Jogamos FAR CRY 6, um jogo belíssimo que diverte, então, confere nossa análise.
O texto que iremos apresentar nossa review sobre Far Cry 6, os pontos positivos e negativos do jogo, todas as suas características, enredo, personagens, jogabilidade, desfecho da trama, easter egg, enfim, tudo o que você precisa saber para ficar por dentro de Far Cry 6.
E já avisamos, essa review contém alguns SPOILERS, então fique ciente disso, nesse momento para não ser surpreendido. Então, fica relaxado, e segue conosco nessa review de Far Cry 6, um jogo bastante interessante.
Giancarlo interpreta Antón Castillo, semelhante ao seu personagem, Tom Neville da série Revolution
Far cry 6 se passa numa ilha fictícia, Yara, que se trata, basicamente, de uma representação de Cuba, trazendo diversas semelhanças como idioma, costumes e política.
Em FC6 temos como vilão Antón Castillo, interpretado pelo ator Giancarlo Esposito, um excelente ator e cuja interpretação confere um tom ameaçador, passando a imagem de um déspota, violento, disposto a fazer de tudo para cumprir seus objetivos pessoais.
Muitos conhecem o ator Giancarlo por trabalhos dele em séries como Breaking Bad, The Boys e The Mandalorian.
Porém, devemos dizer que conhecemos esse ator de outros trabalhos anteriores a esses, nos chamando a atenção sua participação na série “Revolution” em que Giancarlo interpreta ele atua maravilhosamente como o Major Tom Neville, um militar, braço direito do General Monroe, disposto a tudo para subir no poder, sendo inescrupuloso, sendo temido por todos pela sua violência e estratégia, características bem semelhantes a Antón Castillo em Far Cry 6.
Acreditamos que a Ubisoft tenha visto o potencial de Giancarlo na série Revolution e, claro, a atuação nos demais trabalhos do ator, observando que Tom Neville possuía todas as características necessárias para que Giancarlo pudesse interpretar o vilão Antón Castillo.
Modo cooperativo em toda a campanha e problemas de conexão
Voltando a Far Cry 6, um ponto positivo do jogo é poder jogar no modo cooperativo, na campanha, logo após o prólogo. Enfrentamos alguns problemas de conexão no modo cooperativo logo no início, mas que, passadas algumas missões, estabilizou a conexão possibilitando jogar junto com um amigo.
Um problema de conexão que persiste até o momento, é quando realizamos entregas de veículos para termos os veículos para nós, em nosso inventário. Se um amigo que entrou em nossa sessão fizer a entrega, o jogo buga, trava, a tela fica congelada para o amigo até ele cair da sessão, e para nós ocorreu de ficarmos presos dentro de outro veículo, sem funcionar qualquer botão de sair do veículo, até o amigo cair da sessão.
Então, fica a seguinte dica: se você e seu amigo pegaram veículos diferentes, aquele que está sendo o host, recebendo o amigo na sessão, deve fazer a entrega dos dois veículos em momentos diferentes para funcionar a entrega dos dois veículos para os dois sem provocar nenhum bug de conexão.
Enredo cativante?
O protagonista da FC6 se trata de Dani Rojas. Logo no início do game, podemos escolher o gênero masculino ou feminino, o que, infelizmente, não causa nenhum impacto. Seria bom ter visto uma diferença de atributos considerando o gênero e isso no sentido de explorar as qualidades de cada um, lógico, fazendo com que o jogador tivesse que estabelecer estratégias diferentes no jogo.
Dani Rojas, o protagonista, é um jovem, órfão, que foi expulso do exército yarense e que tem como objetivo principal, ao menos no início da história, fugir de Yara e se refugiar nos Estados Unidos.
O jogo começa com Dani num terraço com dois amigos, Alejo e Litta. O exército de Castillo está passando nas ruas, e Alejo, sendo muito impulsivo e imprudente, joga uma garrafa nas tropas de Castillo, e, com isso, Alejo acaba sendo atingido rapidamente com um tiro na cabeça e morre.
