Análise Until Dawn: Uma Reavaliação agora do Remaster

O remaster de Until Dawn para PS5 revive um dos clássicos de terror interativo, mantendo a história original de 2015, mas com melhorias visuais e jogabilidade parcialmente ajustada. Apesar das novidades no visual e em alguns modos de acessibilidade, o remaster ainda se mostra fiel à essência do jogo original, o que é bom e ruim ao mesmo tempo. O lado positivo é que a nova geração de jogadores vão ter oportunidade de conhecer essa aventura narrativa, com a remasterização trabalhada pela Ballistic Moon com publicação da Sony Computer Entertainment.

História e Base do Jogo

A história permanece idêntica ao jogo original: um grupo de amigos que se conhece há algum tempo vai para uma cabana isolada, um ano após a morte das irmãs Hana e Sara. Josh, irmão das duas, papel de Rami Malek também conhecido por interpretar Freddie Mercury em Bohemian Rhapsody, é quem organiza esse reencontro. Cada um dos jovens traz características bem definidas e estereotipadas: a “loira não tão espeta”, o “nerd”, o “namorado ciumento”, o ´Valentão´ e outros tipos. Eles têm uma relação de amizade e romance misturada a conflitos e possíveis traições.

A narrativa começa com uma festa adolescente regada a bebida, onde decidem pregar uma peça em Hana, que é apaixonada pelo garoto popular do grupo. Ela é chamada a um local onde, sem saber, todos estão escondidos, filmando-a, o que a leva a fugir em desespero pela floresta. Sua irmã corre atrás dela em uma nevasca e ambas caem de um precipício. Essa tragédia é imutável, mesmo com as escolhas do jogador, pois é o ponto de partida que impulsiona o enredo. Um ano depois, o grupo volta ao local, mas agora em um ambiente repleto de tensão. Cada personagem tem sua perspectiva revelada conforme o jogo avança, e o clima de suspense se intensifica.

Entre os capítulos, há cenas em que controlamos um dos personagens em sessões de terapia com um psicólogo. Nessa interação, o jogador faz escolhas que revelam medos e traumas, o que leva o jogo a personalizar a experiência, incluindo elementos específicos de terror conforme as respostas do jogador. É um detalhe que torna o jogo mais psicológico e adaptável, explorando os receios individuais.

Jogabilidade e o Efeito Borboleta

O sistema de “efeito borboleta” permanece o mesmo, sendo o coração do jogo, em que cada decisão pode mudar o desenrolar dos acontecimentos e o destino dos personagens. Em muitos momentos, o jogador enfrenta eventos de ação rápida (Quick Time Events), onde falhas ou acertos podem resultar em consequências que alteram a narrativa, além de determinar quem vive ou morre. A desenvolvedora adicionou opções de acessibilidade para esses eventos, como aumento do tamanho dos botões na tela ou escolhas automáticas de sucesso ou fracasso. Essas melhorias tornam a jogabilidade mais acessível, oferecendo novas alternativas para jogadores que preferem focar na história.

O título também adiciona um modo de comentário dos diretores, onde explicam os bastidores e decisões criativas da versão original, o que é um atrativo para fãs da produção.

Gráficos e Atualizações Técnicas

A melhoria gráfica é uma das principais inovações deste remaster, utilizando a Unreal Engine 5 para iluminações, modelagens e detalhes de cenários. Agora, a câmera “over-the-shoulder” (sobre o ombro) dá ao jogador uma experiência mais próxima e imersiva, diferentemente do jogo original, que usava câmeras fixas, lembrando jogos clássicos como Resident Evil. A nova câmera deixa a tensão mais pessoal, aproximando o jogador dos personagens e intensificando os momentos de susto.

Os rostos dos personagens, antes já modelados em cima de atores reais, agora são ainda mais expressivos, apesar de alguns movimentos parecerem artificiais pela falta de nova captura de movimento. A dublagem em português traz problemas de sincronia labial, o que gera uma sensação um pouco artificial e pode atrapalhar a imersão.

Trilha Sonora e Efeitos Sonoros

A trilha sonora foi revisada para aproveitar as capacidades do PS5, usando áudio 3D e integrando o controle DualSense, o que adiciona uma camada de realismo e ambientação. O remaster aproveita o feedback tátil e os gatilhos adaptativos do controle, o que intensifica o suspense e a imersão. Porém, algumas animações parecem mais rígidas sem o uso da captura de movimento, o que poderia ter deixado a movimentação mais fluida. Lembrando que essa versão otimizada foi também lançada para os usuários de PC Windows.

Possível Continuação e Rumores de Série

A narrativa do remaster traz mudanças no final, que sugerem uma possível sequência, além de rumores de uma adaptação para série. Como o jogo sempre teve uma veia cinematográfica, isso faz sentido. A Supermassive Games, criadora do título original, lançou títulos como a antologia Dark Pictures e The Quarry, mas nenhum deles teve o impacto de Until Dawn. O remaster é possivelmente um teste da Sony para avaliar o apelo de remakes de títulos não tão antigos e ver como o público reage a essa tendência.

Gamerdito (Veredito) de Until Dawn

Para novos jogadores, o remaster de Until Dawn pode ser uma experiência completa e cativante, com visuais e sons aprimorados. No entanto, para quem já jogou o original, ele não oferece inovações substanciais como algo inédito. Finalizo esta review do jogo com uma Nota final: 7/10, por trazer uma boa experiência, mas sem grandes reformulações ou novidades em jogabilidade. Se é apaixonado pela temática de terror psicológico e narrativa que prende e diversos finais, é um título para jogar e passar horas se aventurando.

Pontos positivos e negativos

Pontos Positivos

• Melhorias Gráficas: A atualização para Unreal Engine 5 aprimorou a iluminação, modelagem de personagens e cenários, tornando a experiência visual mais imersiva.
• Câmera “Over-the-Shoulder”: A nova perspectiva em terceira pessoa aproxima o jogador da ação, intensificando o suspense e os sustos.
• Opções de Acessibilidade: Os ajustes em Quick Time Events e outros recursos tornam o jogo mais inclusivo para diferentes perfis de jogadores.

Pontos Negativos

• Sincronização Labial: Problemas de sincronia na dublagem em português afetam a imersão durante o gameplay.
• Animações Limitadas: Sem novas capturas de movimento, algumas animações parecem artificiais e prejudicam a fluidez.
• Poucas Inovações na História: Para jogadores que já conhecem o original, o remaster não traz mudanças significativas na narrativa.

Agradeço à Playstation e sua assessoria pela chave de acesso ao jogo Until Dawn, para Playstation 5. Espero que nossa review auxilie os leitores a decidir se o jogo vale a pena.

O título foi originalmente lançado para PlayStation 5 e PC (Windows) via Steam em 4 de outubro de 2024. Se um remake for lançada no futuro, este artigo poderá servir como uma comparação para os jogadores que experimentarem uma possível reimaginação.