Dado tudo o que já foi dito sobre The Legend of Zelda internet afora, decidi por não criar uma matéria sobre a franquia, mas nas experiências que vivi graças a esse jogo cativante, envolvente e, por que não, épico. Apesar de completar 35 anos, parece uma franquia jovem, devido se reinventar em cada lançamento. Ajeite essa postura e venha comigo nessa jornada de grandes heróis, princesas poderosas, reinos mágicos e criaturas místicas!
Um contato como nenhum outro
Há alguns bons anos, eu me deparei com um jogo de Nintendo 64 até então diferente de tudo que eu havia jogado. Como uma criança curiosa e com poucas habilidades nos controles, passava horas naquela pequena floresta, cheio de “duendes” com suas fadinhas. Claro que estou falando de The Legend of Zelda: Ocarina of Time, um dos primeiros cartuchos de Nintendo 64 que aluguei para jogar no Console da Minha vizinha. Bons tempos.
Mal sabia eu, em minha grande inocência, que aquele mundo tinha muito mais coisas a oferecer além da pequena floresta onde eu corria, pulava plataformas e observava com literais os olhos de uma criança, aquele mundo tridimensional com o qual eu não estava familiarizado, pois, passei a maior parte do meu tempo até aquele momento com os jogos 2D do Super Nintendo.
O tempo ia passando e devido ao prazo de locação e minha pouca habilidade, eu não conseguia avançar muito no jogo. Foi quando consegui dinheiro suficiente e decidi comprar o cartucho. Ainda lembro que foram os 100 reais mais bem gastos naquela época. Rachei 50 a 50 com minha vizinha, então dona do console. Abraços, Jéssica! A partir desse momento as coisas melhoraram muito. Jogávamos várias horas diariamente, ao ponto de algumas vezes madrugarmos pelo reino de Hyrule, descobrindo segredos, solucionando mistérios, desvendando inúmeras dungeons (masmorras).
Eram horas muito boas passadas com os amigos. Apesar de Ocarina ser um jogo single player (Um jogador), ficávamos atentos para pegar os segredos das masmorras, teorizar e ter muitas ideias mirabolantes. Umas funcionavam e outras nem tanto. É a vida.
Um momento muito divertido foi durante a Grande Árvore Deku, ainda com Link, criança. Vimos a tocha acesa e uma apagada e pensamos que deveríamos acendê-la. Decidimos usar um Deku Stick para levar o fogo de uma a outra e, surpresa, ativamos um mecanismo! Parece bobo hoje, mas naquela época, sem estarmos familiarizados com as mecânicas do jogo e sem as facilidades de pesquisas na Web que temos hoje, aquilo foi de explodir a cabeça.
Amor a primeira jogatina
Após concluirmos o título em algumas semanas, eu vi que eu já estava apaixonado pela franquia. Decidi então começar a conhecer mais, fiquei fascinado com a mitologia da série, com a lore dos jogos e com as teorias que conectavam os títulos uns aos outros, já que na época não estávamos nem perto de ter uma timeline oficial da franquia.
Infelizmente, como uma criança que eu era e sem videogames, só podia jogar em emuladores na casa dos amigos. Foi assim com o A Link to the Past, The Minish Cap, e os Zeldas anteriores. A cada título jogado, eu ficava mais fascinado e querendo saber mais, como uma criança ouvindo uma história, atenta aos detalhes e curiosa para saber para onde os eventos culminarão. Isso elevou meus gostos por mundos fantasiosos, RPGs e muitos outros títulos, que eu não teria conhecido se Zelda não despertasse meu amor pelos jogos.
Coisa de Criança?
O tempo passou e eu cresci. Adulto, trabalho, estudos, responsabilidades… Mas não desisti, não deixei de lado. Hoje posso comprar meus consoles com meus jogos, uma criança realizada.
Mas eu quis não só participar daqueles mundos maravilhosos com histórias imersivas, como também queria cria-los! Direcionei meus estudos para a área de desenvolvimento de jogos, hoje sou formado e tenho alguns jogos publicados, claro que nenhum tão grandioso quanto a franquia de videogames que eu mais gosto. Mesmo assim, sempre foi um sonho publicar meus próprios títulos, cativar jogadores tanto quanto eu fui cativado quando criança, e eu consegui. Ouso dizer que boa parte do que sou hoje foi moldada pelos jogos, por querer criar mundos tão bons quanto os que eu jogava.
Ainda guardo com muito carinho aquele cartucho, ainda tenho o meu Nintendo 64 que comprei naquela época. Talvez com tanto amor quanto pelas lembranças daqueles tempos, onde eu era uma criança, correndo pelos campos de Hyrule pela primeira vez.
Essa é a melhor história com videogames que eu tenho para contar, o saudosismo aperta forte quando lembro.
Shigeru Miyamoto e Takashi Tezuka somos gratos por vocês ter trabalhado com precisão e capricho nessa saga que conquistou milhões de fãs e inspirou outros títulos no gênero de RPG e aventura.
E você, gamernéfilo, teve alguma experiência parecida? Comente.
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