A agressão de Alejo coloca em risco as vidas de Dani e Litta que então passam a ser caçadas pelas tropas nos terraços e ruas. E nessa parte o jogo segue o modelo padrão de início de jogo FAR CRY: fugir de forma furtiva e correr até chegar num local seguro.
Se você não foge e fica no terraço, rapidamente também é abatido fazendo com que seja reiniciada a missão de fuga, não existindo um final com a morte de Dani nesse momento do jogo.
Começando a fuga, segue um tutorial de como usar a furtividade a seu favor para não ser visto, andando agachado, utilizando coberturas, até ir para um esgoto.
Chegando nos esgotos, que possui excelente ambientação, vemos bastantes detalhes de sujeiras, testemunhamos assassinatos nas ruas, vemos pichações. Porém, o caminho nos esgotos é linear, não possibilita escolhas, como que acusando para o jogador que essa passagem faz parte do prólogo obrigatório do game.
O ponto negativo de subir escadas é que, apesar de ser possível parar no meio de subidas e descidas, não é possível parar no topo de escadas para apenas ver o que tem em volta antes de subir com o fim de manter a furtividade, evitando ser visto e atingido.
Um ponto positivo nessa parte da fuga, é que fazemos uso de tirolesas, passamos por vários apartamentos e casas, em que NPCs interagem dizendo que tem rebeldes invadindo, o que confere maior imersão ao jogo, mostrando um mundo vivo.
A fuga parece ter êxito com a gente chegando a um barco em que refugiados procuram ingresso para fugir de Yara. O que nenhum refugiado contava é que o filho de Castillo, Diego, estava entre eles, o que fez com que seu pai viesse procura-lo.
Monólogo de Antón Castillo confere tensão à história
E nesse momento, vemos a primeira aparição real de Antón Castillo, num monólogo falando sobre si, de forma enigmática, até revelar que chegou no barco vindo atrás de seu filho, num clima tenso, em que Diego, de 13 anos de idade, teme pelo pior, a morte dos refugiados, não querendo seguir os passos de seu pai.
Diego tenta convencer seu Pai de que deveria deixar os refugiados vivos, que eles poderiam trabalhar na produção de viviro. Porém, como bem sabemos, um tirano jamais deixaria testemunhas do fato de seu filho ter tentado fugir.
O que se sucede é Castillo indo embora com seu filho dando a impressão de que deixará os refugiados seguirem rumo. Porém, o barco é metralhado, com disparos atravessando os cascos atingindo diversas pessoas, sendo inundado de água.
Em seguida, vemos Dani acordando numa praia, e vemos Litta gravemente ferida nos dizendo que chegamos na ilha em que estão os rebeldes, a Libertad, que tem Clara como líder, e Litta nos dizendo para irmos até eles para lutarmos ao lado deles.
Litta faz um discurso como que recrutando Dani para a revolução. Com excelentes expressões faciais, convence num discurso dramático e morre. Dani fica desolada. Pega o celular de Litta, um facão e segue em direção ao local onde está Libertad.
A ilha é bem vívida, com gráficos de vegetação muito bem feitos, uma excelente ambientação, bons efeitos de superfície da água e quando submersos, mergulhando, a luz do sol é bem realista, com lindos entardeceres.
Importante destacar que a qualidade gráfica fica muito boa com o pacote de texturas que é adicional ao jogo, mas que pode pesar em alguns PCs mais fracos, por assim dizer.
No caminho até Libertad, vemos alguns soldados de Castillo que precisamos abater em stealth, furtivamente, pois, apesar de conseguirmos uma pistola, temos pouca munição.
Interessante que o stealth continua sendo mais eficiente quando andamos agachados. Se andarmos de pé seremos escutados pelos inimigos. E isso serve para toda a campanha do jogo.
