Jogamos a beta de Mortal Shell e iremos falar de nossas impressões sobre o game que segue o gênero Souls like por seguir a fórmula consagrada em games como Dark Souls e Demon’s Souls.
Mortal Shell impressiona pela sua qualidade gráfica, cenário, efeitos visuais de água, fogo, durante o combate, mesmo se tratando de game na versão beta, que se trata de uma versão não finalizada.
Iniciando a história, aparece a seguinte mensagem “além do aperto familiar, um limiar exige ser ultrapassado. As conchas mortais anseiam por um significado, esperando um vislumbre de seu verdadeiro propósito”; dando a entender que a história consiste numa busca de significado do próprio personagem.
Começando o jogo nos é apresentado um cenário sombrio, escuro. Um corpo pálido emerge de águas escuras, turvas, como se estivesse petrificado, sem vida. E, ocorrendo um fenômeno que ainda desconhecemos, fazendo o corpo brilhar e quebrar, esse corpo pálido “desperta”.
Vemos um corpo que parece ser desprovido de vida, um corpo branco, com poucos músculos e esquelético, cuja jornada, origem e história ainda nos é desconhecida.
Tutorial do game mostra uma forma de combate própria do jogo, que carrega a sua identidade
Começando o gameplay, como de costume nos jogos atuais, nos é apresentado um tutorial mostrando as mecânicas do jogo, principalmente quanto ao combate, o que é bastante positivo porque Mortal Shell exibe características únicas de combate, principalmente de defesa em combate.
A primeira habilidade apresentada é a de endurecer o corpo todo que serve como defesa para prevenir ataques de inimigos, porém, somos avisados que utilizar por muito tempo pode ocorrer de sofrermos dano se o inimigo perpetuar ataques consecutivos, como que quebrando nossa defesa. Essa habilidade só pode ser usada se uma barra circular com um “x” no centro, que fica no canto esquerdo da tela, está cheio, não podendo ser usada, a princípio, de forma consecutiva. Ou seja, a defesa deve ser bem pensada antes de ser utilizada.
Em seguida, pegamos a espada longa que estava cravada em uma estátua, e ao equipá-la nosso personagem automaticamente passa a utilizada com as duas mãos, sendo explicado, em seguida, que é possível endurecer o corpo durante um movimento nosso de ataque, bem como que, combinando os botões do controle, é possível desferir ataques diferentes, com movimentos mais curtos ou mais longos, mais rápidos ou mais pesados.
Na esquiva, nosso personagem é mais lento do que de costume dos jogos da linha Souls Like. Assim, o jogador precisa estabelecer uma estratégia de combate precisando combinar a técnica de endurecer com a esquiva, o ataque no momento certo, e a espera de ser habilitada a técnica de endurecer novamente, para, assim, poder causar danos nos inimigos e sofrer o menor dano possível ou nenhum dano, até derrota-los, ficando sempre atento ao move set único de cada tipo de inimigo que nos é apresentado.
Habilidades evoluem ao usar itens consumíveis e equipamentos
Também encontramos itens espalhados pelo cenário para coletar, como “mortal tokens”, cogumelos que aumentam nossa barra de vitalidade ou que aplicam dano de envenenamento, sendo que a cada momento que coletamos itens iguais adquirimos experiencia quanto ao uso desse item, melhorando o conhecimento sobre eles.
Cada vez que utilizamos o banjo, por exemplo, nosso personagem toca uma música diferente aumentando a experiência quanto ao uso desse item. Cada vez que utilizamos o cogumelo chamado de Welcap, parece aumentar de forma mais eficiente nossa barra de vitalidade.
Portanto, o jogo exige que o jogador realize a exploração de todas as partes dos cenários, de todos os itens disponíveis, o que é muito bom e enriquece o jogo com mais detalhes e estratégias.
