Assassin’s Creed Shadows – Review: O Lado Positivo ou Não

Um recomeço na Terra do Sol Nascente para esta franquia que busca revisitar momentos históricos da humanidade

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Assassin’s Creed Shadows era um dos jogos mais aguardados de 2024 antes do seu lançamento para 20 de março de 2025. O título, levando a franquia dos assassinos para o Japão feudal, se tornou um verdadeiro hype quando anunciado pela desenvolvedora francesa Ubisoft. Era um verdadeiro sonho dos fãs, mas esse anúncio aconteceu um pouco tarde; jogos como Ghost of Tsushima, Sekiro e até o próprio Rise of the Ronin representam bem o Japão com seus ronins.

Ainda assim, trouxe uma expectativa positiva como essa trama se comportaria em um dos países mais isolados no fim da Idade Média. Apesar de todas as guerras que os japoneses haviam sofrido anteriormente, eram de povos vizinhos que ousavam cruzar sua ilha ou até mesmo eles invadirem. Mas nunca europeus chegando diretamente na Terra do Sol Nascente, como conhecidos. Os portugueses foram os primeiros estrangeiros de origem europeia que puseram os pés em uma das ilhas em 1543; nesse período, o Japão passava por intensa guerra civil.

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Mesmo com desconfianças, eles foram aceitos em virtude de suas armas de fogo e também do poder marítimo que os japoneses viam como uma aliança. Ao longo dos anos, Oda Nobunaga crescia com sua astúcia e determinação impiedosa, sendo um poderoso daimyō, iniciando seu governo por volta de 1568. Nesse período de unificação do Japão, ele batalhou e conquistou diversas províncias sob seu comando. Também capaz de tudo para se manter no poder, até aniquilar seus aliados, caso tivesse convicção de que poderia ser superado por eles.

É quando iniciamos nossa história durante o período Azuchi-Momoyama, que marca a fase final do período Sengoku. Os padres jesuítas, em busca de levar o cristianismo para todo o mundo, começaram a tentar catequizar os japoneses. Alguns jesuítas aparecem no jogo e também trazem Yasuke para o Japão, onde despertou interesse do daimyō. Nesse ponto, a Ubisoft consegue explorar uma trama para deixar o jogador ciente dos acontecimentos. Visto que no início do jogo são quase 15 minutos de diálogos e cenas cinematográficas aprofundando o enredo. Nesse momento, o guerreiro africano se alia ao exército de Oda Nobunaga, começando sua jornada de incursão por diversas províncias.

Na sequência, conhecemos Fujibayashi Naoe, uma jovem que teve seu vilarejo devastado por uma das ações do daimyō. Com instinto de vingança, logo jurou honrar o nome de sua família e todo o legado inicial por seu pai, Nagato. Esse que teria uma grande reviravolta e fará todo sentido para que Naoe prossiga determinada.

Assassin’s Creed Shadows é uma revolução da franquia?

Agora que fiz toda essa introdução, é hora de focar no que realmente interessa aos nossos leitores: a jogabilidade. A história do jogo já foi amplamente explorada ao longo dos meses que antecederam seu lançamento oficial. A jovem ninja e um homem da África, devido ao seu físico e estatura, encantou Nobunaga. Além disso, os assassinos estavam no Japão ocultamente, como a hidden blade; se eles estavam ali, os templários também. Evidentemente, a gigante francesa, com a oportunidade de criar um épico no Extremo Oriente, focaria nesse conjunto de ilhas míticas.

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Eles resolveram trazer alguns elementos como mudança de clima; então, há pancadas de chuva e tempestades, nevoeiro, ventanias, frio intenso, bem no clima das estações do ano. Contudo, em partes que há neve, os personagens não sentem o frio extremo, mesmo com um traje leve. Pelo físico da Naoe e suas roupas, principalmente o efeito de RPG, isso deveria ser levado em consideração. Mesmo seu personagem ficando lento, a roupa não condiz com o clima e, na realidade, ela teria uma hipotermia e faleceria em pouco tempo. Algo ignorado pela desenvolvedora, que poderá gerar reclamações por parte dos usuários que priorizam RPG. É possível encontrar alguns soldados da guarda passando frio apenas com palha entre seus ombros, mas sem camisa; eles fazem todo o movimento característico.

