Cruella Cruel, é mais traiçoeira que uma cascavel! Seria formidável descreve-lá, pois, se assim fosse. Como nos deparamos com a angustiada Estella (real nome da protagonista interpretada por Emma Stone), a história é outra.
Antes devo voltar no tempo! Como nasci nos anos 80, — cresci com a imagem da atriz Glen Close — no papel de Cruella De Vil no live-action de 101 Dálmatas em 1996. É como mexer no sonho de infância de uma criança. Estaria a Disney disposta a fazer dinheiro ou trazer uma nova releitura que imortalizaria a vilã na nova geração. Quando ouvi sobre a escalação de Emma Stone, ainda não conseguia processar como ela iria se encaixar no corpo da maligna estilista. Afinal, suas atuações mais recentes não exigiram grande desenvoltura, e encarnar esta personagem era uma grande responsabilidade.
No entanto, com o passar dos meses e a Disney disponibilizando trailers, a atriz estava se fundindo com a personificação da personagem. Entretanto, criar adaptações de figuras controversas como foi Coringa, da Warner, interpretado por Joaquin Phoenix, o que seria improvável – deu certo. Apesar de ser produtoras diferentes, não era possível afirmar que Cruella iria pelo mesmo caminho.
Contudo, o belíssimo trabalho de direção de Craig Gillespie, que consegue dosar cada cena com talento do elenco escolhido, fizeram o longa funcionar.
Começando pela atriz mirim Tipper Seifert-Cleveland, iniciando a história da jovem Estella ainda criança com seu passado trágico. Seifert-Cleveland teve atuação cativante, — até achei curto o seu arco, mas, já demonstra seu lado explosivo e compulsivo fora dos padrões para época. Dizem que ninguém entende uma mente geniosa e não é diferente dá jovem menina. Ao mesmo tempo, envolvida em brigas na escola tinha seu lado criativo desde criança com seus designs criativos —; mas tarde chamaria atenção com suas confecções.
Que bom seria, se a juventude durasse para sempre, e logo cedo conhecemos o lado ladra no qual perpetuaria até a fase adulta. Na infância, ela conheceria seus atrapalhados capangas Gaspar e Horácio, interpretados na fase adulta por Joel Fry, como Gaspar e Paul Walter Hauser como Horácio. Fique ciente que eles estão longe do estereótipo do clássico. O trio tem uma química como se tivessem atuado em diversas produções juntos, um completa o outro.
Cruella, é um “Coringa” com a fusão de ‘O Diabo Veste Prada’?
Esqueça qualquer outra vilã que já viu no universo dos clássicos de animação Disney. Não estou falando de Cruella De Vil, mas sim, de ‘A Baronesa’ narcisista capaz de ser superar nossa protagonista em maleficência. A atriz Emma Thompsom ficou deslumbrante em sua atuação, Miranda Priestly papel de Meryl Streep em ‘O Diabo Veste Prada‘, é patinho feio comparado as atrocidades da Baronesa. Se perguntasse minha opinião qual é a pior vilã dos filmes Disney, eu diria; — A Baronesa personagem de Emma Thompson. As colisões entre os egos são evidentes em ambos os lados. De um lado a deusa da moda não querendo perder seu reinado contra, uma aspirante e talentosa buscando ser reconhecida.
Em virtude, disso com seu estilo punk e ousado, o reinado da Baronesa é ameaçado pela novata. Para quem gosta de moda retrô vai deleitar-se com inúmeros trajes criados pela figurinista Jenny Beavan (Mad Max: Estrada da Fúria), as fantasias remetem a revolução dos anos 70. Arrisco-me a dizer que o filme deverá concorrer prêmios em categorias de melhor figurino, cabelo e maquiagem. Sem exageros nas roupas, ajudam a contar cada fase de Cruella, exibindo sua transformação e o conhecido corte de cabelo da persona. O artista quando tem estrela ele brilha, e seus desfiles são shows grandiosos, desde caminhão de lixo cheios de pirotecnia, a show de rock ao ar livre. O cuidado da produção com cabelo e maquiagem deixa é até os mais céticos, — como eu, deslumbrar o capricho.
Cães como coadjuvante e alívio cômico
Embora, a relação da De Vil com os animais em todas as releituras exibidas até hoje sobre a personagem, não sejam tão animadoras para o lado dos animais. Neste live-action ela tem um lado mais humano. Sim! A Aparição dos dálmatas não é segredo para ninguém, no entanto, a construção a cerca de sua obsessão é construída lentamente e sem apelo. Os cães do longa tem uma abordagem mais presente que os atores coadjuvantes. Mesmo parecendo um mau aproveitamento de atores como Mark Strong e Kirby Howell-Baptiste, sendo utilizados em momentos importantes. Contudo, Gillespie soube distribuir a função de cada personagem como Artie, um estilista dono de um brechó interpretado por John McCrea, se tornaria parceiro de Cruella.
Os “cachorrinhos” são ilustres convidados a proporcionar risos aliviando toda tensão, destaque para Wink, o cão com tapa olho, — coisa fofa. Roubando a cena em diversos momentos ajudando o trio sair de várias enrascadas, ao lado do seu companheiro Buddy. A assassina dos cães indefesos, talvez, não seja tão má assim, será? É o que vai nos intrigando conforme o andamento de sua evolução e entendemos a revolta.
Ademais, mencionei que os atores coadjuvantes não tiveram grande ascensão na trama, rapidamente é compreendido. Por diversas vezes somos apresentados uma narrativa em terceira pessoa e até monólogo. O jogo de câmeras em utilizar visão panorâmica e primeira pessoa com a adição de desfoque de movimento. Explora abertamente desenvolver diálogos entre a Baronesa e Cruella sempre deixando em segundo plano os demais personagens. Posso concluir que foi opcional pelo diretor buscando um confronto entre as personagens. Com efeito, de grande plot twist que via surpreender a muitos.
Sua trilha sonora com ar britânico
A trilha sonora é carregada de Hits de bandas britânicas como Queen, Supertramp The Class, entre outras nacionalidades. Com tantos grupos icônicos, Emma Stone deixa sua marca surgindo em cenas cantando de forma extrovertida à La La Land. O filme não é musical, porém, diverte nesses momentos musicais. O compositor Nicholas Brittell, elevou o nível com suas composições originais para impor ritmo nos cortes em sequências de ação e diálogos. Foi dele a música tema “Call me Cruella” interpretada por Florence + The Machine. Algumas semanas atrás, colocamos em nosso site um player para que as canções do filme pudessem ser ouvidas na íntegra.
Gamerdito (Veredito)
Confesso que havia desdenhado de como a abordagem do longa-metragem iria ser apresentado. Fiquei surpreso por não impor estereótipos, além de distribuir com inteligência os personagem, sem ficar nada forçado. Por fim, a comédia dramática firma uma produção com grandes hipóteses de bons frutos no futuro. A Disney acertou em ressuscitar uma de suas mais aclamada produções visto, por muitas gerações. Além disso, com direito easter eggs à animação original na cena pós-crédito — não é filme dos Vingadores, entretanto, há uma cena que entenderemos suas origens.
Os gamernéfilos, que acompanham minhas críticas sabem o quanto sou exigente com filmes. Portanto, ao indicar o longa reafirmo que superou minhas expectativas e creio que vai surpreender os mais críticos.
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