Uma das questões que me pergunto é se a Brasil Game Show (BGS) está perdendo sua relevância no cenário nacional. Muitas empresas não apareceram na edição deste ano, e em artigos anteriores já mencionei a sublocação de estandes. Por exemplo, a Samsung abrigou várias outras marcas, bem como HyperX, LG em parceria com Logitech, entre outras. Isso levanta a preocupação: será que o futuro do evento está em risco?
Resumo do artigo: Este artigo explora as possíveis causas da diminuição da presença de grandes empresas na edição de 2024 da Brasil Game Show, refletindo sobre o futuro do evento e seu impacto no cenário dos games no Brasil.
Em 2024, o evento completou 15 anos. A “debutante” da indústria de games no Brasil parece estar sob risco de continuar grandiosa nos próximos anos. Podemos considerar um reflexo do mercado, ou uma tendência natural, considerando que muitos jogos, especialmente os ocidentais, não estão em alta no momento? A presença de estúdios orientais ainda é forte na feira, mas a ausência de grandes estúdios ou publishers ocidentais, como Xbox e PlayStation, é notável. Apesar de a Blizzard ter aparecido, sua relação com a Microsoft, após a fusão com a ZeniMax, sugere que as estratégias das empresas estão mudando.
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A PlayStation, por exemplo, que não participa do evento, fez sua aparição no Tokyo Game Show 2024, mas ignorou o evento brasileiro novamente. Será que essa ausência é temporária, ou estamos vendo uma reestruturação global dessas empresas? O tempo dirá, e somente nos próximos eventos de games no Brasil teremos uma resposta definitiva.
Outro ponto a se destacar é que a indústria de games em geral passa por dificuldades. Tanto a Xbox quanto a PlayStation enfrentam problemas no desenvolvimento de jogos e, em alguns casos, demissões em massa. A Ubisoft, que costumava ter um estande grande, veio com uma exibição modesta este ano, mostrando poucos títulos em parcerias. Isso reflete a dificuldade da indústria e pode ter influenciado os investimentos reduzidos na edição de 2024.
Este ano é particularmente relevante por ser um ano de eleições municipais no Brasil. Esse cenário político pode estar fazendo com que empresas aguardem para investir, o que pode ter impacto direto na feira. Ainda assim, o evento apresentou um volume interessante, mas com ruas mais vazias e estandes com menos visitantes, em contraste com anos anteriores, quando o Expo Center Norte ficava lotado. O visitante simplesmente não conseguia transitar pelas ruas e avenidas da convenção. No entanto, isso também pode refletir a insatisfação do público, que reclama tanto da superlotação quanto da falta de grandes marcas.
É necessário lembrar que a Brasil Game Show não é o único evento de games no Brasil. O mercado pode estar se fragmentando, com empresas optando por concentrar investimentos em outros eventos. Talvez tenha sido apenas uma vítima temporária desse movimento, e só saberemos com certeza quando forem divulgados os números de visitantes e o impacto do turismo em São Paulo durante os dias do evento.
Apesar disso, é importante termos confiança de que o evento irá retornar com força total. Ele ainda é o maior evento de games da América Latina e desejo que continue grandioso como és; entre os cinco maiores do mundo. A comunidade gamer brasileira precisa de bons eventos, e essa feira sempre foi um espaço mítico, onde fãs podem se encontrar, aprender, fazer networking e conhecer criadores de conteúdo e profissionais da indústria.
Se o evento não acompanhar o mercado e não se adaptar às mudanças, corre o risco de perder seu status consolidado como o principal do Brasil. É fundamental que os organizadores fiquem atentos às movimentações do mercado externo e às novas demandas para que a Brasil Game Show continue sendo a principal referência para a comunidade gamer no país.
A BGS 2024 acontece de 9 a 13 de outubro, no Expo Center Norte. Informações sobre as próximas edições podem ser consultadas diretamente no site oficial [aqui].
