Assassin’s Creed Valhalla foi desenvolvido pela Ubisoft Montreal e publicado pela Ubisoft, onde os players assumem Eivor (versão masculina/feminina), por volta do século IX (873), durante a invasão de Vikings na Grã Bretanha. Junto com nosso personagem, nos juntamos a outros clãs da Escandinávia, que formam o Grande Exército Pagão.
A história começa como uma busca por vingança, se tornando algo muito maior, quando partimos para a Inglaterra, buscando uma nova vida, mesmo que repleta a sangue. A Ubisoft joga muitas decisões do jogo sob nossas costas e essas decisões afetam nossos aliados e inimigos, onde saberemos se personagens vivem ou morrem, permanecem na Inglaterra ou partem para sempre. Eivor e seu irmão, Sigurd, deixam sua família para trás e levam seu clã para um novo mundo.
Conduzimos nossos companheiros a um acampamento abandonado, começamos a fazer contato com outros vikings e também líderes anglo-saxões e a forma como “Valhalla” começa a se desenrolar, fica mais clara. Do grande salão de nosso acampamento, podemos pesquisar um mapa da Inglaterra e encontrar regiões onde moradores precisem de apoio para resolver algum problema. A seleção desses locais da início a uma cadeia de missões, chamados no estilo Viking, basicamente servindo como um conto contido na narrativa abrangente.
Transformar nossa casa em Ravensthorpe em uma metrópole medieval não é fácil. Ela funciona como nossa base de operações, onde podemos atualizar a cidade com vários edifícios para tornar a vida mais confortável. Dentre as estruturas, incluem: um estaleiro, para customizar barcos, uma ferraria, para aprimorar armas e armaduras , um estúdio de tatuagem, para customizar os personagens, entre outros. Fazer a cidade funcionar é um empreendimento um tanto quanto caro, felizmente existem lugares os quais podemos saquear.
Ravensthorpe é a alma de Assassin’s Creed Valhalla, em termos históricos e de jogabilidade. Devemos expandir e fortalecer Ravensthorpe, onde nosso clã pode levar uma vida confortável e tudo que fazemos no jogo gira em torno dessa linha central. Retornar a Ravensthorpe, é como retornar para casa após uma longa batalha, e observar o que era apenas uma coleção de tendas se tornando uma cidade agitada, é realmente, gratificante.
Ao atravessar rios, encontramos cidades e mosteiros cheios de pilhagens prontas para serem coletados. Este, sem dúvida, foram meus momentos preferidos em “Valhalla“, entramos em batalha, observando crânios inimigos sendo quebrados, incêndios em edifícios e flechas em chamas, sempre torna um jogo emocionante. O sistema de combate concede a sensação de algo pesado, porém, ágil.
Entre tarefas essenciais, podemos escalar torres de fortalezas, montanhas ou torres de igrejas, fazendo com que tesouros ou histórias secundárias apareçam no mapa, e neste momento, Evior pode encontrar lugares para caçar animais, procurar novas armas ou armaduras e completar tarefas rápidas, fornecidas por personagens auxiliares. Nosso personagem também pode se misturar a multidão, embora os inimigos o detectem rápido e é um recurso o qual não gostei, como em Assassin’s Creed anteriores.
Em termos de combate, “Valhalla” apresenta um estilo de combate mais amplo, onde conseguimos utilizar, praticamente, todas as armas. O jogo apresenta um foco no recurso de árvore de habilidades, em vez do tradicional sistema de nivelamento, onde os inimigos são igualmente classificados com base na coleção de habilidades. Nossas escolhas causam impacto em nossas alianças e mudam a história.
Rumo ao combate….
Com a temática Viking, os confrontos corpo a corpo tomam proporções maiores, porém o elemento furtividade ainda está presente. Quase sempre temos a chance de procurar um esconderijo, mas na maioria das vezes, ficava feliz em correr e atacar o adversário. De certa forma, essa mudança de ritmo no jogo agregou um elemento libertador. Temos a disposição um vasto arsenal de armas antigas como espadas, machados de batalhas e uma variedade considerável de arcos. Tudo transmite um elemento de familiaridade. No entanto, “Valhalla” adiciona elementos de atordoamento ao combate. Conforme você ataca quebrando a proteção do inimigo ou evitando ataques, a barra de atordoamento do inimigo enche. Esses ataques são extremamente úteis, dando a sensação que devemos aprender a mecânica de bloqueio e o gerenciamento de resistência, para tirar proveito deles.