Até mesmo em Assassin’s Creed Valhalla, o protagonista Eivor Varinsdottir utilizava roupas mais coerentes com aquele clima inóspito para sobreviver em ambientes gélidos. Essas temporadas vão de fato influenciar na parte furtiva; folhas, gelos, lagos sofrem dessas mudanças de estações do ano ou período. É uma novidade para a saga e título de Assassin’s Creed Shadows.

Você pode estar se perguntando se o jogo é um verdadeiro desastre e deveria comprar o jogo?! Mas é nesse momento que podemos ficar surpresos. Toda a campanha da Ubisoft girava em torno de Naoe e Yasuke, que os jogadores teriam combates diferenciados. Seja ele com a ninja em modo furtivo e o guerreiro, que muitos recusam chamar de samurai, sendo mais tanque, lutando corpo a corpo. Em Assassin’s Creed Shadows, com os adiamentos, fica claro que o marketing focou algo que de imediato não acontece. Sem spoiler, mas isso tem que ser mencionado para quem está esperando adquirir o título baseado na minha review. Só posso dizer que ele é totalmente diferente do que todos pensavam; é quase o mesmo marketing sobre o filme Elementos, da Disney e Pixar. As pessoas esperavam algo com dúvida se iriam ao cinema; porém, seu boca a boca fez ele ter bilheterias maiores.

Já em Shadows, parece que será a mesma coisa — não estou dizendo que é algo surpreendente ou épico. No entanto, todo aquele susto que a comunidade estava sofrendo pode ser amenizado. Uma coisa que há de ser dita: a publisher cortou história; quando jogamos, percebemos que ocorreram mudanças significativas. Se foram para melhor ou pior é difícil dizer em seu contexto geral; acredito que tenha melhorado e focado mais na trama.

Criando seu próprio vilarejo

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A ideia de explorar uma reconstrução de uma vida perdida e mostrar o crescimento da personagem é válida. Ela não é uma Mary Sue, como pintava aparentemente; ao contrário, tem suas limitações, chegando a sofrer grave risco de morte. É uma resposta para dizer — “vejam, eu sou humana e tenho meus problemas pessoais”. Sinceramente, gosto de quando tentam humanizar um personagem para ficar mais realista. Mencionei que é uma reconstrução tanto espiritual quanto humana; os resgatados acabam virando um aliado, tanto na reconstrução do seu vilarejo como na utilização de coleta de recursos. Podemos pedir para descobrir novos locais, localizar alvos, pegar os recursos e também lutar ao lado da Naoe. Essas construções servem como um esconderijo nosso e dos seus aliados.

Caso seja um apaixonado por paisagismo, provavelmente vai gastar muitas horas decorando seu local. Pois é possível posicionar os objetos em diversos locais; não sendo permanentes, você consegue remover do local e adicionar em outro, sempre trazendo uma perspectiva visual agradável.

Os desejos e expansão do novo mundo

Enquanto isso, a vontade de justiça para honrar sua família continua e, à medida que avança na história, descobre novos envolvidos. Aqui não há muita piedade como nos demais títulos, que você tentava compreender as eliminações. Agora astuta, cada passo é prevendo como será seu próximo alvo, mesmo fazendo alianças duvidosas visando encontrar o alvo. Adição dos portugueses ao jogo, mesmo quando não há muita diferença. Suas tecnologias de armas de fogo dão um diferencial; com essa expansão de mundo, só que nada supera a furtividade e a boa e velha katana.

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A lâmina oculta deveria ser algo mais usual, como de costume, chegando em momentos furtivos, mas com uma katana é quase impossível resistir e acabamos utilizando-a. Ao todo, são possíveis manusear três tipos de armamentos: katana, kusarigama (relativa numa foice presa a uma corrente) e tantō, uma espada de mão curta — utilizada também no ritual do seppuku pelos samurais no Japão. Na imagem, observem que possui pontos para evolução com um RPG; não será qualquer ataque que poderá penetrar um oponente. Se tiver um combate direto com samurai, mesmo em modo furtivo, se o seu nível for inferior, não conseguirá abater na surdina. Há níveis de evolução para personagens; o mesmo vale para os adversários que enfrentamos. É possível utilizar como recursos shuriken (famosas estrelas), bomba de fumaça, sino de shinobi, kunai e outros. Aos apaixonados por modificar aparência das armas, o transmog vai permitir isso e poderá deixar o seu equipamento mais atual. Suas armas vão ficar atraentes, desde a lâmina, o cabo e outros detalhes. Sei que isso não faz muita diferença na hora do combate, é apenas estético, mas para quem gosta é interessante.

