Desenvolvido pela Toys For Bob e publicado pela Activision, o clássico jogo sobre o marsupial mais querido de todos os tempos, retornou! Após uma espera prolongada, no game acompanhamos a história de onde ela parou: Cortex e N. Tropy estão presos e não são capazes de se livrar dessa “prisão”. Com a ajuda de Uka Uka, uma fenda no multiverso é aberta os vilões de Crash conseguem escapar.
Os dois unem forças com DR. N Gin e o DR. Nitrus Brio para construir um exército e assumir o controle do multiverso. Sentindo problemas no “ar”, Aku Aku corre para avisar Crash e Coco, no topo no pico N. Sanity, onde eles acabam descobrindo Lani-Loli, uma das 4 máscaras quânticas com poder de controlar o tempo e o espaço. Lani-Loli se une a eles em uma aventura por vários períodos no tempo.
O jogo consegue capturar elementos importantes dos jogos originais, adicionando toques modernos para encantar a nova geração. Novos poderes foram adicionados, assim como novos movimentos, atualizando uma fórmula que para alguns, soa como obsoleta.
Porém, alguns puzzles realmente são frutantes e a dificuldade em alguns níveis pode aumentar ainda mais a frustração.
No game, podemos escolher entre um modo Retro e modo Moderno. O modo Retro, temos que lidar com vidas limitadas. No modo moderno, podemos continuar do último checkpoint sem preocupações.
Recomendo o uso do modo moderno, caso você não tenha uma grande experiência em Crash. No modo Retro a vantagem é a exploração de níveis, onde a coleta das famosas frutinhas wumpa torna-se fundamental e morte reinicia o nível inteiro. No modo Moderno, a coleta de frutas Wumpa não é fundamental.
Crash Bandicoot 4: It’s About Time é um clássico e ao continuar seu legado, soa como uma passagem no tempo para os mais saudosistas. As cenas relacionadas a história são lindas e a dublagem impressiona. Todos os elementos visuais estão ligados a narrativa de Crash, nada foi colocado de forma forçada.
Quando mencionei acima sobre sua dificuldade, não estava brincando. Crash Bandicoot sempre foi conhecido por sua dificuldade e os níveis apresentados no novo game são desafiadores, por várias vezes, frustrantes. Morri diversas vezes até conseguir aprender o tempo e a associação de botões em alguns níveis mais dinâmicos.
Temos que fazer malabarismos e dominar os diversos poderes que são apresentados no jogo. O sinal de dificuldade não anula a fórmula de sucesso associada a experiência de jogo.
Crash tem todos os elementos que gostaria de encontrar em um novo jogo de crash. Sua velha mecânica, o uso de novos recursos e habilidades.
Poder jogar com Tawa, Coco, Cortex e Dingodile torna o jogo ainda mais divertido. Cortex, Twana e Dingo apresentam níveis adicionais os quais eu recomento que experimente, pois, encontramos mais informações da história.
A possibilidade de jogar com esses novos personagens aumentam o uso de novas mecânicas no jogo. Dingodile, por exemplo, usa um dispositivo para atravessar algumas áreas. Você pode deslizar e ser atirado ao ar.
Tawna possui um gancho, permitindo o uso em paredes e na quebra de caixas que estão longe. Coco tem uma mecânica muito parecida com Crash e Cortex utiliza uma arma que transforma inimigos em blocos sólidos ou de gelatina os quais ajudam em um salto mais alto.
As novas áreas presentes estão repleta de ameaças. Os inimigos são mais letais, com poucos pontos fracos, possuindo cada área, uma complexidade e tamanho. As plataformas também exigem precisão e tempo de travessia. O senso de exploração é um dos elementos mais bacanas em Crash. Perdi a conta de quantas vezes encontrei uma joia escondida, uma caixa, um elemento engraçado ou um caminho alternativo.
Obter todas as gemas e skins do jogo requer que você acabe com todas as caixas em um nível sem morrer mais de 3 vezes e você também receberá recompensas especiais sem morrer em um determinado nível. Não será fácil. Uma variedade de desafios torna ainda mais claro.
Luta contra chefes, sequências de perseguição, diferentes obstáculos, o uso de cordas, todas essas mudanças no jogo podem parecer pequenas, mas fazem diferença. No acesso às chamadas Flashback Tapes, onde Cortex fez experimentos com Crash, nossa habilidade é posta a prova e não são nada fáceis.
A presença de novas máscaras no game também testará sua coordenação. Lani-Loli faz com que você ative a existência de objetos e desative para conseguir transpor tais itens, Kupuna-Wa diminui o tempo, Ika-Ika altera a gravidade e Akano lhe concede poder. Infelizmente, tais itens tem seu tempo de duração durante os níveis, mas oferece todo seu potencial enquanto estão em uso.
Os níveis são elaborados para o uso de suas habilidades e isso nos obrigada a pensar de uma forma diferente para superar todos os obstáculos, causando um ar de novidade ao game.
A percepção de profundidade foi o que mais me afetou durante minha gameplay no PS4. Embora com um indicador abaixo do meu personagem, nunca conseguia ficar tranquila ao pular em caixas ou plataformas. Em muitos momentos calculei mal meus pulos e o resultado disso foram algumas mortes.
Mas no final, o jogo é repleto de momentos engraçados que ajudam a superar as frustrações. Cada novo nível tem sua beleza, seus detalhes, são agradáveis na exploração. Vale a pena cada minuto.
Crash Bandicoot 4: It´s About time apresenta um nível de design e precisão que o tornam um dos grandes destaques no que se diz respeito a jogos elaborados com plataformas 3D. São lindas e cheia de criatividade. Um dos cenários que posso destacar são do gelo e um com tema de dinossauro, repleto de folhagens e cores brilhantes.
Em relação a animação, os personagens e inimigos são expressivos e divertidos. Me surpreendeu a reação de cada inimigo a minha morte. Em vários momentos simplesmente (relaxei) e sorri, mesmo frustrada.
Não tem como não sorrir em Crash.A toys for Bob apostou em seu próprio estilo de arte para o jogo e construiu uma verdadeira carta de amor aos jogos dos anos 90.
O alto nível de detalhes dos personagens e do ambiente, permitindo que você observe elementos individuais no cenário, até mesmo pequenos trajes, tornando tudo natural.
Quando passamos de nível, por exemplo, podemos notar as expressões de Crash e Coco mudando. Quando estão em um quarto escuro, com aranhas andando, eles abaixam suas orelhas e mostram no olhar que estão com medo e quanto fogem de algum inimigo demonstram que estão em pânico. Todos esses elementos somados, transformam o novo Crash em um “novo clássico”.
VALE A PENA JOGAR?
Considero um dos melhores jogos os quais pude jogar nos últimos anos. Não há a repetição da velha mecânica, muitas inovações foram implementadas e os gráficos possuem vida. Ele encanta sem perder sua originalidade. É um pacote repleto de conteúdo. A modernização do jogo chegou em uma hora em que Crash, aparentemente, já demonstrava sua idade.É divertido, inteligente, desafiador e viciante. Recomendado aos que adoram um desafio e aqueles que aguardavam, esperançosos, pela passagem do tempo em busca de uma nova experiência que somente Crash pode proporcionar.
Positivo
- Vários níveis
- Gráfico e animações igualmente belos
- Personagens divertidos
- Muito conteúdo extra
- Desafios que agradam a todos os tipos de jogadores
Negativo
- Níveis longos demais, tornando a finalização dos mesmos frustrante.
- O angulo da câmera muitas vezes atrapalha
- A noção de profundidade pode ser desafiadora para alguns
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