Conforme completamos as missões, matando inimigos, adquirimos pontos de habilidade que podem ser usados para melhorar as estatísticas do nosso personagem. Pode soar um pouco confuso de início, pois existem muitas habilidades e vantagens para se desbloquear. Porém, a árvore de habilidades do nosso personagem deixa a porta aberta para vários experimentos. Algumas dessas habilidades são completamente loucas, podendo equipar até 8 habilidades de uma vez, abrindo o leque de opções no que diz respeito as eliminações.
Andando a pé, a cavalo ou em um barco, o mundo de “Valhalla” é enorme. Além de enorme, é repleto de segredos para se descobrir e cenários para se observar. Da Noruega, as ruínas romanas, há uma quantidade surpreendente de visuais. O tempo das missões paralelas foi reduzido consideravelmente, “Valhalla” respeita seu tempo, mas não quer dizer que os que adoram elementos adicionais possam ficar desapontados, o jogo continua com uma série de eventos espalhados pelo mapa.
Em termos de narrativa, “Valhalla” é um pouco lento. Começa forte, mas ao chegar a Inglaterra, o ritmo parece ter sido congelado. E quando as coisas melhoram, a aventura retoma sua forma, digna de um Assassin’s Creed.
Os inimigos parecem, basicamente, todos iguais, mesmo havendo uma variedade deles. Até seus ataques e defesas. Mesmo alguns sendo maiores e outros menores parecem iguais, dando a nós, jogadores, a opção de matar como desejamos, e não necessariamente de um domínio tático elevado.Por um lado, isso é bom. Tem momentos em que prefiro sair atacando a todos, em vez de só eliminar com base na furtividade.
Na maioria das vezes, minha personagem é acompanhada por um esquadrão de guerreios Viking, para ajudá-la. O sistema funciona. Este conceito de trabalhar consistentemente em cooperação com aliados NPCs significa que o elemento furtivo não é o foco.
Sua saúde não regenera mais automaticamente, porém, existem uma série de consumíveis espalhados pelo ambiente.Eles costumam repor nossa saúde, e caso esteja cheia, podemos adquirir como se fosse um estoque limitado do item em questão, se precisar de uma cura de emergência.
Por outro lado, o nível de dificuldade ao lidar com inimigos de nível superior ao nosso, aumentou. No último assassins que joguei (Odyssey), ao atacar um assentamento, ou combater um inimigo de level mais alto, com certa paciência e armas certas, conseguia superá-los. Agora, está complicado. Quando tentamos encarar tais inimigos em “Valhalla“, lidamos com uma morte quase que certa.
Outra mudança importante na questão de jogabilidade é a introdução de Raids. Eivor e nosso clã precisam assumir grandes assentamentos para obter recursos e suprimentos. Essa foi uma boa adição da Ubisoft, que quebra a sequência normal de busca e faz diferença no jogo. Essas missões não podem ser executadas em modo solo, necessitando que naveguemos até a costa com nossa tripulação ou convocando a mesma para iniciar o ataque.
O sistema de detecção no jogo é um pouco estranho, sensível demais, o qual inimigos percebem nossa presença com facilidade, embora este elemento seja algo que consegui contornar e aprendi a lidar, nunca entendia por qual motivo, um inimigo tinha me detectado, sendo que não estava em seu campo de visão por tanto tempo assim…
Não poderia deixar de fora o barco, ele retorna em “Valhalla”, porém, mais como um meio de transporte do que qualquer outra coisa. Evitando o combate naval dos jogos anteriores, usamos o barco , principalmente, para atravessar a complexa rede de rios em toda a Inglaterra. Também podemos bater em outros barcos, mas fora isso, é um barco de transporte. O barco também é parte integrante de atividades que vamos realizar, geralmente para invadir mosteiros para pilhar e saquear marteriais, para nosso próprio assentamento.
Aparentemente, “Valhalla” pode parecer mais do mesmo, mas há mudanças e novos recursos que são suficientes para continuar jogando e explorando todo potencial que o jogo tem a oferecer. Além disso, as colinas verdes da Inglaterra ou os bosques outonais abrigam todo tipo de segredos sombrios. Existem bruxas, criaturas para caçar, cogumelos para consumir…Nesse aspecto, “Valhalla” se inclina para a mitologia, indicando o caminho da fantasia, quando você não está focado nas lutas e conquistas.
