Alien é uma franquia de sucesso, adorada por seus fãs e frequentemente envolta em discussões acaloradas sobre qual é o melhor filme, além de seus aspectos mais impressionantes. Como a atmosfera de terror criada com maestria por Ridley Scott ou os momentos de ação, foco de James Cameron. Sou fã dos primeiros filmes e reviro os olhos para as apostas e tentativas recentes. Quando me deparei com Alien: Romulus, confesso ter questionado seu verdadeiro potencial como destaque entre os filmes da franquia.
O que significaria esse “Romulus” no título? Simbolicamente, trata-se de uma ligação com personagens da mitologia romana chamados Remo e Romulus, gêmeos amamentados por uma loba para adquirir poderes. Esse conceito de absorver recursos de um ser poderoso, tentando evoluir de forma que a humanidade alcance um status superior, é a grande ideia de Fede Alvarez, diretor do longa.
Alien: Romulus se passa entre o primeiro longa Alien: O Oitavo Passageiro e Alien: O Resgate, apresentando agora uma tripulação bem jovem que decide explorar uma estação espacial abandonada. Transitando pelo vasto e assustador espaço sideral, cheio de possibilidades, a tripulação acaba descobrindo formas de vida aterrorizantes. Sem a experiência de uma Ripley, todos são novatos e se deparam com assassinos cruéis, onde pequenos erros podem levar à morte de muitos.
A máquina assassina está viva, e os momentos de gore são inevitáveis. Alien: Romulus é um verdadeiro filme de terror em sua essência. A escolha por uma abordagem mais segmentada, misturada com elementos de ação constantes, garante que o filme possa prosperar e alternar entre momentos já conhecidos da estrutura do gênero, sendo crucial para sua sobrevivência atual.
Seus momentos iniciais são arrastados, mas isso é compensado pelos atos posteriores, que contêm reviravoltas, algumas até mesmo apelativas. O destaque fica para a interação e amizade entre Rain (Cailee Spaeny) e Andy (David Jonsson). Conhecemos os jovens personagens, suas motivações e papéis; no entanto, sempre há uma atmosfera de superficialidade. Apesar de carismáticos, os protagonistas acabam perdendo espaço para os Xenomorfos quando estes estão em cena.
Com um forte apelo emocional e referências aos filmes do passado, um dos questionamentos que tive enquanto assistia ao longa foi se ele conseguiria estabelecer sua própria identidade, e não apenas ser um misto de situações já observadas em títulos anteriores. O que posso ressaltar é que Alien: Romulus possui seu próprio brilho e garante um lugar ao lado das produções conhecidas.
Seus recursos de suspense permanecem universais, utilizando o clássico truque do cinema em que observamos, como espectadores, o perigo antes que o personagem o perceba. A tensão também aumenta na ausência da criatura, apenas com a curiosidade dos personagens em descobrir mais sobre o ambiente e o inexplicável. Há um senso predominante nos humanos que adoram histórias de luta e sobrevivência. Seres alienígenas também fazem parte desse fascínio constante, além da própria conexão humana com o espaço. A mistura de tantos elementos apela para instintos básicos relacionados à nossa sobrevivência e aos questionamentos que surgiriam caso seres alienígenas aparecessem na Terra: eles vieram em paz?
Gamerdito (Veredito) de Alien: Romulus
Alien: Romulus apela para a nostalgia sem perder sua essência, crescendo com a mesma rapidez que um Xenomorfo ataca. O filme possui uma quantidade impressionante de cenas de ação e reviravoltas que, embora por vezes exageradas, posicionam o longa de forma destacada e garantem seu sucesso. A velha atmosfera claustrofóbica retorna, deixando sem fôlego os espectadores que acompanham um grupo reduzido de humanos sitiados por dezenas de aliens prontos para torná-los hospedeiros.
Fede Alvarez realiza um excelente trabalho, equilibrando técnicas conhecidas com o uso inteligente de CGI, imprimindo sua personalidade também na forma como conta a história. Afinal, lidar com uma franquia de sucesso pode ser tão assustador quanto enfrentar um alienígena, e, digamos, que nesse confronto, Alvarez sobrevive e garante seu legado.
Nota da crítica para este filme 4/5.
Por fim, o longa estreia oficialmente nos cinemas brasileiros em 15 de agosto de 2024. O nosso site costuma indicar locais com sessões para assistir nessa página. Detalhe que o trailer oficial pode ser visualizado através do canal oficial da 20th Century Studios responsável pela divulgação global do longa-metragem.