Ainda nesse prólogo aprendemos que algumas caixas que encontramos pelo caminho conferem itens e vestimentas diferentes para aumentar atributos do personagem, como melhorar a reserva de munições, evitar danos de venenos, e armas podem ser modificadas sendo acrescentados itens nelas.
E em várias partes dos cenários vemos bilhetes contando a história dos personagens, dos locais de missões, e pistas de como explorar alguns locais, conferindo maior profundidade à história do jogo.
Vestimenta e armas personalizáveis
Todos os trajes que encontramos no decorrer do jogo conferem um status diferenciado que podem ser utilizados segundo a forma de jogar de cada jogador, e de acordo com o que exigem as missões.
Um aspecto positivo da vestimenta é que, se você gosta de determinado atributo de um traje, mas não gostou da aparência dele, pode ficar usando esse traje com a aparência de outro, conferindo ao jogador uma liberdade quanto a como se vestir no jogo.
Lembramos que cada traje e arma possui atributos específicos, sendo que não são toda as armas que podemos colocar supressor de som, então, é preciso escolher as armas com cuidado, porque a arma errada no momento errado pode levar à falha da missão.
E claro que ainda temos a nossa disposição o arpéu para escalar e descer de lugares altos, chamar veículos, podendo capturar veículos para termos em nosso inventário, e diversas caixas espalhadas pelo mapa que conferem armas, materiais de craft, e vestimentas novas.
Clara, líder da Libertad, recruta Dani Rojas.
Por Dani ser pobre, órfão, ter sofrido tal como o povo de Yara, a líder dos revolucionários chamados de Libertad, deseja recrutar Dani para combater a ditadura de Antón Castillo.
“Quando a tirania é lei, a revolução é ordem” é uma frase citada por Clara ao recrutar Dani para a Libertad, dizendo, resumidamente, que a revolução é necessária para libertar Yara da ditadura de Castillo.
Basicamente, é feito um trato entre Dani e Clara. Para Dani ficar entre os rebeldes deve ajuda-los a entrar em Yara, realizando missões para pagar sua estadia, seu aluguel. E Clara lucra com isso passando a ter ao seu lado uma guerrilheira capaz de cumprir essas missões.
Nesse aspecto, vemos semelhanças com todos os jogos da franquia Far Cry. O protagonista perde um ente querido, precisa fugir do inimigo, é recrutado por forças opostas ao inimigo, realizamos missões para rebeldes para enfraquecer o inimigo, tem aliados para ajudar a cumprir missões.
Um fato curioso da história de Clara, é que ela provém de uma família rica sendo essa uma das razões de ela não poder ser o rosto da revolução, precisando de alguém pobre, órfão, para ser a face e incorporar os conceitos da rebelião e incentivar outros a aderirem ao movimento, sendo essa a razão de recrutar Dani.
Missões, parças, e mais easter eggs!
Em algumas missões podemos escolher se iremos ser furtivos ou partir para o combate franco, mas tem missões que não temos escolha, como quando contatamos Juan Cortez, que foi o mentor de Clara e quem nos presenteia nosso primeiro parça, o Guapo, um crocodilo enorme que ataca inimigos dilacerando-os.
Logo após conhecermos Juan Cortez, o que se sucede é um combate franco com os inimigos, um combate franco que faz parte da história do jogo sem a possibilidade de sermos furtivos.
Outros parças são liberados também fazendo outras missões, sendo que no pacote Ultimate do jogo, alguns parças já vêm liberados.
Um dos parças, o K9000, um cão cibernético, tem uma curiosidade. Em sua coleira consta um QR CODE que podemos ler com a câmera de nosso celular na tela do computador:
Ao ler esse QR CODE, aparece um endereço de site de internet: (https://www.bobbypills.com/special/captainlaserhawk/). Acessando o site, vemos a seguinte imagem fazendo uma referência a Eden Mega System com uma frase de Dolph Laserhawk:
Por incontáveis tempos eu vivi uma vida que outros escolheram para mim. Um escravo de sentimentos que não eram meus. Congelado. Mas, perdoando o passado, e fazendo paz com meus erros, eu quebrei o ciclo e construí uma ponte para um futuro infinito. E finalmente encontrei a liberdade.
