Minha experiência pessoal de uma análise do jogo Pacific Drive em um mundo solitário onde apenas contamos com nosso carro. Desenvolvido pela Ironwood Studios e publicado pela Kepler Interactive, o jogo é exclusivo para os consoles de PS5, mas também está disponível para PC.
Pacific Drive se passa nos Estados Unidos, mais especificamente retratando uma versão mais sombria e brutal do nordeste do Pacífico. Esta é uma região isolada por um muro de 400 metros de altura, denominada Zona de Exclusão. No jogo, você se vê acompanhado apenas de um carro, seu principal companheiro, e algumas vozes desconhecidas presentes em frequência de rádio. Você precisa sobreviver a fenômenos paranormais e monstros, cuja origem precisamos descobrir. A busca por respostas sobre esse local e como tudo isso aconteceu é a premissa do jogo.
A história acaba sendo “pano de fundo” para o principal destaque do game: sua ambientação e jogabilidade (gameplay). Sua base, que é também o hub uma solução central do game, é uma oficina abandonada encontrada logo no início do jogo. O carro é basicamente uma extensão dela. É através dele que conseguimos nos locomover e sobreviver aos perigos presentes em cada expedição em busca de materiais para melhorá-lo ou consertá-lo, e mais peças que completam o enredo. Sem este veículo é impossível prosseguir devido aos acontecimentos sobrenaturais que impedem nossa locomoção.
Numa mistura de roguelike e sobrevivência, nós dirigimos trecho por trecho, buscando por materiais e equipamentos, a fim de conseguirmos retornar vivos à oficina. Caso contrário, perdemos tudo que adquirimos. O carro, que pode ser melhorado em seus mínimos detalhes, age como proteção. Já que em diversas situações nos vemos cercados de radiação ou outros tipos de perigos, e muitas vezes a melhor opção é fugir. Abro um parentese para citar que talvez a mecânica de roguelike poderia ter sido implementada de outro modo. Talvez, se fosse uma dinâmica sem esta estrutura, funcionaria melhor. Já que o fator repetitivo da jogatina, pode não ser tão atrativa para a trama.
Com um estilo gráfico bem único e estilizado, o jogo aposta em um visual mais autoral em prol do realismo, o que não tira nenhuma qualidade do enredo. Sua trilha sonora também casa perfeitamente com a imersão de solidão, mas também de meditação, quando roda com seu carro pelas florestas e estradas. Típico de jogos que visam colocar o jogador sentir uma reflexão sobre sua vida e como o mundo poderia entrar em um caos real. — Confesso que pessoas mais sensibilizadas com o mundo atual terá uma percepção de como estamos próximos de algo similar.
Se é um apreciador de trilhas sonoras, a Ironwood Studios disponibilizou todas as 15 faixas musicais na íntegra na plataforma de streaming de música do Spotify. A composição é de Willbert Roget, II, onde trabalhou em faixas para jogos como Mortal Kombat 11 e Call of Duty: WWII.
Contudo, as partes de tensão são interessantes e aquela impressão que algo poderá ocorrer a qualquer momento, ativam nossos alertas. A acústica e o binaural trabalham para trazer uma perspectiva de observação, é como um teste. Você sabe que nada está ao seu redor ao mesmo tempo, sentimos a presença de coisas como entidades ocultas. O medo de deixar seu transporte longe e não lembrar onde ele foi estacionado é “gigante”.
Jogabilidade para sobressair
Os controles podem parecer confusos no começo, mas com o tempo são facilmente dominados. Seus pontos baixos são a falta de localização para nosso idioma (português brasileiro), onde não temos nem mesmo a legenda em inglês. A única coisa que aparecem em inglês são os diálogos aleatório, como citei, se o usuário não souber ler, de nada adianta. Isso pesa mais em conjunto com as suas interfaces que não são nada intuitivas. Evidentemente, os desenvolvedores tentaram adicionar um realismo para fazer o próprio usuário pensar por si, contudo, este é um problema caso o jogador não domine a língua nativa do título.
Dessa forma, jogadores que não sabem inglês, além de não conseguirem acompanhar a história que já é confusa, tendo em vista que é contada de forma bem devagar e às vezes indireta, também terão dificuldade na própria gameplay, podendo ficar presos em menus que não possuem nenhuma dica visual de sequência em e interação com outras opções.
Se isso não for barreira para você, espere uma experiência bem intimista e convidativa para amantes de carros e, principalmente, da sensação que temos ao viajar por longas estradas, sentindo o ambiente à nossa volta. Já que esse clima é o que resume o jogo em todos os seus aspectos, é uma experiência que vale a pena. Principalmente, aos que adoram “tunar” carros, deixando aquela “lata velha” em uma “caranga” robusta.
Talvez, esta seja uma das ideias dos idealizadores do projeto, unir sobrevivência em primeira pessoa com oficina arcaica. Mas sem perder o foco que os jogadores devem desvendar o oculto do caos profundo. Tenha em mente que este título é focado em percepções, intuição e instinto de sobrevivência. Pense o que você faria para manter sua vida e o que seria capaz para tal. Apesar da trama não ser tão longa, só o efeito claustrofóbico de sair que necessita de uma corrida contra o tempo. Nos deixam em momentos tensos para conseguir coletar materiais o mais rápido possível.
O Modo de direção
Além de acrescentar melhorias em nosso carro removendo peças de outro naquele estilo de “desmanche”. A liberdade de direção do nosso cockpit, com o painel inteiramente interativo, nos colocam com uma sensação de poder. Em momentos, é mais divertido ir melhorando o carro, adesivando e depois lembramos que estamos próximos do fim. Apenas brincando de mecânico de automotivo, como funilaria, checagem de nível de problemas do radiador, pequenos reparos e muito mais.
A seguir, confira nossa gameplay do jogo.
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Gamerdito (Vererdito) de Pacific Drive
Por fim, Pacific Drive é um jogo que se destaca por sua ambientação única e jogabilidade instigante. A sensação de dirigir por longas estradas, sentindo o ambiente à sua volta. É perfeito para os jogadores que buscam um desafio fora do convencional entregue pelos estúdios atuais.
A única observação é que aqueles que não fãs de roguelike, recomendo ser cauteloso e perceptivo para evitar fator replay. Fora isso, vale conhecer mais desta trama para enriquecer seu histórico de títulos jogados. Quem sabe teremos no futuro o estúdio lance uma continuação e também conteúdos adicionais.
Aplico uma nota 7.5/10 nesta análise do jogo Pacific Drive!
O jogo Pacific Drive está disponível para Playstation 5 e PC Windows via Steam desde 22 de fevereiro de 2024.
Agradecemos à Ironwood Studios e a Kepler Interactive pela liberação da chave do jogo, nos proporcionando a oportunidade de realizar uma análise de Pacific Drive no PS5.
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