Ano de 2013. The Last of Us, o jogo, surge no PlayStation 3 como um exclusivo da Naughty Dog/Sony PlayStation e torna-se um sucesso absoluto e um dos melhores jogos já realizados. Porém, seu universo é envolto em polêmicas.
Possui uma das histórias mais emocionantes já contadas, alcançou sucesso entre críticos e público, porém, as coisas começaram a mudar para alguns que simplesmente detestaram a forma como a história acabou desenvolvida ao longo dos anos, após o primeiro jogo e isso, provavelmente, será refletido nas próximas temporadas da série da HBO Max.
The Last of Us trata do relacionamento entre um homem, ferido e cansado (Joel) em um mundo de pandemia e uma jovem (Ellie) que é a chave para a cura da humanidade, que atualmente batalha contra infectados por um fungo.Eles matam ou infectam outras pessoas, levando a verdadeiras hordas de criaturas assustadores ao redor do mundo.
Acompanhamos a jornada da dupla ao longo dos EUA, em busca de seu objetivo final. Após o fim do primeiro jogo, ganhamos um DLC chamado “Left Behind“, estendendo a história de Ellie e mostrando um pouco de seu passado e sua amizade com Riley.
O início das polêmicas
Com a chegada do DLC, tivemos nosso primeiro momento de polêmica causado, com jogadores reclamando da cena entre Riley e Ellie, culminando em um beijo. Muitos rejeitaram a ideia de que Ellie poderia ser gay e interpretaram o beijo como algo sem importância.
Neil Druckmann precisou emitir um comunicado, informando que não ocorreriam mudanças na sexualidade de Ellie e o que foi mostrado, era de fato, sua realidade. Ellie é gay. No primeiro jogo, outro personagem também teve uma sutil demonstração de sua sexualidade: Bill. Ao contrário da série, Frank já está morto no jogo e o relacionamento entre eles não existe.
Bill apenas reclama de Frank o tempo todo e em uma breve fala acaba contando para Joel que ele era seu “parceiro” ao encontrar seu corpo mumificado. Frank deixa uma carta, que somente Joel lê e descobrimos um pouco da dinâmica entre os dois e a raiva que Frank sentia.
The Last of Us Part II
Chegamos no ano de 2020 e em Junho, The Last of Us chega ao mercado. Foram 7 anos de lacuna entre o lançamento dos dois jogos e todos aguardavam com ansiedade por sua continuação. Estamos no ano de 2038 no jogo. Ellie tem 19 anos, a pandemia piorou, a sociedade se deteriorou. Ela brigou com Joel, ao descobrir a verdade sobre os Vagalumes e que Joel matou todos no hospital para salvá-la.
Ellie tinha um objetivo, que sua vida fosse utilizada em uma causa justa, ajudando a humanidade e entregando a cura e Joel tirou sua escolha. No momento em que finalmente ela se acerta com Joel, ele é assassinado brutalmente por Abby. Ela pertence a uma milícia nova, parte dos últimos Vagalumes restantes. Seu pai era o cirurgião que Joel matou no hospital. A partir desse momento, Ellie parte em busca de vingança, cega por seu ódio mortal.
Morte de Joel
Antes do lançamento do jogo no mercado, dois meses antes exatamente, algumas informações vazaram, informando que Joel seria morto por Abby e que teríamos que jogar com a personagem. Isso enfureceu os fãs, pois muitos (como eu) se apegaram a Joel. Ficamos chateados, pois teríamos que jogar com a personagem que matou Joel.
Além disso, na gameplay antes do lançamento, todos pensaram que jogariam com Joel boa parte do tempo e não era o caso, com sua participação englobando cerca de 1 hora de gameplay, com o resto do jogo, controlando Ellie e Abby. Confesso, que sim, que a maneira como alternaram entre Ellie e Abby, poderia ter recebido uma abordagem melhor.
Uma abordagem com mais tempo de Ellie e menos com Abby talvez melhorasse a sensação sentida por quem joga. Ou não. Talvez a morte de Joel tenha sido cedo demais. Mas é o que, de fato, aconteceu. Joel está morto.
The Last of Us e temas LGBTQIA+
Outra questão polêmica, foi a decisão de inserir temas LGBTQIA+ no segundo jogo. Resultado: players irritados por Ellie ser lésbica e ter um relacionamento atual com Dina. Alegaram ser uma tática da Naughty Dog para causar e obter mais dinheiro. Sinceramente, a sexualidade de Ellie é uma parte tão pequena no jogo, que não existem motivos para preocupações. O foco é outro e bem mais amplo e complexo.
Outra questão, foi a adição de um personagem transgênero. Enquanto jogamos com Abby, conhecemos um personagem chamado Lev, membro de um grupo chamado Serafitas. Acabou banido do grupo, pois Lev se chamava Lilly e se sentia como menino. Raspou sua cabeça e mudou seu nome para Lev. Outro caso que não interfere em nada na história.
Ellie não matou Abby
Para a grande maioria dos jogadores, Abby deveria morrer. Porém, Ellie não mata Abby, pensando no ciclo que iria acontecer e em quem foi Joel nos momentos finais em seu confronto com Abby. Abby agora tinha uma relação com Lev, parecida com a que Ellie tinha com Joel e assim, Ellie salva Abby e também Lev. No final das contas, o sentimento de vingança pode deixar apenas um vazio e não o resultado que poderíamos esperar. Neil, criador do jogo, sempre deixou claro que se tratava de uma jornada de redenção.
Mudanças na cultura e na sociedade
A indústria de jogos está em constante transformação, da mesma forma, a sociedade e os acontecimentos que a cercam, ao longo dos anos. Questões raciais e de sexualidade estão em evidência e percebemos que a cultura de forma geral, está tentando se adaptar a nova realidade. Cabe a cada jogador, optar por comprar ou não, jogar ou não, aquele jogo que possua um conteúdo que não lhe agrade.
Primordialmente, tudo é uma opção de escolha. Se a abordagem de um tema polêmico por muitos constar na história de um jogo, devemos analisar se aquele elemento é relevante ou não. Se foi inserido em um contexto como complemento da história e desenvolvimento do personagem ou apenas é algo que foi inserido para o que hoje em dia, chamamos de “causar”.
O respeito entre as diferentes raças, credos, gênero e sexualidade deve permanecer, em quaisquer camadas de sua existência, seja no mundo real ou não. E a opção de escolha se faz a mais acertada nesse momento. Os desenvolvedores farão suas escolhas. Gostando o público ou não.
Neil Druckmann, criador e roteirista de The Last of Us tem uma visão bem específica e especial do mundo que criou e em seu mundo, todos serão inclusos. E terão seu espaço…
Ampliando o universo de The Last of Us
Acima de tudo, caso não tenha jogado e queira curtir elementos que são inéditos do jogo e não foram incluídos na série, você pode adquirir The Last of Us aqui com desconto. Além disso, o universo de TLOU também ganhou uma extensão com a história em quadrinhos “Sonhos Americanos”, aproveite para comprar a HQ aqui. Está ainda mais ansioso para descobrir algum spoiler importante do segundo jogo que estará na segunda temporada? Você encontra ele neste link. E por fim, está sem grana e quer assistir? Confira como assistir o episódio final de graça na HBO Max!
Por fim, acompanhe nossa cobertura completa sobre o mundo de The Last of Us (HBO Max), aqui pelo site!
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