Garfield é um dos personagens felinos dos quadrinhos e da televisão de maior sucesso global. Desta vez, o gato que detesta segundas-feiras retorna para que todos conheçam suas origens. Com a animação Garfield – Fora de Casa, somos levados ao local de dor de Garfield: sua infância.
Os personagens como Jon (seu tutor) e Odie, seu fiel companheiro, estão presentes neste longa-metragem de animação. O filme é dirigido por Mark Dindal, conhecido por diversos trabalhos, incluindo seu maior sucesso, O Galinho Chicken Little (2005), entre outras produções da Walt Disney Pictures. A dublagem americana também é algo interessante, com atores acostumados a trabalhar juntos, como Chris Pratt na voz de Garfield, e o veterano Samuel L. Jackson como Vic, pai do bichano mais preguiçoso do mundo. Nicholas Hoult atua na voz de Jon Arbuckle e Ving Rhames como Otto. Agora que conhece parte do elenco, iniciaremos nossa análise desta crítica de Garfield – Fora de Casa.
A abordagem do roteiro traz um filme mais dinâmico; em algumas horas, parece um pouco corrido, enquanto em outras consegue dosar sua velocidade. Isso não é ruim, considerando que animações normalmente têm 1h30 de duração, esta foi até além, com 1h 41m. Para quem conhece Garfield, sabe que ele é cheio de manias e rituais, conhecido por adorar lasanha e tudo que é socialmente nada saudável. Sem nenhuma explicação, Jinx (Hannah Waddingham) descobre que seu antigo amigo Vic possui um filho e o manda raptá-lo. É a premissa perfeita para que as histórias de pai e filho se entrelacem! Este é o maior spoiler que terá do filme nesta crítica!
O clichê é atribuído aos capangas Roland (interpretado por Brett Goldstein na versão original e por Rodrigo Oliveira na dublagem brasileira) e Nolan (interpretado por Bowen Yang na versão original e por Matheus Perissé na dublagem brasileira), e considero que a dupla funcionou bem. Mesmo quando uma lição moral está sendo transmitida, ela é facilmente compreendida através de suas interações.
Iniciando o caminho para lactose
Sabendo do pontapé inicial, se a Sony Pictures deseja atrair as crianças para assistir Garfield – Fora de Casa, a ideia pode sofrer uma inversão. Com seus diálogos intelectuais demais em diversos momentos, as crianças, com certeza, não entenderão nada dos trocadilhos ao assistir. Por outro lado, os pais vão se sentir agradados com a mensagem proposta pelo diretor. Isso é um grande plot twist ao levar os pais para assistir a esta saga, que completa 46 anos este ano de 2024. Se você se lembra da primeira tirinha de jornal de Garfield, com certeza está em uma excelente idade. Outra curiosidade interessante é sobre o criador da personagem, Jim Davis. Ele ainda está vivo e tem 78 anos.
Curiosamente, sua primeira publicação foi em 19 de junho de 1978. Vocês sentiram a conexão?!
Retomando o foco desta análise, deixando meu déficit de atenção de lado, embora haja um personagem no filme que possui esta patologia.
Por isso, saio do foco para expressar o que é interessante do ponto de vista de quem acredita não fazer parte de certos grupos. Apesar do foco principal não ser esses temas, o diretor conseguiu dosar os temas com naturalidade. A reflexão sobre o quanto somos úteis ou se nossa utilidade é apenas enquanto há vigor é tocante. A lição do perdão atualmente é quase impossível. Mas é algo que devemos aprender e no longa, mostra que o rancor não leva ninguém a lugar algum, causando ainda mais conflito e angústia. Caso tenha chegado até aqui, deve estar pensando que Garfield – Fora de Casa é um filme melancólico e que nos deixará na “bad”.
A verdade é que você dará boas risadas sem ser obrigado a lidar com exageros que conhecemos nessas produções.
Principalmente quando conhecemos Otto, um famoso búfalo que estampava seu rosto ao lado de sua amada Olivia (Janelle James). Quando Garfield e Vic chegam na Fazenda Lactose para cumprir o combinado com Jinx. Ele traz um novo estímulo para a animação sempre que entra em cena. Como momentos são pessoas que alegam possuir gatilhos. É claro que seu personagem explora com perfeição essas ideias. Até mesmo Jon, com sua curta participação, sente-se culpado se em algum momento desenvolveu em seus pets essas ansiedades. Nossa saúde vem gerando um problema e sua abordagem faz sentido ao longo de toda a animação.
O fato de Garfield – Fora de Casa possuir uma linguagem mais adulta sem tentar polarizar, mesmo que sutilmente alguns pontos, não é nada massante e releva para ter toda a intensidade no desenrolar da trama.
Dois são melhores que um
O egoísmo fica evidente quando encontramos pessoas parecidas conosco. Os lados colidindo atraem pensamentos antes jamais imagináveis. Garfield percebe isto na pele, que “alguém tem que ceder”, ou todos estão perdidos, gerando um sentimento sobre como o trabalho em equipe é melhor para ir mais longe. Mesmo com uma linguagem séria, continuamos nos divertindo com esse gato caramelo que sempre nos lembra o motivo de segunda-feira ser tão terrível. Risos…
Além dos elementos visuais, a trilha sonora também desempenha um papel importante em Garfield – Fora de Casa. Com referências aos temas de filmes populares como Missão Impossível e Top Gun, em um momento específico, é difícil não pensar que Tom Cruise faria uma ponta no longa. Essa escolha musical faz sentido, considerando que os direitos da franquia são da Paramount Global, e adiciona um vigor nostálgico e energia ao filme, elevando ainda mais a experiência para o público.
Gamerdito (Veredito) Garfield – Fora de Casa
Outro ponto a se considerar é como Garfield – Fora de Casa se compara às outras produções já lançadas do Garfield. Esta adaptação é notavelmente mais adulta, com uma linguagem mais atual e temas mais profundos. Essa abordagem pode ser um dos motivos pelos quais o filme estreará com uma diferença no mercado americano em relação a diversos lugares do mundo. Fazendo muitos pequenos não compreender sua real mensagem.
Talvez ninguém estivesse interessado em conhecer as reais origens do gato mais preguiçoso, insano e comilão da cultura popular. Contudo, isso amplia o leque para novos personagens e adaptações, como spin-offs.
Assim sendo, finalizo minha crítica com uma nota 3.0/5.
Na versão dublada, Raphael Rossatto empresta sua voz a Garfield, enquanto Victor “Vic” é dublado por Ricardo Rossatto, pai e filho. Marcus Eni dá voz a Odie, Taryn Szpilman interpreta Jinx, Philippe Maia dubla Jon Arbuckle, e Duda Ribeiro dá vida a Otto. Esses dubladores contribuem para dar vida aos personagens trazendo verdadeiras essências, adicionando uma dimensão extra à experiência de assistir ao filme.
Agora é esperar para saber se o longa de animação terá uma boa bilheteria para que continuações continuem em desenvolvimento e quando Garfield completar 50 anos, uma nova produção seja lançada nas telonas!
Trailer oficial dublado em português brasileiro
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Por fim, mesmo não sendo inovador se estiver em casa neste fim de semana de maio de 2024, aproveite e leve sua família para assistir nos cinemas Garfield – Fora de Casa. O longa de animação possui data de lançamento oficial em 1º de maio nos cinemas brasileiros. Você pode encontrar sessões enquanto o longa estiver em cartaz no site do Ingresso.com.