Certamente um texto que causa grande impacto e que é seguido por um jogo de quebra-cabeça para formarmos uma imagem referente a “Captain Laserhawk: A Blood Dragon Remix”, que você pode conferir a seguir:
Para quem não sabe, Captain Laserhawk é uma série de anime da Netflix, criada com base em Far Cry 3: Blood Dragon, que está sendo feita no estúdio Bobby Pills e que foi criada pelo criador de Castelvania, Adi Shankar, que, com a permissão a Ubisoft, sem violação de direitos autorais, criou um uma distopia cyberpunk ambientada em 1992 com uma viagem nostálgica visualmente distinta.
Portanto, acertadamente, a Ubisoft inseriu diversos easter eggs no jogo, conferindo maior longevidade ao jogo e deixando os jogadores curiosos quanto a quantos mais easter eggs podem existir no game.
Com esse easter egg da coleira com um QR CODE a Ubisoft demonstra ter trabalhado mais no jogo, ter tido cuidado em criar mais detalhes para deixar o jogador mais imerso no game com a curiosidade e vontade de explorar cada detalhe e ir atrás de todos os easter eggs, o que é bem legal de se fazer.
Inimigos com escala de dificuldade e inteligência artificial melhorada
Nos combates, a furtividade é bem mais favorável, sendo o inimigo um tanto quanto surdo para não nos ouvir aproximando agachado. Porém, possuem boa visão, então começam a desconfiar de nós mesmo vendo de longe, indo para nossa posição para conferir a suspeita.
Nos combates francos, inimigos mudam de posição mesmo nas coberturas para não serem alvos fáceis, e também mudam de cobertura, o que é um ponto positivo na dinâmica de combate e até criando maior dificuldade para o jogador.
Na medida em que progredimos no jogo, aumentando nossos atributos, nosso nível de personagem, também aumenta a escala de dificuldade dos inimigos nas diferentes regiões do mapa, o que confere maior dinâmica de combate e maior dificuldade, sendo um aspecto positivo do game.
Quando entramos em combate franco, vai crescendo o alerta de inimigos, chegando o momento de serem enviados soldados especiais que são mais fortes, possuindo maior poder de fogo, causando mais danos, sofrendo menos danos, possuindo maior barra de vida. E eles ficam te seguindo até serem despistados.
Portanto, o jogo apresenta classes de inimigos, com gear score diferente, o que é até justificável porque, com o tempo, no jogo, conseguimos melhorar nossos atributos, por assim dizer, então, isso meio que equipara o combate.
YARA tem um mapa gigantesco
Começamos o jogo numa pequena ilha que já parece ser bem grande. Mas com o decorrer das missões, após destruirmos o bloqueio de Castillo que impedia os rebeldes de entrar em YARA, vemos que o mapa e ainda maior, possibilitando diversas formas de chegar nos pontos de missão, por mar, terra e ar.
Esse aspecto de o mapa ser gigantesco entretém bastante, fazendo com que o jogador se interesse por explorar cada parte do mapa, fazer a missão de forma diferente, e para quem gosta de jogar de forma furtiva como nós tem diversos meios de abater inimigos sem ser visto em razão do cenário ser amplo, podendo serem utilizados passagens subterrâneas, grutas, etc.
Gráficos bonitos?
Utilizamos em nossas lives de gameplay de Far Cry 6 o pacote de texturas, e o jogo ficou realmente muito bonito.
O gráfico está bem trabalhado, com bom jogo de luz e sombra, fogo bem feito. Porém, alterando as qualidades gráficas entre médio, alto e muito alto não vimos muita diferença.
Então nos parece que o jogo ainda pode ser melhor otimizado para apresentar ainda melhores gráficos.
Bugs de sincronia? Inimigos voando?