Na parte final do tutorial, aparece um inimigo com as mesmas habilidades que as nossas, porém, ao que parece, com essas habilidades mais aprimoradas, que utiliza as técnicas de endurecer e ataques de forma mais rápida e eficiente, sendo mais ágil, possuindo maior destreza, com movimentos especiais, e que possui uma longa barra de vida demonstrando a dificuldade de enfrenta-lo e derrota-lo.
Mistérios quanto à lore, símbolos e itens de Mortal Shell.
Ao perdermos a luta, ouvimos badaladas de um sino ao longe, o inimigo desaparece, e um peixe gigante aparece e nos engole para, em seguida, aparecermos dentro de uma caverna onde vemos, primeiro, um símbolo na parede que possui uma forma de relógio em uma haste que desconhecemos, sem saber o seu significado e propósito, e seguimos com a mesma quantidade de vida antes de chegarmos a esse ponto.
Seguindo pelo único caminho possível, vemos ao longe uma silhueta de forma humana ou restos mortais. Sons de um coração pulsando, batendo, aparecem e vão se tornando intensos na medida que nos aproximamos dessa figura. Chegando perto, vemos o que parece ser um corpo caído com uma armadura, mas sem entender se alguém está vestindo ou não ela, mas que parece não estar vivo.
Ao nos aproximarmos e tocarmos nesse corpo com armadura, ocorre um fenômeno que nos conecta a ela e, em seguida, vemos que passamos a usá-la como uma carapaça, uma casca (shell), nos incorporando em seu interior.
Assim, aprendemos que nosso personagem, precisa de uma casca, um receptáculo, para realizar sua jornada para conhecer o seu propósito, o que vai ao encontro da frase inicial do jogo: “…as conchas mortais anseiam por um significado, esperando um vislumbre de seu verdadeiro propósito”.
Em seguida, ganhamos um item que adere à carapaça, chamado Tarnished Seal que brilha e vibra ao chegarmos perto de um objeto familiar, que nos avisa de perigo iminente permitindo que tenhamos tempo para que possamos ativar o endurecimento como defesa ou tempo para desviar de ataques de inimigos interrompendo o ataque deles.
Os inimigos atacam de forma isolada se atraídos de forma individual, mas também atacam em conjunto, sendo preciso provocar apenas um ou poucos deles para dar conta deles no combate, até por ser necessário um maior espaço para confrontar inimigos mais fortes e resistentes.
Existem armadilhas no cenário, então é possível usar elas a nosso favor ao atrair inimigos até elas para, quando eles caírem na armadilha, realizar um ataque. E também podemos cair nessas armadilhas, o que, se ocorrer, nos provoca dano diminuindo nossa vitalidade.
A ambientação é muito bonita, confere peso no momento em que passamos pelos caminhos e cenários tanto aberto quanto fechados. E podemos sofrer ataques surpresas em lugares fechados, sendo preciso ficamos atentos a tudo que está ao nosso redor.
Árvore de habilidades que enriquece o move set do personagem
Seguindo para uma segunda parte da “fase”, que se trata de uma caverna, encontramos um NPC (non-player character, um personagem não jogável), que parece fazer parte da trama e de nossa jornada, e que parece possuir a função de nos conferir a possibilidade de upar uma árvore de habilidades. E para habilitar essas habilidades precisamos de moedas em quantidade suficiente.
E, no caso de não termos moedas suficientes, e depois coletar o número que antes era necessário, ao acessar novamente a árvore de habilidades vemos que o valor exigido aumentou, dificultando a possibilidade de upar habilidades.
Interessante que se utilizamos a opção de upar a árvore de habilidades, ocorre o conhecido e nada agradável respawn dos inimigos. Ou seja, todos os inimigos derrotados retornam aos seus lugares dificultando novamente o progresso no jogo, porém, com mais experiência e habilidades, e conhecendo mais o move set de cada inimigo, vai ficando mais “fácil” lidar com eles.
