Análise de Stellar Blade — PS5

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Stellar Blade marca a estreia de seu estudio, a Shift UP, nos consoles. A desenvolvedora coreana dá a largada em um movimento de parcerias entre Playstation e estúdios menores asiáticos, onde a gigante azul investirá em diversos títulos promissores a fim de lançá-los globalmente.

Após trabalhar em diversos títulos mobile (dispositivos móveis), com destaque para o RPG gacha Destiny’s Child. A empresa conseguiu atrair a atenção da Sony que é quem publica o título, exclusivamente para PS5.

Com a proposta de trazer de volta o estilo hack n slash tão escasso atualmente com batalhas frenéticas e visuais de última geração. O jogo entrou no radar de muitos jogadores principalmente por conta das polêmicas envolvendo o visual de suas personagens femininas, criticado por alguns e elogiado por muitos.

Sua demo disponibilizada na PS Store, o título mostrou que não se apoia somente nos visuais de suas personagens, mas conta com uma história cativante e gameplay competente, principalmente em questão de combate.

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Análise de Stellar Blade — PS5 6

História de Stellar Blade

Se passando em um futuro pós-apocaliptico, onde a humanidade foi quase totalmente dizimada por uma raça alienígena, os Naytibas.

Assumimos o controle de EVE, guerreira do 7º Esquadrão Aéreo, que em um mergulho planetário de sua nave, conhecida como Colônia, volta para uma Terra dominada por alienígenas. Com um único objetivo, retomar o planeta de volta para o que sobrou da humanidade.

Perdendo praticamente todo seu esquadrão, incluindo sua colega e superior Tachy ) — na minha opinião deveria ter um DLC sobre história, para o que chamam de Naytibas Alfa, uma variante mais forte dos alienígenas, ela se vê aliada a Adam, um dos refugiados humanos, o qual apresenta um dos últimos refúgios da humanidade, a cidade de Xion.

A humanidade encontra-se dividida já que enquanto alguns veem EVE como um anjo enviado do céus para salvá-los. Outros acham que aqueles que foram viver nos céus na verdade abandonaram o povo da Terra à sua própria sorte.

Em contato com o profeta e suposto “salvador” da cidade, Orcal, o ciborgue ancião apresentado com bastante destaque durante a campanha de divulgação do game, ela se vê obrigada a ajudá-los para que consiga chegar ao seu objetivo, descobrindo que nem tudo é o que parece. Aqui tenho que mencionar que Hyung-Tae Kim, diretor de Stellar Blade, traz exatamente esta essência de um libertador. Percebemos similadidade com o reinício de Adão e Eva entre outros assuntos místicos.

Apesar de tratar de temas relativamente “frequentes” como apocalipse e invasão alienígena em um mundo cyberpunk, o fato de colocar tudo isso sob um viés religioso onde a humanidade acredita que os acontecimentos estejam ligados a uma vontade divina, de uma entidade chamada Mãe Esfera, trás conflitos interessantes já que nem todos podem estar de acordo com essas “profecias”.

Jogabilidade/Combate

Sendo um dos principais focos na campanha de marketing com a proposta de trazer de volta a sensação dos hack n slash mais antigos com uma roupagem mais atualizada.

Há alguns pontos de atenção, já que o jogo possui muitos elementos da tão utilizada fórmula souls-like, o que pode e de fato o distancia de um hack n slash mais clássico como Devil May Cry ou uma de suas claras fontes de inspiração, Bayonetta. Apesar da citação em souls, ele não é um!

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Análise de Stellar Blade — PS5 9

Como já visto na demo, pudermos ver que o combate apesar de diversificado com muitas opções de combos e foco em evasão e contra ataque, é muito mais cadenciado. Levando um certo tempo para execução de ataques especiais e focando muito no combate individual, enfrentando apenas um inimigo por vez.

Isso não quer dizer que nunca irá enfrentar grupo de inimigos durante a exploração ou em missões mais lineares. Mas espere por um aumento considerável na dificuldade, já que ataques em área só podem ser feitos utilizando habilidades especiais.