O jogo contém ainda diversos erros de sincronia de áudio e movimentos labiais dos personagens, o tal bug de Lip Sync. Nada que não possa ser corrigido com o tempo.
Porém, ocorre vezes de haver diálogo e a boca do personagem sequer se mover, legendas ficarem fora do tempo da fala dos diálogos, e algumas falas interrompidas sem razão alguma.
Ocorre, também, de inimigos serem atingidos e voarem do nada, caindo depois mortos. Acaba sendo mais engraçado do que um problema, mas é algo a ser corrigido.
Então, esses aspectos precisam ser melhorados no game, embora não estraguem a experiência do jogador, porque, consertando, o game ficará com melhor acabamento e poderá ter ainda maior receptividade pelo público.
E o bug que, para nós, que mais precisa ser corrigido, é o de conexão com outro player no modo cooperativo porque a conexão ficava caindo às vezes.
Câmera em terceira pessoa possibilita nova perspectiva do personagem
Em alguns momentos no jogo, podemos ficar com a câmera em terceira pessoa, o que acontece no momento que usamos o supremo, que é, basicamente, um lança foguete que fica em nossas costas sendo lançados depois que preenchida a barra de energia – sendo que existem outros tipos de supremos.
Também ficamos em terceira pessoa, por mais tempo, em acampamentos, como no acampamento dos Montero. E claro, vemos nosso personagem também em cutcenes, o que é bem melhor do que ficar vendo a cena em primeira pessoa, pois assim podemos ver o personagem, os itens cosméticos e trajes escolhidos, o que dá mais sentido para o fato de ter mais itens cosméticos no jogo.
E claro que seria interessante ser possível alternar a câmera entre primeira e terceira pessoa de acordo com a escolha e preferência do jogador, até porque pensamos que o jogador deve ser livre para jogar da forma que prefere, sendo que jogadores de jogos em terceira pessoa não costumam comprar jogos de câmera em primeira pessoa e vice-versa. Então, essa mudança poderia, inclusive, trazer mais lucro para a Ubisoft.
Rinha de galo diverte ou é uma polêmica?
Em acampamentos, podemos participar de rinhas de galos no bom estilo street fighter, em que podemos usar diferentes skins de galos, possuindo golpes rápidos e fracos, mais lerdos e pesados, esquiva, velocidade.
Essa parte do jogo sofreu críticas porque estaria incitando as pessoas a prejudicarem animais. Mas não percebemos qualquer maldade no jogo, e sim um outro elemento para que jogadores possam interagir e se divertir porque controlam os galos nas lutas que ficam bem engraçadas.
E para ficar mais engraçado, faltou apenas aquelas falas dizendo “fight”, “flawless victory”, “You Win” “You Lose”, que convenhamos, iria deixar bem mais divertido, não é mesmo.
DLCs trazendo vilões de Far Cry 3, 4 e 5, Vass, Pagan Min e Joseph Seed
No acompanhamento dos Montero, em um local, encontramos um televisor antigo em que aparecem as imagens de Vass, Pagan Min e Joseph Seed, ao clicar para interagir, aparece uma tela dizendo que virá conteúdo em breve.
No site do jogo, vemos o seguinte anúncio:
Ou seja, temos passes de temporada em que, ou todos os vilões da franquia serão disponibilizados ao mesmo tempo, ou cada um será disponibilizado por temporada, e teorizamos dessa forma porque não encontramos qualquer outra informação a respeito no jogo.
E achamos interessante a temática porque a DLC tem como pretensão fazer o jogador se sentir na pele de Vass, Pagan Min e Joseph Seed, sendo que, no nosso caso, estamos mais interessados no Vass Montenegro, vilão de Far Cry 3 que considerados ainda o melhor vilão de todos por ser mais carismático.
E o curioso da postura de cada vilão é que eles fazem referência aquela imagem dos três macacos sábios que se apresentam como mudo, surdo e cego, de um provérbio japonês, que possuem como significado lembrar as pessoas para não olhar, ouvir ou falar o mal para manter a paz.