Adentrando no combate

O que é um desejo dos leitores, encontrei altos e baixos. As movimentações inéditas que não havia em outros jogos da franquia Assassin’s Creed: a própria Naoe possui pulos iguais aos ninjas dos filmes dos anos 80. O mesmo vale para quando enfrentamos alguns inimigos; dependendo da sua classe, ele fica pulando mais que Fei Long no jogo do Super Street Fighter II. Eu considero positivo e cada “chefão” traz técnicas variadas baseadas no seu estilo de luta ou documentado nos livros. Os personagens históricos são representados; a maioria são vilões e traz referência aos grandes nomes da arte da guerra japonesa e luta.

Esses adiamentos fizeram a Ubisoft focar em diversos detalhes; entretanto, na minha opinião, o combate precisa de maior cadenciamento. Ao mesmo tempo, não é o fiasco como boa parte da comunidade acreditava e já mencionado. As lutas, horas, são muito interessantes e funcionam; em outros momentos, podem deixar a desejar! Barulho das espadas, membros para todos os lados, técnicas de combate para saber o momento certo de quebrar a defesa — tudo é louvável. Por outro lado, alguns NPCs, na hora do embate, eram lentos ou ficavam assistindo seus companheiros serem derrotados. Já em outras ocasiões, eram tão rápidos que chega a ser impossível conseguir contra-atacar. Os jogadores mais exigentes podem ser uma crítica; na minha visão, é algo que deve ser resolvido nas próximas atualizações. Lembrando que essa análise está sendo desenvolvida antes do lançamento oficial. Normalmente, as empresas costumam lançar patches (pacotes de atualização) no dia oficial de lançamento do jogo. Vocês perceberam que citei que o foco continua com elementos de RPG e o combate para derrotar exige estar no mesmo nível ou próximo para ter uma chance de vencer. As armaduras possuem níveis, então, bom saber como atacar.

Não adianta ir furtivo; seu personagem tentará eliminar um sentinela, samurai, ronin, sem sucesso. Eles fazem isso para que não tenha uma maior liberdade e avançar na história, ignorando outras partes importantes. Confesso que, nesse quesito, eu até gosto quando podemos eliminar os oponentes independentemente do nível; cria uma atração mais instigante. Alguns usuários podem não ter tanta paciência, principalmente os usuários que conheceram o jogo através de Assassin’s Creed Mirage, que estava mais para um arcade de ação, aventura, ao invés de RPG. Claro que, desde Origins, uma pegada mais RPG foi adicionada e consolidada entre Odyssey e Valhalla. Uma dinâmica mesclando o mesmo que Mirage iria atrair muito mais os jogadores no quesito de imersão. Antes que eu esqueça, ela poderá abater um inimigo próximo mesmo que o outro não observe, devido ao kabuto, o capacete japonês usado pelos samurais. Naquele período, alguns podiam limitar um pouco a visão periférica, dependendo do design. Por isso, pode parecer um problema de programação ou bug, mas é normal.

As lutas não são complicadas e não incluíram elementos de soulslike; trouxeram uma melhoria na luta que já existia na própria franquia. A personagem não necessita ter que esquivar por diversas vezes para conseguir um golpe perfeito ou ser eliminado 200 vezes para progredir. Basta ter calma e atacar no momento correto, que já é quase certo de conseguir tirar danos dos lacaios. Todos com seu grau de dificuldade e estilo próprio, principalmente os Onryo, que viraram seus fantasmas do passado que estão na lista de vingança de Naoe.