Já em batalhas contra chefes é onde o sistema de combate brilha, aqui irá conseguir empregar praticamente todas as mecânicas que o jogo oferece, incluindo algumas sequências mais cinemáticas através de “Quick Time Events” que apesar de parecerem um pouco defasados, entregam uma coreografia interessante para os embates mais épicos.

Basicamente uma única arma, a sua espada, que também é seu prendedor de cabelo, sendo adicionado posteriormente uma opção de combate a distância. Ambos se complementam na batalha, sendo raros os momentos onde somos obrigados a utilizar apenas um ou outro.

Quanto ao equipamento, as “exoespinhas” que trazem benefícios mais focados, como melhorias no combate a distância, itens de recuperação ou até mesmo facilitar os movimentos de esquiva/reflexão aumentando seus intervalos.

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Análise de Stellar Blade — PS5 10

Há “slots” de componentes, que trazem melhorias menores como aumento de ataque, ganho de EXP ou ganho de vida após derrotar inimigos.

Todos os demais equipamentos tem foco cosmético, o que destaca temos mais adiante quando ficarmos na parte visual do game.

As diversas árvores de habilidades, algumas desbloqueadas somente no decorrer da campanha, trazem diversas novas opções a serem utilizadas no combate.

Vale ressaltar que aqui vemos uma certa “falta” de distribuição entre os pontos obtidos em missões e as habilidades disponíveis, dando a impressão de que são poucas habilidades ou o ganho de pontos seja excessivo demais, já que cumprindo todas as missões, incluindo as secundárias é possível desbloquear praticamente tudo bem antes do Gran finale e com pouco ou quase nenhum “grind”.

Exploração

Alternando entre áreas grandes de exploração e momentos mais lineares onde a história mais avança, além de retornos frequentes a Xion, o Hub principal do jogo.

EVE percorrerá grande parte dos percursos a pé, acompanhada apenas de seu companheiro Adam através de seu drone, esse que se dispõe de um “sonar” que indica objetivos, inimigos e recursos no mapa.

Apesar de parecer bem leve durante os combates, principalmente nas cutscenes, o mesmo não ocorre quando assumimos o controle da personagem, onde ela parece muito mais pesada seja nas lutas ou até mesmo durante a exploração livre.

Leva um tempo até conseguir ganhar mais reflexo e fluidez nos movimentos, então não espere reproduzir os mesmos movimentos vistos nos trailers logo nas primeiras batalhas.

As estruturas de missões seguem os padrões atuais, no qual um mundo “semi” aberto com grandes áreas exploráveis e diversos objetivos espalhados pelo mapa. 

Assim como em suas estruturas baseadas nos formatos mais atuais, com os mesmos erros tão frequentes em jogos do gênero. Muitas missões secundárias repetitivas e “rasas” que apesar de apresentarem algumas informações adicionais a respeito do mundo e os conflitos presentes nele; — soam muito mais como uma obrigação do desenvolvedores em seguir a “cartilha do mundo aberto” do que de fato adicioná-las por decisão criativa.

Sinceramente, senti uma estranheza principalmente na distribuição de alguns objetivos, concentrando às vezes muitas missões em um só lugar. Enquanto isso, outros possuem poucas ou quase nenhuma missão. Muitas vezes me peguei fazendo missões de “leva e traz” envolvendo praticamente as mesmas áreas ou muito próximas uma das outras, principalmente em Xion.

O jogo apresenta em alguns momentos uma opção de retornar ao solicitante da missão para concluir o objetivo. Apesar de parecer prática, essa opção pode facilmente quebrar o ritmo do jogo já que várias vezes você se verá forçado a abandonar o objetivo principal para voltar a Xion somente para entregar uma missão.

Com os pontos acima somados ao fato de que os inimigos ressurgem a cada descanso nos acampamentos e como dito anteriormente não precisamos de “grind” para obter as habilidades do jogo mais cedo no game, a exploração acaba não sendo tão incentivada.