No provérbio, o surdo é aquele que tudo observa sendo esse, no caso da imagem, Vass Montenegro. Que, por sua vez repassa o que vê ao cego, Pagan Min, que repassa o que ouviu para o mudo, Joseh Seed, que decide que punição os humanos devem sofrer.
Assim, nos parece que os passes de temporada irão trazer primeiro Vass, depois Pagan Min, e depois Joseh, como que sendo um contrário do provérbio japonês “não veja o mal, não ouça o mal, não fale o mal” que é a “regra de ouro” no Japão, o que nos ilustra que o que iremos vivenciar na loucura de cada personagem vilão tem relação justamente com o tipo de mal provocado por cada um deles.
Antón Castillo poderia ser mais carismático se tivesse sido melhor trabalhado no sentido de ter mais aparições no jogo. Mas, tal qual os últimos vilões da franquia, aparece pouco na trama, e claro que, toda vez que aparece, a atuação de Giancarlo Esposito confere um peso maior na cena, na trama do jogo, com um desfecho até mesmo inesperado.
O desfecho da história de Dani não acabou sendo nada do que Dani esperava ao ajudar e entrar para a Libertad. Com Castillo e seu filho Diego mortos, Yara segue num rumo de incertezas e guerras.
E, numa cena pós-créditos, ouvimos Juan Cortez vendendo viviro para um contrabandista que é nada mais nada menos que Vass Montenegro, o vilão carismático de Far Cry 3, o que nos faz pensar que a história de Far Cry 6 é anterior a de Far Cry 3, e que há possibilidade de Vaas vir a ser um inimigo em algum momento de Far Cry 6, sendo importante repetir que Vaas está prometido no passe de temporada do game.
E temos de mencionar que o passe de temporada também disponibiliza o Blood Dragon Classic edition, que vai ao encontro do easter egg que falamos anteriormente.
Análise final: Far Cry 6 mantém sua identidade e entrega um bom jogo de ação divertido e dinâmico
Se a derrubada de Antón Castillo nos parecia óbvia, uma vez que o protagonista sempre vence em Far Cry, a consequência disso foi a revolução não terminar.
Basicamente, seguidores de Castillo e guerrilheiros seguirão em conflito. Isso nos passou a ideia que vimos em Ghost Recon Wildlands em que, após Santa Blanca ter sido desmantelada, outros dissidentes surgiram, mas acabamos não vendo nem confrontando eles no jogo. Em Wildlands a Ubisoft teve uma excelente ideia que poderia ter dado mais longevidade a Wildlands, pois podia ter criado mais missões aleatórias para dar continuidade a trama, e fazer com que enfrentássemos os rebeldes do Pac Katari que agora formam o novo cartel que manda no país e os cartéis seguidores de El Sueno. Em Far Cry 6, pelo menos, essa ideia foi melhor desenvolvida, dando mais longevidade ao game.
E, como todo herói em Far Cry, Dani decide não seguir na política, por ser um guerrilheiro, sempre a frente da revolução, e pareceu dar um aviso indireto para aqueles que agora ficaram no poder: façam direito ou eu apareço aqui e dou um jeito em vocês.
Certo é que o caos está mais do que instaurado em Yara, caos que antes existia numa ditadura, agora existe numa revolução, havendo instabilidade suficiente para a Ubisoft trabalhar em sequências da história do game em passes de temporada, anos 1, 2, etc., um caminho aberto cheio de possibilidades, exceto pelos valores de Dani Rojas, que, sendo herói da trama, continua trilhando esse caminho sem se corromper.
O jogo ainda possui um final alternativo. Logo depois de destruirmos o bloqueio de Castillo que impedia a Libertad de chegar até Yara, temos a opção de seguir ajudando Clara e a Libertad contra Castillo, ou pegar um barco e seguir para fora de Yara. Pegando o barco e seguindo para fora do mapa, abre uma cutcene com Dani Rojas deitado numa cadeira de praia numa praia paradisíaca e um noticiário num rádio falando sobre a conflito em Yara, que Clara morre e a Libertad é desmantelada, e Castillo permanece no poder.