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Gráfico do jogo

Graficamente, as animações são satisfatórias; os personagens, os diálogos, seja até em português do Brasil, como no original, são boas. Não há nada muito profundo, mas compreendemos a intensidade de suas palavras. As partes cinematográficas tiveram um capricho da Ubisoft e sua equipe de apoio para o CGI; posso dizer que está de parabéns. Quem é fã da cultura japonesa e todos os seus clãs sentirá como era aquela tensão da época. Nunca confie em ninguém; alguns provérbios são utilizados para expressar atos dos personagens principais. O que é admirável, considerando jogos que hoje preferem adicionar “cês”, “vambora”, “mano”, entre outras gírias do cotidiano atual. Não duvide que isso poderia ocorrer mesmo em um jogo de época!

No quesito gráfico, as animações estão dentro do padrão, com ray tracing funcionando bem e suporte a DLSS, oferecendo uma experiência visual otimizada. Testamos o jogo em uma RTX 3060 e, em nenhum momento, o jogo crashou ou apresentou problemas de bugs. Em questão de lags, foram poucos, muitos em animações com muitos acontecimentos, mas nada que atrapalhasse minha experiência.

Embora esse meu elogio possa ser uma contradição quando observado as pessoas que convivem nas províncias que visitamos. Estamos acostumados com uma cidade ou vilarejo com todos os personagens interagindo nos jogos mais recentes. Conversando quase que o tempo inteiro, movimentação interagindo. Atualmente, os japoneses passam uma característica mais reservada; será mesmo que eles eram assim no período que Oda Nobunaga comandava? Tenho minhas dúvidas; esses NPCs não são tão ativos e poderá gerar uma certa estranheza aos fãs mais fervorosos acostumados com todo o agito das cidades.

Havia mencionado do clima do jogo e suas estações; visualmente, o entardecer, o porto e todo arraial que é gerado entre vegetação e mar são esplêndidos. A fauna é bem representada com os animais típicos daquela região e são vivos; você também consegue interagir com cachorros e gatos. Podemos observar Akita Inu para todos os lados; provavelmente ouviu falar nessa raça de cão devido ao Hachiko, que continuou esperando pelo dono em uma estação de trem no Japão muito tempo depois da morte dele. Virando filmes, livros, quadrinhos e muito mais, inspirado nesse cãozinho.

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O mais importante a ligação entre Naoe e Yasuke

A trama é profunda e parece que, depois dos ajustes, a Ubisoft preferiu seguir os fatos reais dos acontecimentos daquele período de grande conflito militar do Japão. Os protagonistas exibem dores distintas e sabemos que ambos querem recomeçar e deixar o vento levar seus destinos. O começo entre eles não foi com ventos favoráveis; dúvidas, desconfianças e uma persona improvável para fazer essa ligação. Eles precisam lidar com diferenças que fizeram chegarem em determinado ponto para aliar seus destinos em um sim. Como vocês já devem saber, o Yasuke possui maior força e seus golpes são mais potentes, e a Naoe é mais frágil em dissipar golpes e mais rápida.

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Ao contrário do que todos achavam, devido à agilidade da personagem, ela consegue liquidar muitos adversários tranquilamente. Você pode alternar entre os personagens para determinadas situações como rapel, parkour, mas há possibilidades de usar apenas o mesmo para todas as ocasiões. Exceto em alguns quebra-cabeças, câmaras secretas que obrigará escolher o mais bem preparado para entrar nos locais. Isso se desejar algo mais facilitado para não gastar muito do seu tempo. Os minijogos são interessantes; encontramos alguns NPCs e podemos participar dos seus desafios. Nada muito complicado e sendo possível adquirir itens valiosos ao cumprí-los. Quando o nosso mítico personagem entra em ação, você consegue sentir seu poder de ataque e destruição; devo evidenciar que tem presença. Apesar de suas buscas por respostas e querer se aprofundar mais no sentido mítico dos assassinos. É um personagem que entra para a história da franquia, que deixou sua marca, seja para o lado positivo ou negativo. Enquanto isso, Naoe, ela não é genérica como a princípio estavam tentando rotular e percebemos sua transformação ao longo da jornada.