Com um volume considerável de missões secundárias não tão bem distribuídas, muitas vezes o jogador se verá utilizando Viagem rápida (fast travel) a fim de acelerar o processo de entrega delas para poder prosseguir na história, não focando muito em seu conteúdo. Eu mesmo me peguei diversas vezes fazendo isso.

Gráficos

Com visuais dignos de qualquer triple A, conseguimos ver muito cuidado seja no design da protagonista e personagens principais, quanto nos Naytibas. Os cenários também não perdem na riqueza de detalhes, trazendo um uso de partículas e iluminação de encher os olhos. É claro que nem todos os NPCs vão contar com o mesmo nível de detalhes, ficando claro quais serão os personagens com os quais interagimos mais ou não.

Com claros traços da cultura asiática, principalmente dos animes, a temática cyberpunk pós apocalíptica se diferencia bastante dos títulos ocidentais que abordam temas semelhantes, trazendo originalidade ao título.

Quanto às criaturas, temos um design único, onde mesmo sendo repugnantes e assustadoras em sua essência, trazem muitas referências bíblicas ligadas ao apocalipse.

O jogo aposta em diversos cosméticos para alterar o visual da protagonista e seus companheiros, podendo até parecer exagerado para alguns jogadores.

Claramente os jogadores que curtem jogar com estilo investirão muito mais tempo em montar uma EVE ao seu gosto do que escolher equipamentos que façam diferença real no gameplay.

Em tempos em que jogos são lançados com graves problemas de performance, Stellar Blade apresenta poucos ou praticamente nenhum problema neste sentido, oferecendo fluidez em seus três modos gráficos, os já conhecidos modos Gráfico e Performance, onde prioriza resolução ou taxa de quadros respectivamente. Além de um modo Equilibrado que mantém uma taxa de quadros estável com resolução dinâmica.

Trilha Sonora

Com uma trilha sonora original cheia de identidade, a participação da cantora de K-Pop NakedBibi ou somente Bibi em praticamente todas as composições. Trouxe uma intensidade mais apurada. Até mesmo, para o single intitulado ‘EVE’ interpretado pela cantora sul-coreana disponibilizado no YouTube.

Com a possibilidade de avançar as músicas nos acampamentos e alternando entre faixas mais melódicas durante a exploração e mais incisivas nas batalhas, claramente vai ficar com algumas das músicas em sua cabeça, mesmo que não goste tanto do gênero.

Os efeitos sonoros também cumprem seu papel, trazendo desde sons aterrorizantes para criaturas quanto emoção para as lutas com espada e armas.

Gamerdito (Veredito)

Independente das polêmicas envolvendo o visual apelativo da protagonista, Stellar Blade prova que é muito mais do que isso.

Em vários momentos ele se distancia de um third person de aventura e elementos hack n slash e chega próximo de um RPG gacha mobile, o que pode causar estranheza em jogadores de console, levando em consideração outros jogos do mesmo estilo.

Exemplos disso são a forma que a equipe dispõe algumas missões, parecendo seguir um modelo de MMORPG muito utilizado em RPGs mobile, mesmo sendo um jogo single player, e até mesmo alguns desbalanceamentos em questão de progressão, talvez por estarem acostumados com progressão ao estilo gacha.

Apesar do ponto acima, a Shift UP consegue nos entregar um título promissor e convidativo a jogadores que queiram experimentar uma boa história com gameplay divertida e cativante.

Esperamos poder aproveitar muito mais títulos da desenvolvedora nos consoles futuramente.

Também podemos levar Stellar Blade como base para os próximos jogos lançados nessa empreitada da Sony junto aos estúdios menores  asiáticos, que seja o primeiro de muitos jogos de qualidade, pois quem ganha no final é o mercado com a entrada de novos players e IPs.

Chegando em minha conclusão desta análise da review de Stellar Blade com uma nota de 8,0/10.


Agradecemos à Playstation Brasil e a SHIFT UP pela liberação da chave do jogo, nos proporcionando a oportunidade de realizar uma análise de Stellar Blade na versão de Playstation 5.

Gamernéfilos, comentem aqui!

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