Na BGS 2024, Shota Nakama, músico e produtor, trouxe ao público uma apresentação cheia de energia e um diálogo interessante sobre a música e a cultura brasileira. Ao longo da entrevista, Nakama discutiu sua jornada com novos integrantes em sua banda, as características únicas dos músicos brasileiros, e seus planos de voltar ao Brasil em novas turnês que possam expandir o contato com a audiência brasileira em diversas regiões.
Em uma reflexão pessoal, Nakama compartilhou o prazer de tocar com músicos de diferentes origens. “É inspirador poder tocar com esses novos talentos brasileiros”, disse ele, destacando a habilidade técnica e a criatividade dos artistas locais. Ele também comentou sobre a adaptação de sua equipe, dividida entre shows nos Estados Unidos e na BGS, onde Adrian e outros músicos brasileiros agregaram à sua performance uma sinergia única, enriquecendo a experiência tanto para o grupo quanto para o público.
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O Crescimento da BGS e a Recepção do Público Brasileiro
Sobre a BGS, Nakama observou a incrível evolução do evento ao longo dos anos. Ele destaca a importância e o desafio de organizar um evento dessa magnitude no Brasil, destacando a competência e dedicação da equipe responsável, e a forma calorosa com que o público brasileiro acolhe artistas e visitantes. Nakama enfatizou o espírito acolhedor dos brasileiros, comparando a receptividade que sente no país com a de sua terra natal, Okinawa, onde as conexões humanas são valorizadas de forma semelhante.
Ainda jovem se mudou para Boston, nos Estados Unidos, em busca do seu sonho. O músico esteve no evento da BGS para três apresentações icônicas e marcante com a Sonic Symphony. Desta vez, não veio com a Video Game Orchestra. Conheça um pouco mais do seu trabalho o acompanhando em suas redes sociais como o Instagram.
Durante a D23 Brasil 2024, ele também fez uma apresentação especial com músicas do jogo Marvel Rivals.
A seguir, confira na íntegra nossa entrevista completa conduzida por Fabio Mazzini do MeUGamer.
MeUGamer: Este ano houve uma mudança na formação, certo? Alguns membros novos estão aqui por conta de conflitos de agenda. Como você se sente em relação aos novos integrantes e como eles estão lidando com a vinda ao Brasil e com a recepção do público?
Shota Nakama: Sim, tivemos que dividir a equipe, pois também tivemos um show em Chicago ontem. A maioria dos membros foi para lá, e nós trouxemos Adrian, eu, nosso técnico de playback e, claro, o Jun Senoue. Também trouxemos um baixista e um baterista brasileiro – o Pedro Tinello, que é um baterista incrível, e o Felipe Andreoli, um baixista lendário de Angra. É ótimo, como músico, tocar com pessoas diferentes. Sinto falta dos membros regulares, mas tocar com essas lendas é extremamente estimulante e inspirador.
MeUGamer: É como uma sinergia nova, certo?
Shota Nakama: Exatamente. Traz uma nova dinâmica, um vento diferente, e isso é maravilhoso. Eu adoro tocar com músicos brasileiros. O Bruno Valverde (Angra), por exemplo, tocou conosco no show de Chicago. Acho que os brasileiros têm um estilo musical muito interessante para mim. É inesperado de uma maneira muito boa – adoro a forma como são criativos e brincalhões com a música.
MeUGamer: Este ano, a BGS comemora 15 anos. Vocês têm uma parceria com o evento há algum tempo. Como é ver o crescimento desse evento e a energia do público brasileiro?
Shota Nakama: É incrível ver como a BGS continua crescendo. Organizar um evento desse porte no Brasil é uma tarefa desafiadora – na verdade, em qualquer lugar do mundo seria – mas o Marcelo Tavares [diretor da BGS] consegue fazer isso acontecer. Tenho muito respeito por ele como empresário. Algo que nunca muda é como os brasileiros nos recebem. Vocês têm uma forma especial de acolher as pessoas, algo que lembra muito Okinawa, minha terra natal, onde as relações são muito calorosas e próximas.
já tem CPF?
MeUGamer: Você já esteve no Brasil tantas vezes… já tem CPF?
Shota Nakama: [Risos] Eu deveria, né? Gostaria de passar mais tempo aqui, talvez um mês explorando o Brasil. Acho que é um desperdício estar sempre só em São Paulo. Quero explorar o Sul, o Norte – já ouvi falar de como esses lugares são lindos. Quem sabe alguém que esteja ouvindo isso não me oferece uma residência permanente? Eu adoraria ficar mais tempo aqui!
Adoraria fazer uma turnê pelo Brasil e sonho de tocar no rock in rio
MeUGamer: Há algum plano que você possa compartilhar conosco para o futuro? Tem algo para o próximo ano?
Shota Nakama: Posso dizer que estarei de volta no próximo mês para um evento, mas não posso dar detalhes ainda (D23 Brasil). E se a BGS me convidar de novo para o próximo ano, aceitarei com certeza! Um dos meus sonhos é poder fazer uma turnê com o Sonic Symphony pela América do Sul. Seria ótimo fazer um show independente em São Paulo, sem coincidir com a BGS – talvez no dia seguinte. E, quem sabe, viajar para o Rio de Janeiro, Brasília, outras cidades… seria incrível.
MeUGamer: O Brasil é imenso, com fãs espalhados por todo o país.
Shota Nakama: Sim, eu adoraria! Quando penso no Brasil, lembro do DVD do Rush tocando no Rio – aquele show enorme. Um dos meus maiores sonhos é tocar no Rock in Rio. Seria incrível se o festival me contatasse ou eu os procurasse para tornar isso realidade.
MeUGamer: Esperamos que isso aconteça!
Shota Nakama: Muito obrigado, MeUGamer. É uma honra estar aqui e fazer parte dessa experiência. Os brasileiros são muito acolhedores, e espero voltar muitas vezes, trazendo mais shows e boas memórias para vocês.
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