Diferentes cascas conferem habilidades únicas e armas próprias para serem utilizadas
Em seguida, encontramos um outro receptáculo, casca (shell), e ao nos aproximarmos dele tomamos o seu corpo ocorrendo o mesmo fenômeno anterior, em que ocorre uma possessão dessa carapaça, casca.
E logo em seguida vemos que essa nova carapaça nos confere mais agilidade do que anterior e também possui armas próprias utilizadas de forma combinada: um martelo e uma faca; parecendo ser mais eficiente de ser usada em lugares fechados.
Uma informação importante é que quando cessa nossa barra de vitalidade, somos jogados para fora da casca, do receptáculo, e temos a possibilidade de voltar até ela e equipá-la, o que é possível num curto espaço de tempo que se for mal utilizado, podemos sofrer um novo ataque inimigo e morrer. Se a casca for alcançada a tempo, isso nos confere uma barra de vitalidade plenamente cheia possibilitando que continuemos no combate.
Interessantemente, nas telas de loading aparecem informações de itens do jogo, suas características como utilidade e efeitos, seguindo o gênero Souls Like, fazendo com que telas de loading não fiquem maçantes.
Ao “morrermos”, cessa nosso progresso aparecendo uma tela com um símbolo preto que ainda desconhecemos e voltamos para a parte inicial do trajeto iniciado, sendo necessário confrontar novamente todos os inimigos que haviam sido derrotados anteriormente. E quando chegamos no ponto em que morremos, vemos o que parece ser a carapaça que estávamos utilizando, ou uma sombra dela e, ao tocar nela, recuperamos os itens perdidos.
Boss bem construído, com diversos move sets exigindo estratégia, paciência e precisão
Não conseguimos ver a barra de “vida” de inimigos comuns, mas do Boss final sim, sendo uma batalha bastante difícil que requer estudo de seu move set, sendo que ele possui vários moves sets, desferindo ataques diferentes em longa e curta distância.
Encontramos o Boss final num santuário, um espaço amplo, escuro, com algumas colunas rochosas em seu interior que atrapalham nossas esquivas, fugas, bem como atrapalham a possibilidade de manter distância do Boss, quase que dando a entender ser necessário ficar a curta distância para ter melhor êxito no confronto contra ele.
A cada passo que o Boss realiza, o chão parece tremer, e ele vai se aproximando de forma ameaçadora, bufando, e dispara em movimentos de ataque com ferocidade, procurando desferir golpes com as lâminas que estão nos seus dois braços.
A luta é intensa e é preciso paciência, desferir golpes precisos aos poucos, esquivar bastante com saltos para trás ou com rolamentos, saber o momento certo de usar a técnica do endurecimento como defesa, e contra atacar ou sair de perto do Boss, e ir tirando aos poucos a vitalidade dele.
Mortal Shell segue o gênero Souls Like, porém com uma identidade própria!
Mortal Shell segue o gênero Souls Like, porém com uma identidade própria. Pouco se sabe sobre sua lore, seu enredo, a origem de nosso personagem e a razão de sua jornada para adquirir um significado de existência.
A identidade própria está na forma em que usamos habilidades das carapaças que passamos a possuir, e que cada uma delas parece ter uma arma especial que é mais adequada de usar com ela, sendo preciso saber qual casca e armas usar em lugares abertos ou em lugares fechados.
O gráfico, em se tratando de um game ainda na versão beta, está muito bonito. Os efeitos visuais na água e fogo impressionam e conferem mais imersão no jogo. A ambientação está muito bem feita e impressiona pela quantidade de detalhes como armadilhas que encontramos pelo caminho que podem nos atrapalhar e causar dano e que podem ser utilizadas ao nosso favor fazendo com que inimigos caiam nelas para que possamos ataca-los sem chance de levar algum dano deles no processo.
Além de habilidades próprias das cascas, carapaças, é possível upar uma árvore de habilidades, nos sendo ainda desconhecidos a relação entre a NPC que encontramos que possibilita esse upgrade e nosso personagem, mas que parece ser essencial por conferir a oportunidade de melhorar nossas habilidades.
