E, finalmente, depois de quase 30 longos anos, tivemos a chance de assistir a uma adaptação dos bigodudos mais famosos do mundo dos games com Mario e seu irmão Luigi. Esta releitura cinematográfica da franquia Super Mario Bros., produzido pela Illumination Entertainment em associação com a Nintendo, com a distribuição no ocidente feita pela Universal Pictures.
A maior lembrança dos fãs dos irmãos encanadores no mundo do cinema, era com a bizarra adaptação de 1993, estrelado por Bob Hoskins como Mario, John Leguizamo como Luigi, Dennis Hopper como Rei Bowser, e Samantha Mathis como Princesa Daisy. Os jogadores e fã da franquia criada por Shigeru Miyamoto desejavam uma reimaginação em live-action para a nova geração conhecer um pouco mais dos personagens.
Crítica sem spoiler para não atrapalhar sua experiência e imersão em “Super Mario Bros. – O Filme“.
Até que a Universal Pictures anunciou que em conjunto com a Nintendo estavam trabalhando em um novo projeto para levar Super Mario Bros, para as telas do cinema. Os fãs ficaram animados com esta notícia e milhares de especulações foram feitas, sobre o elenco que seria escalado para as vozes do bigodudo e sua turma. O foco, certamente, seria no dublador de Mario.Nos jogos, quem assume a dublagem é Charles Martinet. O ator de voz, também visitou recentemente o Brasil na BGS 2019, — em que tive oportunidade de conhecê-lo pessoalmente.
Homenagem para Charles Martinet
Para solucionar este problema, e não deixar o experiente ator de fora, lhe deram o papel do ex-companheiro de trabalho de Mario e Luigi, Giuseppe. Ficando assim no elenco principal as vozes de Chris Pratt como Mario; Anya Taylor-Joy como Princesa Peach; Charlie Day como Luigi; Jack Black como Bowser; Keegan-Michael Key como Toad; Seth Rogen como Donkey Kong; Fred Armisen como Cranky Kong; Kevin Michael Richardson como Kamek; e Sebastian Maniscalco como Capataz Spike.
O diretor Matthew Fogel que trabalhou também no roteiro de Minions 2: A Origem de Gru, uma das grandes bilheterias do cinema mundial em 2022, optou por não cometer os mesmo erros e clichês da dupla de diretores Rocky Morton e Annabel Jankel, do longa de 1993.
O início da jornada de Super Mario Bros.
Uma das minhas maiores expectativas era como eles iriam encaixar a jornada dos irmãos para o “reino dos cogumelos”. Conseguiram, naturalmente, iniciar a caminhada do nosso herói “Mamma Mia!“. A equipe envolvida quis preservar o legado da saga, ao exibir momentos nostálgicos na aparição do personagem. O que seria de Mario sem a existência de Donkey Kong, quando ainda o encanador atendia pelo nome de Jumpman, que tentava escalar os obstáculos e passar por eles para salvar donzela, Lady (hoje conhecida como Pauline).
Todos esses elementos, por si só, já criam um ar de volta aos tempos áureos dos videogames. O filme seguiu uma abordagem simplista, fazendo apenas o feijão com arroz e deixando de lado a oportunidade de trazer uma história mais complexa. Isso deixou o roteiro previsível e enfadonho, sem nenhum elemento surpreendente.
Se estiver esperando os clichês de Bowser buscando dominar o mundo e uma princesa em perigo, não é isto que veremos. A Peach (Anya Taylor-Joy), é destemida e autêntica como conhecemos nos jogos que ela aparece. Contudo, a loirinha ficou mais para uma tutora do baixinho, que uma princesa indefesa.
Eles estão lá!
As referências são um deleite para os que jogam desde o primeiro título de Mario Bros., apesar de não aprofundadas. Sabemos que estão lá, sejam por diálogos ou imagens ofuscadas e até diretas, é um mar de informação. É estranho observar um live-action com a trama do jogo, com teores tenebrosos exibidos no contexto inocente.
Bowser é ele mesmo, em qualquer título da saga de jogos, o vilão “canastrão”, acreditando que músculo e ignorância conseguem todas as coisas. Até um amor verdadeiro, para deixá-lo romântico e feliz, com suas atuações de tenor no estilo “Se Beber não Case” na cena do Stu (Ed Helms), tocando piano na casa do Mike Tyson. Além de ser um vilão impiedoso; — Até pensei sobre a classificação indicativa para o filme, não seria “livre?”. E questionamentos sobre ter uma tartaruga… Por falar nisso, a versão que assisti foi dublada e trouxe um elenco conhecido da dublagem nacional, com Mario interpretado por Raphael Rosatto; Luigi por Manolo Rey; Princesa Peach por Carina Eiras; Bowser por Marcio Dondi; Toad por Eduardo Drummond; e Donkey Kong por Pedro Azevedo.
Em virtude disto, possa ser que frases icônicas do Mario, possa soar estranho ouvindo em português do Brasil, devido à falta de costume.
Proposta de uma adaptação de superação e não uma jornada do herói!
Se nos títulos Mario deve salvar as donzelas, neste, estava mais para uma jornada de confiança entre lanços familiares entre Luigi e Mario. Quem conhece a franquia sabe o quanto o macacão verde é conhecido como medroso e dependente do irmão. No filme, a busca por superação na jornada do herói trouxe uma aproximação familiar entre eles. Fugindo de um clichê contado em diversas produções nos últimos anos. Embora, isto continuou sem expressar uma ousadia da direção que prendesse os espectadores querendo algo mais.
A animação dos jogos de Mario possui um conceito elevadíssimo, o longa, manteve o mesmo nível, o que é um grande erro. Pois, parecia estar assistindo a um jogo, ao invés de uma animação, sendo apenas uma extensão de um CG.
Para as gerações que aguardavam uma nova produção vão encontrar um filme de animação divertido e momentos para boas risadas nos diálogos cômicos. Sem um roteiro grandioso, mas cheio de vibrações, infelizmente desanimando os fãs mais exigentes da franquia de jogos lançado pela Nintendo. A comédia ao menos é garantida!
Espere por personagens como os Cheep-Cheep, Shy Guy, Donkey Kong e sua turma, Toad, Kamek, Koopa Troopa, e muito mais. E, os itens clássicos que ajudam Mario ter seus poderes, como o Super Mushroom, Fire Flower, Super Leaf, Cat Bell e Super Star.
Gamerdito (Veredito)
Mesmo com alguns pontos positivos, como a atuação dos atores e a qualidade dos efeitos visuais, Super Mario Bros O Filme (2023) decepcionou ao ficar preso no básico e não ousar em novas possibilidades para a franquia. Faltou coragem para inovar e trazer uma experiência verdadeiramente memorável para os fãs da saga.
Por fim, Super Mario Bros. – O Filme, estreia em 5 de abril nos cinemas brasileiros.
Nota do crítico 3/5.
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