Uma coisa que mostra como o Seu Madruga sempre dizia no seriado do Chaves: “A vingança nunca é plena, mata a alma e envenena” e é bem real. Qual é o preço que se paga para tentar fazer justiça, mas essa justiça acaba ultrapassando o desejo de vingança? Quando você mesmo acaba sendo mais um tirano dentro de sua tirania, que acaba o cegando. Aquilo que deveria trazer paz só traz mais desgraça e sofrimento aos envolvidos. Isso é algo que eles vão descobrir juntos e o plottwist é o ponto forte dessa trama. Podem ficar tranquilos, que não haverá spoilers nesse sentido para que vocês descubram; quem sabe no futuro eu crie algo só com spoilers para instigar a jogar mais e mais.

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Junjiro, um jovem sobrevivente, conviverá com o que sobrou do povoado de Iga, ao qual nossa ninja faz parte. É uma balança que ensina como viver em harmonia e liberar perdão é eficaz para curar dores. O jovem teria todos os motivos do mundo para odiar seus companheiros e, relutando, compreendeu logo cedo que vingança não é o caminho. Essa parte do arco é algo que todos devem observar com atenção, que acaba emocionando e você consegue compreender sua dor. Deixando todos pensarem do que adianta o ódio se no fundo seu coração continua como uma pedra.

Trilha sonora extraindo um japão que o mundo sempre quis conhecer

A trilha sonora, quem acompanha o site do MeUGamer em minhas publicações sobre trilha sonora original, deve ter conferido minha review sobre as músicas do jogo. Foi uma prévia disponibilizada pela própria Ubisoft com participações de The Flight, TEKE::TEKE. Logo, uma versão final também foi disponibilizada nas plataformas de streaming de música, como o Spotify. Essa versão final também vou publicar no site sobre minhas impressões. Algumas canções possuem vocais e, durante lutas, podem ser ouvidas; na minha opinião, algumas acertadas; na batalha do castelo de Oda Nobunaga, acredito não ter feito grande impacto. No geral, é promissor e mescla com instrumentos tradicionais do Japão, como taiko (tambor), biwa, shakuhachi (flauta), koto e a essência do Oriente Médio, típico da franquia do jogo. Falando em taiko, em determinados acampamentos, como em todas as províncias, encontramos personagens conhecidos como taiko-yaku, manuseando-os. Podemos ver que as tradições japonesas e sua cultura daquele período estão respeitadas.

Suas partituras entregam um êxtase de pensamentos de solidão e esperança; essa época que muitos pelo mundo possuem desejo de conhecer. O passado é sombrio, mas ter uma visão de como seria aquele ambiente e todas as intrigas e desejos valeria olhar.

Visões da águia

As visões da água e os pontos de descoberta continuam em Assassin’s Creed Shadows, trazendo de volta mecânicas clássicas da franquia. Esses elementos enriquecem a exploração do Japão feudal, destacando cenários aquáticos e incentivando o jogador a desbravar o mapa com detalhes visuais. Eles foram aprimorados para uma imersão e as marcações estão melhores de identificar os inimigos.

Naoe utiliza bastante essas ferramentas para adentrar áreas estratégicas, aproveitando sua habilidade furtiva ao máximo. Com as visões da água e os pontos de descoberta, ela planeja infiltrações precisas, tornando-se essencial para progredir nas missões com agilidade e stealth.

Por fim

Posso dizer que minha jornada finaliza com aquela esperança que esse título deveria ter entregado o que os fãs desejavam desde o início. A Ubisoft pode ter perdido milhões em vendas por puro orgulho e não abrir o jogo para sua comunidade. O desespero dos acionistas, em conjunto da pressão sob a família Guillemot, reverteria em dividendos. Um site extraindo o lado positivo, enquanto os mainstreams criticando por falta de inclusão ou retirada dela. Só afastará o público apaixonado por Assassin’s Creed Shadows, o que é triste. Tenho esperança que o público, ao ler esta análise do jogo ou assistindo aos gameplays, mudará de ideia. O fato que pode ser tarde para a gigante japonesa de franquias míticas conseguir barganhar suas ações com Tencent ou outra interessada nos ativos.

Gamerdito (Veredito) é o que importa no fim das contas

Assassin’s Creed Shadows possui seu próprio carisma; Yasuke tem imponência nas vezes que aparece e quando exigido. Naoe é uma jovem que vai crescendo seu protagonismo de modo gradual, sem ter que forçar e explorar algo que não existe. Ficando claro que seus anseios podem ultrapassar suas vontades. A cegando para o que realmente estava destinada desde o início. Mesmo com a reformulação de diversas cenas, ficando evidente e até perceptível com Naoe aparentemente conversando sozinha, o que deveria ter outro personagem. Recomendo o título para os veteranos e novos fãs da saga dos assassinos.