Os personagens que encontramos pelo caminho, em nossas viagens, se alternam entre acolhedores e alguns, dignos de medo. Ao optar por jogar com a versão feminina de Eivor, lidei com uma personagem de voz rouca, interessada apenas em perseguir seu objetivo, ainda mais quando uma tarefa era destinada a ela.
Felizmente , ela está cercada de um elenco excepcional, como figuras históricas desde Alfred , o Grande, rei de Wessex, Guthrum, um líder Viking, Ivar, o “sem ossos” e seus irmãos, Ubba e Halfdan. Além dessas personalidades, existem os personagens que animam a história com sua diplomacia, digamos, um tanto quanto perigosa. As tradições cristãs e pagãs, sejam nórdicas, celtas ou outras, se confrontam, cujas ambições são mais influenciadas por suas crenças espirituais, e menos por desejos materiais.
Também é importante destacar, que Assassin’s Creed Valhalla é um dos jogos mais violentos, sombrios e macabros da série. São cenas de muita violência com animais eviscerados, estranhas estruturas feitas de órgãos humanos e até áreas amaldiçoadas, onde teremos que encontrar e destruir máscaras possuídas.
Observando o horizonte….
Assassin’s Creed Valhalla é lindo….não vou negar, porém, existem falhas as quais preciso mencionar. Tempos de carregamentos foram um pouco além do que eu gostaria, especialmente quando utilizamos o recurso de viagem rápida. As taxas de quadros caem visivelmente e com certa frequência, muito comum nos momentos de incêndio intensos ou quando existem diversos personagens na tela, ao mesmo tempo. A IA também apresentou problemas, com NPCs se movimentando de forma estranha ou ficando parados durante o combate. Alguns inimigos, em cenas onde temos muitos no mesmo cenário, pareciam lutar com o vazio.
Outros problemas pequenos aconteceram, como uma dublagem atrasada, problemas de localização, alguns “glitches” de textura e animação, esses tipos de problemas podem ser resolvidos na versão para o PS5, mas ainda sim, necessitam de uma correção para a geração anterior. No meu caso, testei em um PS4, e no momento desta review, o PS5 e o Xbox Series X acabam de chegar ao mercado, não justificando uma melhoria no jogo na versão para PS4,que, na minha opinião, ainda terá um longo espaço no mercado de jogos, devido ao valor elevado do console atual.
Os modelos e o ambiente são absolutamente lindos.Um mundo enorme e variado, repleto de vida. Tanto a Noruega quanto a Inglaterra, me deixavam encantada com suas paisagens. É um nível de fidelidade visual que impressiona.
Escutando a natureza….
“Valhalla” não decepciona no quesito áudio, com a trilha sonora estilo Viking sendo apresentada de forma incrível e os sons das armas quebrando ou batendo no campo de batalha, entregam o mais próximo do realismo que um jogo poderia apresentar. A dublagem no jogo é de um padrão alto, tornando envolvente as conversas, mesmo com os problemas de sincronismo de dublagem apresentados acima.
Gamerdito
Assassin’s Creed Valhalla é uma aventura excepcional, com um impressionante mundo medieval, implorando a ser explorado. O recurso de construções de cidade funciona. Em muitos aspectos, ele triunfa. Possui um dos cenários mais belos e cativantes o qual tive a oportunidade de jogar. E sinceramente, recompensa quaisquer eventuais problemas que tive ao longo de minha gameplay. Mesmo que, em alguns momentos, “Valhalla” seja mais do mesmo, é divertido acompanhar Eivor e nosso clã, é uma viagem fantástica a qual percorro feliz através de rios, colinas e neve…. Vida longa e próspera as jogos de Assassin’s Creed, assim como aos elementos históricos que formaram a humanidade….
Acertou =)
Mundo enorme e com diversas atividades
Graficamente impressiona
Incrível trabalho de dublagem
Novo sistema de combate e habilidades
Combate brutal
Mitologia nórdica foi uma excelente adição
Mini jogos divertidos
Jogabilidade simplificada
Pode melhorar ;/
Alguns problemas gráficos
O jogo pode ser grande demais para alguns pessoas concluirem
Problemas com sincronismo na dublagem
IA é inconsistente
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