Esse final alternativo, apesar de interessante, ao nosso ver foi pouco trabalhado porque Dani não esboça qualquer reação ao ouvir o noticiário falando sobre a morte de Clara, o fim da Libertad e que Castillo segue no poder, como que se nada disso importasse ou tivesse tido qualquer importância em algum momento de sua vida, como se Dani sequer tivesse conhecido Clara e os demais membros da Libertad.
Far Cry 6 diverte, enche os olhos com sua beleza artística, gráfica, com um mundo bastante vivo, boas mecânicas de jogabilidade, um gameplay fluído e dinâmico. Com seus vários easter eggs e tantos lugares para explorar, prende o jogador do início ao fim.
Apesar de o game ter sofrido críticas com “ser mais do mesmo”, por repetir a fórmula Far Cry iniciada em Far Cry 3, esta fórmula está dando certo, em que a franquia mantém sua identidade, coisa que não tem sido comum em outras franquias da Ubisoft como Ghost Recon e Rainbow Six, sendo que Splinter Cell ainda tem um futuro incerto diante da notícia de ter uma animação em andamento e o vazamento de informações de um novo game em desenvolvimento que pode ou não sair das raízes da franquia.
Far Cry 6 acerta em entregar para o seu público o que se comprometeu em fazer. Diversão, gameplay dinâmico, várias armas e aliados para lutar, muita ação, visão em terceira pessoa em alguns momentos para vermos os itens cosméticos e trajes.
Os bugs que vimos mais divertiram que atrapalharam, com a exceção do bug de conexão no modo cooperativo que precisa ser corrigido.
Outro ponto alto do game é poder modificar armas com as gambiarras, ter diferentes parças para estabelecer estratégias diferentes de combate, poder usufruir de um mundo aberto com as várias possibilidades de infiltrações em locais de inimigos, possibilitando ao jogador agir em stealth, de modo furtivo, ou trocando tiros do início ao fim de uma missão.
Ideia para inovar na franquia Far Cry
O jogo tem bom enredo, embora às vezes previsível, e algo que seria bem interessante de ocorrer é um jogo Far Cry possibilitar ao jogador usar não apenas o bonzinho da trama, o herói, mas também o vilão, conhecer os passos inicias desde sua formação como criança, adolescente, e as consequências de escolhas na fase adulta, fazendo o mundo dos dois colidirem e fazer o jogador ter de escolher entre um e outro, o que, invariavelmente, vai provocar o jogador a escolher o personagem mais carismático e dramático.
Isso seria algo novo que, se explorado, poderia trazer uma história ainda mais intrigante, um futuro incerto dos personagens, fazendo com que o jogador tenha de tomar decisões para o vilão, vendo como ele se torna um vilão, e para o herói é claro, vendo a jornada do herói. E, para melhorar, com múltiplas escolhas repercutindo no futuro de cada um deles, fazendo o jogador rejogar o jogo para ver o que poderia ter sido diferente na vida de um ou de outro, ou de ambos.
E com certeza uma renovação nesse sentido poderia trazer ainda mais pessoas para a franquia, trazendo mais história, missões, e mais diversão.
Far Cry 6 diverte para “caramba”, sendo ainda mais divertido jogar no cooperativo e traçar estratégias diferentes de combate, e recomendamos que joguem o game para tirarem suas próprias conclusões sobre ele.
O vídeo também pode ser acompanhando via Cascado Games.
A Ubisoft cedeu uma cópia do jogo para versão de PC para nossa elaboração desta análise.
Nota do jogo: 8.5/10.
Você também pode acompanhar o MeUGamer nas redes sociais: Instagram, Twitter, Facebook, e se inscrever no nosso canal do YouTube, Google News.