Street Fighter II: Um Clássico que Todos Deveriam Jogar “Esse eu Joguei”

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Recentemente, fiquei sem conexão por 24 horas e percebi o quanto passamos tempo demais conectados, esquecendo as pequenas alegrias da vida. Evidentemente, temos nossos compromissos diários e familiares, mas acabamos deixando de lado títulos simples e icônicos que já nos proporcionaram tanta diversão. Em uma época em que desejamos gráficos cada vez mais realistas e esquecemos o que realmente importa — a diversão — Street Fighter 2 revolucionou o gênero de jogos de luta quando foi lançado. O primeiro já era interessante, mas o salto na jogabilidade foi um diferencial gigantesco, conquistando até quem passava longe desse estilo de jogo.

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Se você jogou nos fliperamas, deve se lembrar do título completo: Street Fighter II: The World Warrior. No Brasil, esse jogo se tornou um verdadeiro fenômeno, sendo extremamente popular entre adolescentes e adultos no início dos anos 90. Meu primeiro contato foi com Street Fighter I, mas foi com essa continuação que me apaixonei pela franquia.

A Era dos Fliperamas e a Magia das Fichas

Naquela época, não era tão simples ter um videogame em casa, então os fliperamas eram o ponto de encontro das crianças e adolescentes. A gente pegava garrafas para trocar por fichas e passava horas jogando. Claro, muitos de nós levavam broncas ou até castigos por isso. Ainda assim, era um risco que valia a pena.

Lembro de como era especial ver a galera se reunindo ao redor das máquinas, observando os jogadores mais habilidosos e torcendo para que alguém conseguisse vencer a CPU no nível mais difícil. Alguns ficavam só assistindo, tentando aprender os movimentos certos para usar quando fosse sua vez de jogar. A competitividade era intensa, e derrotar um adversário no fliperama era motivo de orgulho.

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O Desafio da Jogabilidade e os “Macetes”

Quando resolvi revisitar Street Fighter II, percebi como esse jogo se destacava na jogabilidade. Dependendo da configuração do arcade, derrotar os oponentes era quase impossível. A CPU apelava de um jeito absurdo, tudo para nos obrigar a gastar mais fichas. Isso fazia com que muitos passassem horas observando outros jogadores em busca de estratégias para vencer.

Cada lutador tinha suas particularidades, o que tornava o jogo ainda mais viciante. Entre os personagens jogáveis estavam Ryu, Ken, Chun-Li, Guile, E. Honda, Blanka, Zangief, Dhalsim, Balrog, Vega, Sagat e M. Bison. Os quatro últimos eram chefes e, na versão original do Super Nintendo, não podíamos escolhê-los diretamente.

O que mais me impressiona é que, mesmo depois de anos sem jogar, ainda lembro dos “macetes” para vencer os adversários. No entanto, ao tentar executar golpes clássicos como Shoryuken e Hadouken, percebi que os controles modernos nem sempre respondem exatamente como os antigos. Isso acaba frustrando um pouco quem busca fechar o jogo com “perfect” em todos os rounds.

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Os Personagens Mais Apelões

Cada lutador tinha um estilo próprio, e enfrentar alguns deles era uma experiência frustrante. O Blanka, por exemplo, foi uma homenagem ao Brasil, mas sua aparência monstruosa dividia opiniões. O Dhalsim, com seus golpes de longo alcance, fazia qualquer um perder a paciência tentando acertá-lo. Mas de todos, o Guile era, sem dúvida, o mais “apelão”. Seus agarrões eram praticamente inevitáveis, e seus chutes davam a sensação de que ele tinha pernas enormes devido ao alcance absurdo.

E falando em golpes, um detalhe curioso da época era a dificuldade de entender exatamente o que os personagens diziam ao executar seus ataques especiais. Isso gerou algumas interpretações hilárias:

  • Sonic Boom do Guile virou “Alex Ful”
  • Hadouken foi ouvido como “Raduguen”
  • Spinning Bird Kick da Chun-Li parecia “Me dá um docin”
  • Sumo Headbutt do E. Honda era “Cuz Cuz”
  • Yoga Fire do Dhalsim soava como “Uga Feio”

Essas “traduções” se tornaram memes nostálgicos e até hoje fazem parte da cultura gamer.