Cada tipo ou espécie de inimigo possui um ataque próprio e armas próprias, alguns sendo mais ágeis, outros mais lentos, porém, mais letais, o que confere bastante dinamismo ao jogo, sendo que esses adversários, conforme descrição do game no site, podem ser devotos de deuses que desconhecemos até o momento.
Mortal Shell é um jogo bastante difícil, cada combate possuindo dificuldades únicas
Mortal Shell é um jogo bastante difícil, cada combate possuindo dificuldades únicas provocando a morte de nosso personagem várias vezes, o que faz com que tenhamos de adquirir experiência. A dificuldade em cada combate com cada inimigo diferente é algo positivo e nos faz querer aprender a realizar cada luta de forma mais eficiente para tomar o menor dano possível até chegar no Boss final.
O combate é mais lento do que outros jogos Souls, como Dark Souls 3, por exemplo, o que pode ser algo próprio da identidade do game. Também não achamos nos cenários os chamados “corta caminhos” para chegar até o Boss final, precisando, a cada morte do personagem, passar por todo o caminho percorrido, enfrentando todos os inimigos, para chegar até o Boss.
Com a habilidade de endurecer para bloquear ataques, parece que não iremos usar escudo como defesa, mas apenas a técnica de endurecer como defesa, que se trata de uma habilidade de uso temporário, sendo preciso esperar que seja carregada a habilidade para ela ser utilizada novamente. Esse é um aspecto interessante, algo único de Mortal Shell, sendo que essa habilidade pode ser utilizada enquanto se ataca, um meio apropriado de frear um ataque para evitar dano do inimigo e depois continuar o ataque ao liberar a habilidade.
RPG de ação que ocorre em um mundo destruído
Mortal Shell é definido em seu site como um RPG de ação que ocorre em um mundo destruído que exige sobrevivência, superioridade de consciência e precisão. Os combates exigem paciência, estudo do inimigo, e ataque com precisão, e conhecimento é necessário para saber utilizar adequadamente cada item que se encontra pelo caminho e cada habilidade habilitada.
Ao que parece, os caminhos percorridos levam a santuários ocultos, o que serve como um meio de se descobrir o propósito do jogo, do personagem, sendo que na descrição do game em seu site consta que são enfrentados adversários devotos de deuses misteriosos, e nada ainda sabemos sobre esses devotos e sobre os deuses e se enfrentaremos esse deuses.
Pelo teste da beta do jogo, ficamos com a impressão que Mortal Shell terá uma campanha single player, pois em nenhum momento tivemos a indicação de possuir um modo cooperativo. Também não vimos o elemento de invasões de outros players em nosso mundo, o que realmente passa a impressão que Mortal Shell poderá ser um jogo que não possuirá funções online como cooperativo e invasões.
Certamente que podemos vir a sermos surpreendidos com a notícia ou possibilidade de jogar de forma cooperativa, o que seria bastante positivo, pois faria com que mais pessoas ficassem interessadas em experimentar o game, joga-lo, e descobrir mais sobre a história em conjunto, sendo que a maioria dos jogos atualmente possibilitam jogar de forma cooperativa, ou modo multiplayer, o que dá mais “tempo de vida” a um game.
Mortal Shell impressiona, e certamente ainda teremos a chance de conhecer mais sobre o game, sua história, sua lore (a história que não é diretamente contada ao jogador), e quem sabe jogar uma versão mais atualizada antes de seu lançamento e, é claro, a versão final do game para trazer mais análises, nossas impressões, sendo Mortal Shell um jogo bastante promissor que queremos explorar e conhecer.
Mortal Shell tem lançamento previsto para o 3º trimestre de 2020 conforme noticia seu site. E fique atento aqui no meugamer.com porque iremos trazer mais conteúdo sobre esse game. O jogo é desenvolvido pelo estúdio Cold Symmetry e publicado por Playstack.
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