O Dragão aprendendo a conhecer seus limites para o nascimento de uma lenda
Queridos, Gamernéfilos.
Confesso que ao ser convidado para a cabine de imprensa de “A Origem do Dragão” criei um esteriótipo que o filme seria mais uma versão de tentar correlacionar a temática de “O Tigre e o Dragão” do diretor Ang Lee para o ocidente; com ênfase no lendário Bruce Lee, astro das artes marciais da década de 70.
Entretanto, o filme mostrou totalmente o oposto com coreografias extremamente executadas com uma maestria, criadas pelo coreógrafo Corey Yuen que deixaria os coreógrafos do seriado da Netflix “Marvel Punho de Ferro” com extrema inveja – visto que o seriado foi bastante criticado pelas cenas de lutas.
O diretor George Nolfi preferiu injetar uma ideia mais filosófica no filme mostrando um Lee (Philip Ng) um tanto imaturo de modo que sua arrogância e prepotência são suas verdadeira fraquezas que poderiam levar ao seu fracasso.
A premissa do longa tem seu início nas Montanhas sagradas da China, apresentando uma perspectiva bastante interessante para um começo da peregrinação do enredo. Observar o grande Bruce Lee buscando seu espaço no meio de homens brancos do ocidente em todo fim de uma segregação racial que existia nos Estados Unidos, como um aspirante da sétima arte e professor de Kung Fu em busca de reconhecimento em São Francisco, Califórnia. Séria algo extraordinário se não pela falta de carisma de um elenco mal escalado.
“A trama é parcialmente inspirada em uma luta real entre Lee e Kung Fu Wong, foi destaque em jornais chineses e até em livro.”
Alguns personagens são interessantes como o aluno Vinnie Wei (Simon Yin), posso considera-lo um alívio cômico para o filme e a primeira vez que Bruce entra em ação ao defender seu aluno da máfia chinesa; e Steve McKee (Billy Magnussen), que seria um protagonista não oriental e um elo entre Lee com o mestre de Kung Fu Wong Jack Man (Yu Xia), que ao chegar aos Estados Unidos não concorda com os ensinamentos para pessoas não orientais do Dragão. Disposto a dar um fim nisso e em busca de redenção pelo seus atos passados, McKee, em segundo plano, trava uma batalha por aceitação e para libertar a amada Xiulan (Jingjing Qu), considerada propriedade da máfia local.
Nolfi pecou ao estimular diálogos exaustivos com uma mensagem que Kung Fu vai além de punhos e pancadarias. Poderia ser considerado ponto positivo ao longa, entretanto, Bruce aparece como um professor que acredita que a técnica não é o importante, mas sim, saber dar porrada em seus oponentes.
Quem está assistindo fica dividido se a Lenda é um mocinho ou um verdadeiro Algoz em relação ao Wong Jack Man. Eles juntam forças após o desafio do embate que durou 25 minutos de luta entre ambos, sem definir um vencedor o que revoltou a mafia chinesa, pela grande aposta em dinheiro na luta.
O diretor conseguiu ofuscar o verdadeiro protagonista com ações paralelas que coloca em dúvida quais personagens ele quis contar a história ao longo dos seus 95 minutos de filme. Confesso que prefiro George Nolfi como escritor do que diretor, o mesmo havia realizado Os Agentes do Destino, como escritor foi bem mais sucedido, com O Ultimato Bourne, Doze Homens e Outro Segredo e Spectral da Netflix.
E, posso concluir que o filme é uma filosofia e meditação para os que buscam aceitação. Não é um longa memorável, mas não é de todo mal.
*O filme estreia dia 28, quinta-feira.
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