Stranger Things, o mundo invertido está mais próximo do que se imagina
Atualmente, grandes sucessos contam com a chamada “hype” em seu lançamento, aumento ainda mais a expectativa dos fãs.
Muitos produtores tentam agradar ao público e canais de transmissão como Netflix, HBO, Amazon, entre outros, costumam renovar suas temporadas devido ao sucesso.
Mas será que as séries realmente necessitam de tantas temporadas e seu conteúdo consegue manter a qualidade desejada?
Os irmãos Duffer, no caso de Stranger Things, precisaram de um ano para repensar o que poderia ser realizado no mundo de Stranger.
Infelizmente, nada de novo ou revolucionário foi exibido nesta nova temporada, enredo antigo com roupagem nova, paralelos ao que foi exibido anteriormente.
Isto significa que não vale a pena assistir Stranger Things? Não. Ainda é uma série maravilhosa repleta de aventura e mistérios, capaz de ter profundidade e leveza a mesmo tempo, com personagens memoráveis e nível de produção espetacular, mesmo em uma época em que um episódio “queima” milhares de dólares em minutos de exibição de uma só cena.
O que há de melhor e não muda nesta temporada, são seus personagens. Hooper, Joyce, Max, Billy, Mike e Onze são pessoas inesquecíveis e conseguem prender o público em sua jornada. Incapacitando, a nós, o ato de dizer adeus, contando com mais temporadas por vir.
Os irmãos Duffer resolveram focar nos casais nesta temporada, sendo que as mulheres retratadas não estão exatamente interessadas em romance ou na possibilidade de um casamento.
Aparentemente feminista, a nova temporada, está repleta de cenas que demonstram isso. Max e Eleven, uma conversa entre Nancy e sua mãe, são exemplos de cenas em que as mulheres são libertas dos papeis que lhe foram impostos.
O visual presente nesta temporada também merece destaque, repleto de neon, fotografia remetendo aos filmes antigos dos anos 80 em uma recriação de tirar o folego.
Mas o que não funciona e torna a terceira temporada mais do mesmo?
A estrutura narrativa, a mitologia e o ritmo da história. Nós, seres humanos, somos narrativos, temos a necessidade de contar histórias e acompanhar histórias. Sobre nós e sobre os outros. Sobre questões que nos aterrorizam e obter respostas que gostamos. Esta condição de narrativa nos torna especialistas em reconhecer padrões em histórias que consumimos. E somos sensíveis a sensação desconfortável de “isso já vi”.
Já vimos a terceira temporada de Stranger Things. Duas vezes. Porque a segunda também foi uma cópia da primeira.
Mas esse truque não funciona mais no terceiro. Mais uma vez temos que lidar com Upside Down e o Mind Flayer. Mais uma vez temos laboratórios secretos. Mais uma vez, temos um mistério aparentemente mundano que esconde um lado estranho. Mais uma vez, Hawkins é o lugar onde o destino do mundo é decidido.
A terceira temporada nem sequer fez a tentativa dessa amplificação. Exceto o início do primeiro capítulo, que é uma tentativa tímida de aposta mais kamikaze.
A questão principal é exploração contínua de Upside Down, não liberando espaço para surpresas. É como se os Duffers fossem apaixonados por seus monstros e focassem apenas no enredo apocalíptico e não deixassem o episódio livre.
A única saída que vejo para um futuro promissor da série é um novo recomeço. Ou o ciclo será concluído em uma possível quarta temporada ou uma mudança radical de narrativa e cenários deve ser apresentada.
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