Uma Infância Sem Preocupações

Olhar para trás e lembrar desses momentos traz uma nostalgia imensa. Era uma época em que passávamos o dia soltando pipa, jogando bola e depois nos reuníamos nos fliperamas para jogar Street Fighter II. Não havia discussões sobre “viés da indústria dos jogos” ou brigas por polarização. A única coisa que importava era se divertir e compartilhar momentos com os amigos.

Hoje, muitos daqueles garotos podem nem se falar mais, mas as memórias permanecem. O simples fato de ouvir a trilha sonora do jogo já faz minha mente viajar no tempo.

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O Legado de Street Fighter II

O sucesso de Street Fighter II foi tão grande que moldou toda a indústria dos jogos de luta. A Capcom vendeu milhões de cópias e consolidou a franquia como referência no gênero. Muitos jogos de luta que vieram depois beberam dessa fonte, tentando replicar sua fórmula de sucesso.

Ao longo dos anos, a franquia continuou evoluindo. Atualmente, Street Fighter 6 é o título mais recente, trazendo mecânicas modernas e facilitando os comandos para novos jogadores. Porém, alguns veteranos sentem que a essência dos clássicos se perdeu.

Onde Jogar Street Fighter II Hoje?

Se bateu aquela vontade de reviver Street Fighter II, saiba que ele está disponível no Capcom Arcade Stadium, uma coletânea de clássicos da Capcom. Além desse jogo, títulos como Final Fight, Pac-Man, Strider, Captain Commando e Ghosts ‘N Goblins também fazem parte da coleção. O CAS pode ser baixado gratuitamente, porém, os jogos devem ser adquiridos individualmente.

O mais legal é que essa versão tem ajustes na jogabilidade para os controles modernos, diferente da experiência que tive ao jogar recentemente.

Resgatando a Nostalgia

Jogar Street Fighter II hoje me fez perceber como certos momentos da infância simplesmente não voltam. Não era só sobre o jogo em si, mas sobre todo o ritual: correr para o fliperama, juntar as fichas, ver a galera torcendo e até se frustrar com aqueles “agarrões apelões” do Guile.

A tecnologia evoluiu, os jogos mudaram, mas a essência daquela época ainda mora na memória de quem viveu. Se você teve essa experiência, sabe exatamente do que estou falando. E se nunca jogou, talvez valha a pena dar uma chance e entender por que esse jogo marcou tanta gente.

O mais curioso é que, décadas depois, tive a oportunidade de conhecer pessoalmente Yoshinori Ono, um dos grandes responsáveis por popularizar Street Fighter. Nunca imaginei que aquele garoto que gastava fichas no fliperama um dia seguraria um pôster autografado pelo Ono. Infelizmente, ele não está mais diretamente ligado à Capcom, mas segue envolvido em novos projetos que, sem dúvida, carregam sua paixão pelos jogos de luta.

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E você, lembra da primeira vez que zerou Street Fighter II? Qual era aquele personagem que te fazia perder fichas até ficar sem dinheiro para o lanche? Deixa aí nos comentários, porque relembrar esses momentos faz parte da diversão!


Fique ciente de que este é o primeiro artigo de uma série que estou iniciando em 2025, intitulada “Esse Eu Joguei”. Ao longo do ano, publicarei sobre jogos que me marcaram. Assim, aqueles que nunca jogaram podem despertar a curiosidade e se aventurar nesses clássicos também!

Jefão Calheiro
Jefão Calheiro
Apaixonado por games, filmes de ficção científica, séries e tudo que envolve tecnologia e inovação, com mais de 15 anos de experiência comentando e analisando esses temas. Além disso, sou curioso por astronomia e, nas horas vagas, tento observar o cosmos como um astrônomo amador. Acredito no poder das opiniões e no respeito à diversidade de pensamentos. Em minhas análises, busco compartilhar conhecimento de maneira clara e acessível, ajudando o público a se conectar com as novidades do mundo do entretenimento e da tecnologia. Ah, e como bom flamenguista, vibro junto com o maior clube brasileiro, o Flamengo! Vamos, gamernéfilos, porque todo dia tem novidade nesse universo em constante expansão. =)

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