si, como se estivessem presos em um loop sem sentido—uma cena que inevitavelmente me levou a questionar se o jogo passou por um rigoroso controle de qualidade antes do lançamento.

É surreal que, em pleno 2025, ainda nos deparemos com esse tipo de problema, especialmente considerando os altos investimentos destinados ao desenvolvimento de grandes títulos. O que torna essa situação ainda mais intrigante é o fato de que, com orçamentos significativamente menores, já vimos jogos entregarem uma imersão convincente, com poucos deslizes técnicos e uma inteligência artificial dos NPCs muito mais refinada.

No entanto, a exploração não é tão recompensadora quanto poderia ser. Apesar do tamanho do mapa, muitos elementos do mundo não reagem às ações do jogador, tornando a jornada menos imersiva. O sistema de loot e progressão existe, mas não traz aquela sensação de conquista marcante vista em outros RPGs.

Outro ponto que pode desagradar alguns jogadores é a necessidade de farmar constantemente. Para fortalecer seu personagem e enfrentar inimigos mais poderosos, será preciso passar tempo batalhando e coletando recursos. Esse aspecto pode agradar quem gosta de um desafio prolongado, mas pode se tornar frustrante para aqueles que preferem uma progressão mais orgânica.

Trilha Sonora e Imersão: Boa, Mas Não Memorável

A trilha sonora de “Avowed” cumpre seu papel, trazendo músicas que combinam com a ambientação e ajudam a construir a atmosfera do jogo. Porém, não há faixas realmente marcantes que se destaquem dentro ou fora do gameplay.

Ao analisar a trilha separadamente, percebe-se que falta aquele impacto épico esperado de um grande RPG. Não há músicas que fiquem na cabeça do jogador ou que elevem momentos específicos da trama.

Isso não significa que a trilha seja ruim, mas ela não se destaca como um dos pontos fortes do jogo. Em comparação com outros RPGs que possuem composições inesquecíveis, “Avowed” fica em uma posição mediana nesse quesito.

A trilha sonora ficou a cargo de Venus Theory, um compositor que já colaborou com estúdios como Discovery, Amazon, Apple TV, Hulu, entre outros. No entanto, a responsabilidade atribuída a ele aqui foi um fardo maior do que poderia suportar.

O projeto deveria ser grandioso, algo avassalador, capaz de abrir novas portas. Infelizmente, não foi o que aconteceu. Mas esse é um assunto para uma análise futura — quem sabe em uma publicação dedicada à trilha sonora de Avowed.

Gamerdito Vale a Pena Jogar Avowed?

Ao longo da análise, vimos que “Avowed” entrega uma experiência de RPG interessante, mas com algumas falhas que impedem que o jogo atinja todo o seu potencial. Ele possui pontos positivos, como gráficos bonitos, jogabilidade fluída e um mundo com possibilidades; entretanto também sofre com combate travado, inteligência artificial fraca e um excesso de diálogos que pode cansar certos jogadores.

Pontos Positivos:

✔️ Gráficos belos e bem trabalhados, com biomas interessantes e ambientação caprichada;
✔️ Opção de primeira e terceira pessoa, permitindo que o jogador escolha seu estilo preferido de gameplay;
✔️ Variedade de armas e habilidades, possibilitando um leque de personalização e evolução do personagem;
✔️ Disponível no Game Pass, tornando a experiência mais acessível sem necessidade de um investimento imediato e Day One.

Pontos Negativos:

Combate pouco fluido, com animações engessadas que afetam a imersão e a satisfação nas batalhas;
Inteligência artificial inconsistente, com inimigos que não reagem de maneira realista em diversas situações;
Excesso de diálogos, tornando o ritmo do jogo arrastado para aqueles que preferem uma narrativa mais dinâmica;
Falta de personagens carismáticos, o que pode dificultar a conexão do jogador com o enredo;
Exploração menos recompensadora do que se esperava, com interações limitadas no mundo aberto.

Gamerdito (Nota Final): 7.0/10

Por fim, Avowed é um jogo com boas ideias, mas que não entrega uma experiência marcante o suficiente para se tornar um dos grandes RPGs da geração. Ainda assim, ele pode ser uma boa pedida para fãs do gênero que gostam de universos ricos e mecânicas de customização, especialmente para aqueles que já estão familiarizados com Pillars of Eternity.

Se você tem o Game Pass, vale a pena conferir sem gastar um valor cheio no jogo. Em outras palavras, vale jogar para passar o tempo e conhecer um pouco mais do universo iniciado em Pillars of Eternity —; sinceramente é melhor aguardar algumas atualizações ou promoções antes de investir no título.

Avowed - Official Launch Trailer

Lembrando que o título havia ganhado em nosso Lemon Game Awards como o Flop do Ano.


Fique ciente de que esta review é independente e não recebemos uma chave de jogo de Avowed pela Obsidian Entertainment ou Xbox Game Studios.

Jefão Calheiro
Jefão Calheiro
Apaixonado por games, filmes de ficção científica, séries e tudo que envolve tecnologia e inovação, com mais de 15 anos de experiência comentando e analisando esses temas. Além disso, sou curioso por astronomia e, nas horas vagas, tento observar o cosmos como um astrônomo amador. Acredito no poder das opiniões e no respeito à diversidade de pensamentos. Em minhas análises, busco compartilhar conhecimento de maneira clara e acessível, ajudando o público a se conectar com as novidades do mundo do entretenimento e da tecnologia. Ah, e como bom flamenguista, vibro junto com o maior clube brasileiro, o Flamengo! Vamos, gamernéfilos, porque todo dia tem novidade nesse universo em constante expansão. =)

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