Análise de Rugrats: Adventures in Gameland – Um Mergulho Nostálgico em um Clássico

Rugrats: Adventures in Gameland, ou Os Anjinhos, como é conhecida no Brasil, é um jogo de plataforma desenvolvido pela The Mix Game, Wallride e distribuído pela Limited Run Games. Este título faz um excelente trabalho em capturar a essência da série animada que marcou a infância de muitas pessoas nos anos 90. Para quem cresceu assistindo os bebês Tommy, Chucky, Phil, Lil e Angélica, o jogo entrega uma dose generosa de nostalgia.

A trama é simples, seguindo o estilo da série, mas é na jogabilidade que o jogo realmente há o fator nostalgia por simular as limitações dos jogos 8-bit. No entanto, apesar do charme e dos visuais vibrantes, Adventures in Gameland sofre de alguns problemas que podem prejudicar a experiência dos jogadores mais exigentes.

Começando pela trama onde os bebês Tommy, Chuckie, Phil e Lil veem um comercial do novo videogame Reptar, eles fingem estar em um videogame próprio. Por meio do poder da imaginação, os bebês transformam a casa de Tommy em um mundo de videogame cheio de ação e aventura. Vamos nos aprofundar nos detalhes que fazem deste jogo uma boa adição ao gênero de plataforma, mas que também deixam espaço para melhorias.

Resumo da review do jogo: Rugrats: Adventures in Gameland traz uma jogabilidade simples e nostálgica, mas poderia explorar mais sua proposta e oferecer desafios mais complexos para prender a atenção dos jogadores por mais tempo.

Gráficos e Apelo Nostálgico

Logo de cara, é impossível não notar o carinho com que os desenvolvedores recriaram os personagens da série animada. O jogo apresenta gráficos caprichados e personagens coloridos, capturando com fidelidade o visual clássico dos anos 2000. A arte moderna se mescla com a retrô, com um charme que remete aos consoles da época, como o NES. Aliás, vale ressaltar que o jogo não só está disponível para os consoles modernos, como PlayStation 4, PlayStation 5, Xbox One, Xbox Series, Nintendo Switch e PC, mas também tem uma versão para o Nintendinho, o clássico NES, o que é um grande aceno para os fãs de jogos retrô.

Os gráficos do jogo são competentes, trazendo uma boa dose de nostalgia para quem acompanhou os Anjinhos. Os personagens estão bem modelados, que remetem diretamente à série original.

Contudo, seria interessante se os desenvolvedores tivessem explorado mais o potencial do jogo. Embora o estilo retrô seja uma escolha intencional e nostálgica, o jogo poderia se beneficiar de mais profundidade na trama e tempo de jogo; especialmente em consoles mais poderosos. Mesmo um orçamento indie, seria possível adicionar mais detalhes às fases ou trabalhar melhor com as animações dos personagens. Essa falta de inovação gráfica pode decepcionar jogadores que esperam algo além do básico.

Jogabilidade e Desafios

A jogabilidade de Rugrats: Adventures in Gameland é simples, como era de se esperar de um jogo de plataforma. O jogador controla os personagens em cenários bidimensionais, com o objetivo de coletar moedas douradas e avançar pelas fases. Cada bebê possui habilidades únicas, o que adiciona uma camada de estratégia ao jogo. Tommy, por exemplo, tem um pulo mais longo, enquanto Chucky consegue entrar em espaços menores, e Lil consegue planar, utilizando seu vestido como uma espécie de paraquedas. Essa diversidade de habilidades faz com que o jogador precise alternar entre os personagens para superar certos obstáculos e coletar todos os itens necessários para concluir o jogo com 100%.

Ainda assim, a simplicidade dos controles pode ser um problema em alguns momentos. Apesar da jogabilidade seja acessível, há ocasiões em que os comandos não respondem da maneira esperada. Saltos e agarrar objetos, por exemplo, podem parecer imprecisos, o que resulta em frustração, principalmente em momentos que exigem mais precisão. Essa falta de responsividade pode ser o ponto mais negativo do jogo, já que compromete a experiência de superar desafios de plataforma que exigem precisão.

Outro ponto que merece destaque é a dificuldade. O jogo não apresenta um grau elevado de desafio, o que o torna acessível para jogadores mais casuais ou para aqueles que desejam apenas uma dose de nostalgia sem grande esforço. Portanto, isso pode ser decepcionante para jogadores mais experientes. Até mesmo nos momentos mais complicados, como nos chefes das fases, a dificuldade não é um grande obstáculo, uma vez que, assim que o jogador entende o padrão de ataque, é fácil derrotá-los.

Para compensar a simplicidade, o jogo inclui a possibilidade de alternar entre os personagens e controlar todos ao longo da fase, o que adiciona uma pequena camada de complexidade. Ademais, falta uma maior variedade de inimigos ou obstáculos para realmente desafiar o jogador.

Duração e Rejogabilidade

Rugrats: Adventures in Gameland oferece sete fases no total, incluindo uma fase final especial. Dependendo do ritmo do jogador, o jogo pode ser concluído em cerca de uma hora ou uma hora e meia, especialmente se o jogador não se importar em pegar todas as moedas douradas ou desbloquear todos os segredos. A duração é relativamente curta, mas adequada para um jogo com essa proposta retrô.

Infelizmente, o jogo não oferece muito em termos de conteúdo bônus ou modos extras. Não há fases secretas, colecionáveis mais complexos ou modos de jogo adicionais que incentivem a rejogabilidade. Uma das maiores decepções está justamente na falta de exploração de novas mecânicas ou segredos escondidos que tornariam o jogo mais interessante de se jogar várias vezes.

Para quem busca uma experiência rápida e nostálgica, a duração curta não será um problema. Contudo, jogadores que buscam um conteúdo mais robusto podem se frustrar com a falta de recursos extras que aumentem o valor de repetição.

Trilha Sonora

A trilha sonora de Rugrats: Adventures in Gameland é outro ponto alto do jogo. Com temas remixados e versões em 8 bits, a música traz uma forte sensação de nostalgia, transportando os jogadores para os tempos da série animada. As músicas das fases são animadas e variam de acordo com a fase, mantendo o jogador engajado. Nos momentos dos chefes, a trilha também eleva a tensão, ainda que os desafios não sejam muito difíceis.

O uso da trilha original da série, licenciada pela Nickelodeon, é um toque especial que contribui para a imersão. Os fãs da série vão reconhecer os temas clássicos e se sentirão novamente envolvidos no universo dos Anjinhos.

Modo Cooperativo

O título também permite o modo cooperativo local, onde dois jogadores podem controlar personagens simultaneamente. O título é bastante simples e não exija necessariamente a ajuda de um segundo jogador, essa funcionalidade pode ser interessante para quem quer compartilhar a experiência com amigos ou familiares. O jogo cooperativo adiciona um pouco mais de diversão, mas não altera significativamente a dificuldade.