Com diversos personagens históricos do Japão, Europa, o jogo possui um pano de fundo com seu Codex grandioso, contando a história do jogo através da literatura. Os desenvolvedores conseguem fazer todo esse trabalho de modo perspicaz, já reconhecido por todos os jogadores. As missões do Animus que aprimoramos e liberamos memórias dos jogadores. O enredo e diálogos não são cansativos; percebemos que estamos em uma situação que ninguém é confiável. Gosto quando um jogo consegue entregar essa perspectiva, já que o mundo real é similar ao encontrado no jogo. Levando para as missões secundárias opcionais, que aumentam melhorar nossas habilidades, nível, conhecemos mais da trama. Deixando o conteúdo rico de informações e descreve aquele período. Com guerras intensas dos Onin e próximo do fim do período do Sengoku.

assassins creed shadows cena jogo
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Se me perguntarem se vale a pena jogar Assassin’s Creed Shadows, minha resposta é sim! Esqueçam tudo que lhe falaram e controvérsias antes do lançamento. Sua desenvolvedora percebeu que a solução é ouvir os feedbacks daqueles que investem no seu futuro. Trouxe um jogo respeitoso para a cultura japonesa e para os fãs ocidentais. Qualquer crítica fora desse sentido é procurar “pelo em ovos” e o melhor é apreciar.

Outrora, eles estavam irredutíveis em colaborar para uma narrativa sensata, colocando Yasuke como personagem central imediato. Aqui é uma inspiração da Naoe procurando uma motivação e o pano de fundo do personagem negro de suporte na sua aventura. O Japão feudal possui mais um jogo representado para entrar na lista de jogos como de ação e fantasia como Ghost of Tsushima, Nioh 2, Sekiro: Shadows Die Twice, Onimusha, entre outros.

Desfecho final

Minha nota para essa review é 8,0/10, pelo conjunto e ajustes finos, trazendo um combate bonito e coreografias inteligentes quando funcionais. Lutas memoráveis, personagens que trazem conexão, provérbios que mais parecem Buda falando. Cria uma base de atenção mediante alguns problemas técnicos que possam ocorrer durante nossa experiência. A paisagem e todo pano de fotografia belíssimas; as quatro estações do ano, uma novidade. Efeito de criação de base para expandir seus esconderijos no melhor estilo SimCity ou Cities Skylines, um artifício promissor. Sem ser revolucionário, ainda é um título que qualquer fã da saga dos assassinos deveria jogar. Mesmo os usuários que nunca jogaram, mas querem um jogo de RPG com temática do Oriente e focada no Japão.

O jogo Assassin’s Creed Shadows disponível nas plataformas desde 20 de março de 2025. Ele poderá ser jogado no PlayStation 5, Xbox Series X/S, Windows PC, macOS e iPadOS. Para os jogadores de console (PS5 e Xbox Series X/S), o lançamento ocorrerá à meia-noite do horário local. No PC, o jogo será acessível através da Ubisoft Store, Steam e Epic Games Store. Também estará disponível para Macs com Apple Silicon via Mac App Store e para iPads em data futura. Os assinantes do Ubisoft+ Premium podem jogar Assassin’s Creed Shadows desde o lançamento, aproveitando a edição premium com benefícios exclusivos.

Jefão Calheiro
Jefão Calheiro
Apaixonado por games, filmes de ficção científica, séries e tudo que envolve tecnologia e inovação, com mais de 15 anos de experiência comentando e analisando esses temas. Além disso, sou curioso por astronomia e, nas horas vagas, tento observar o cosmos como um astrônomo amador. Acredito no poder das opiniões e no respeito à diversidade de pensamentos. Em minhas análises, busco compartilhar conhecimento de maneira clara e acessível, ajudando o público a se conectar com as novidades do mundo do entretenimento e da tecnologia. Ah, e como bom flamenguista, vibro junto com o maior clube brasileiro, o Flamengo! Vamos, gamernéfilos, porque todo dia tem novidade nesse universo em constante expansão. =)

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