Lavagem de Dinheiro: O Menor dos Problemas na Indústria de Games

Opinião sobre o Futuro da Indústria dos Games com Mais um Escândalo na Conta em 2024

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É engraçado como recentemente fomos surpreendidos por um escândalo na indústria dos games sobre uma lavagem de dinheiro no estúdio responsável por Marvel Rivals. Outro fator interessante é que não é todos os dias que isso vira discussão na comunidade ou em assuntos relacionados. Não que essa descoberta não seja grave; pelo contrário, é algo muito sério, pois interfere diretamente em setores da empresa e, consequentemente, impacta também os funcionários. Embora não seja o caso da NetEase Games, conhecida empresa chinesa que possui o direito de publicação de diversos estúdios na Ásia e mantém parcerias com gigantes do Ocidente, a situação gerou um alerta global para outros estúdios.

Resumo do Artigo:
Este artigo explora a lavagem de dinheiro e outros problemas que afligem a indústria de games, como investimentos fracassados e falta de controle dos acionistas.

Este artigo, vale destacar, não está mencionando ou acusando ninguém, mas apenas apresentando uma observação contundente sobre a indústria dos jogos eletrônicos. Ao observarmos jogos que se tornam grandes fracassos de público e que, ainda assim, consumiram valores milionários, enquanto empresas envolvidas fecham as portas sem uma investigação profunda, a situação se assemelha a uma suposta lavagem de dinheiro! O mundo mudou, e aceitar que jogos sejam publicados mesmo sabendo que estão destinados ao fracasso parece um tanto questionável. Afinal, quem investiria em um projeto que o próprio público já rejeitou muito antes do lançamento oficial? E aqui, não estamos falando de dois meses antes do lançamento, mas de um ou dois anos antes da revelação do projeto.

Depois, ouvimos declarações dos responsáveis, dizendo que o público “não está preparado” para esses enredos e que as pessoas deveriam ser mais compreensivas. Lembrando que já tratei anteriormente sobre o fim da indústria dos games, em um artigo que vocês podem conferir aqui. A questão agora é trazer à tona o fato de que milhões, e até bilhões, estão sendo gastos em jogos que não geram o retorno esperado, mesmo com status AAA e potencial de blockbuster. Alguém saiu lucrando com esses investimentos, e, com certeza, não foram os usuários.

A falta de preocupação dos acionistas, que parecem deixar as ações das empresas caírem sem pressioná-las, acaba por gerar um clima de complacência. Se os acionistas realmente estivessem preocupados, já teriam posto um fim na publicação de muitos desses jogos. Ainda que os investimentos sejam elevados, cortar esses desenvolvimentos poderia ser algo positivo, considerando que essas produções não conseguiram se pagar e ainda geraram prejuízos, levando ao fechamento de estúdios e à demissão de milhares de programadores.

Estamos testemunhando um cenário semelhante ao dos anos 80, quando havia uma aposta excessiva de que as pessoas abraçariam os jogos eletrônicos. Isso resultou em fracassos históricos, como o do jogo E.T. the Extra-Terrestrial para o Atari 2600, amplamente conhecido como o maior fiasco de vendas da geração clássica de games, que tentou surfar na popularidade do filme de Steven Spielberg. Como participante dessa indústria, confesso que estou cético quanto a uma mudança drástica que traga melhorias.

Acredito, pessoalmente, que apenas quando a indústria estiver em um ponto crítico, sem mais o que extrair, as empresas tomarão uma atitude. Mesmo que a eloquência ainda paire sobre muitos dos porta-vozes dos estúdios e das publicadoras, é cada vez menos convincente que eles possuam uma solução. Na verdade, até possuem, mas os acordos fechados anos atrás os deixam presos para realizar mudanças.

Olhando para a linha de lançamentos dos próximos anos e conhecendo os envolvidos, parece que apenas um milagre poderia salvar ao menos essa leva de jogos que está para chegar. Se 2023 foi um ano fatídico, e 2024 se consolidou com tragédias financeiras para franquias anteriormente consideradas inabaláveis, este período também destacou o crescimento dos estúdios asiáticos, que alcançaram uma melhor projeção no ano. Ironicamente, é justamente de estúdios asiáticos que parte o escândalo de lavagem de dinheiro abordado neste artigo, envolvendo uma série de profissionais investigados na China. No fim, tudo parece se conectar, mostrando como questões aparentemente distintas estão, na realidade, mais próximas do que se imagina.

Para encerrar, fico na torcida para que nos próximos anos ocorra uma mudança geral que possa nos fazer reviver os tempos de ouro da indústria, quando existiam qualidade e liberdade criativa. Naquela época, era difícil escolher qual franquia jogar primeiro, e o catálogo transbordava com enredos profundos e instigantes. Espero que a indústria volte a proporcionar essa experiência aos jogadores, com conteúdo que realmente inspire e entretenha.

Jefão Calheiro
Jefão Calheiro
Apaixonado por games, filmes de ficção científica, séries e tudo que envolve tecnologia e inovação, com mais de 15 anos de experiência comentando e analisando esses temas. Além disso, sou curioso por astronomia e, nas horas vagas, tento observar o cosmos como um astrônomo amador. Acredito no poder das opiniões e no respeito à diversidade de pensamentos. Em minhas análises, busco compartilhar conhecimento de maneira clara e acessível, ajudando o público a se conectar com as novidades do mundo do entretenimento e da tecnologia. Ah, e como bom flamenguista, vibro junto com o maior clube brasileiro, o Flamengo! Vamos, gamernéfilos, porque todo dia tem novidade nesse universo em constante expansão. =)

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